por que a área de RH tem de ter mais agilidade
Entrevista

É preciso que o RH tenha mais agilidade

O business agility não é apenas sobre o futuro da organização, mas também do RH

Para Michael Stump, CEO da Adaptworks, é chegada a hora de a área de recursos humanos mostrar que pode se adapatar ao business agility. E tem de ser ágil, literalmente, pois o tempo é escasso para isso, uma vez que o mercado está mais exigente e o ritmo das mudanças mais acelerado. “O futuro do RH dependerá da sua própria capacidade de conduzir a transformação ágil. É preciso muita coragem e determinação para fazer isso acontecer”, diz.

Imaginando o mundo pós-pandemia, Stump acredita que, entre as mudanças que vão acontecer, está a nova relação dos colaboradores com o ambiente de trabalho. E no ambiente de trabalho. Para o executivo, as pessoas não irão mais ao escritório para concluir as suas tarefas, mas para interagir entre si. Isso fará com que esse ambiente seja, de fato, um espaço de colaboração, para que as pessoas possam exercer sua criatividade e trocar experiências. Sim, e os líderes e o RH serão pressionados a, também, se conectarem com os colaboradores. Estão prontos?

Qual seu maior desafio em relação a negócios e como o RH pode ajudá-lo?

O mercado tornou-se mais exigente e com ritmo acelerado. Ser responsivo e adaptável não é mais uma escolha, é uma obrigação. E o RH tem um papel fundamental a desempenhar na transformação de organizações para o business agility. Ágil e RH como dois lados da mesma moeda. Alavanca a força e a importância das pessoas. As organizações que desejam uma chance de prosperar na economia humana precisam de uma cultura sustentável de colaboração e inovação. O reconhecimento de talentos, o desenvolvimento de pessoas, a incorporação de aprendizado e a criatividade no fluxo de trabalho são apenas alguns dos tópicos, que são as principais competências do RH que precisam ser aproveitadas para o sucesso. A capacidade de uma empresa de alinhar sua abordagem de RH e pessoas aos valores e princípios ágeis definirá sua capacidade de adotar o business agility. E isso faz do RH um grande trunfo para alcançá-lo.

Os dias de motivação extrínseca e colaboradores como recursos se foram. Os funcionários buscam uma experiência

E em relação ao tema pessoas, quais os desafios?

É tudo sobre o trabalho, o que esperamos de nosso trabalho, como e onde trabalhamos, quais tecnologias usamos e com quem trabalhamos. Tudo está mudando em um ritmo acelerado. Como organização, mas principalmente como RH, precisamos antecipar o futuro e tomar medidas para lidar com essa crise de engajamento dos colaboradores. Os dias de motivação extrínseca e colaboradores como recursos se foram. Os funcionários buscam uma experiência. Eles querem uma parte ativa na formação de seu espaço de trabalho e certamente querem uma voz, não apenas no que diz respeito ao desenvolvimento de sua própria carreira, mas em toda a cadeia de valor do RH.

O que espera da área de RH daqui para frente?

Este é um momento de grandes mudanças, mas também de grandes oportunidades para o RH se reinventar. O futuro do RH dependerá da sua própria capacidade de conduzir a transformação ágil. É preciso muita coragem e determinação para fazer isso acontecer. Não estamos falando apenas sobre a mudança de práticas e processos de RH, mas de desafiar nossas crenças e suposições subjacentes. E é importante que o RH enfrente esse desafio e tenha uma curva acentuada de aprendizado. Porque se o RH não aceitar a mudança, as equipes de transformação ágil assumirão o controle, deixando o RH fora do circuito. O business agility não é apenas sobre o futuro da organização, mas também sobre o futuro do RH.

Na economia de hoje, dependemos da imaginação, da criatividade e de experiências das pessoas mais do que nunca

Como você se considera como gestor de pessoas?

Não me considero um gestor de pessoas, mas um desenvolvedor de pessoas. A Adaptworks tem pessoas incríveis e o meu foco tem sido acelerar o crescimento individual de maneira personalizada e altamente direcionada. Faço isso por meio de mentoring e orientações consistentes e personalizadas. Na economia de hoje, dependemos da imaginação, da criatividade e de experiências das pessoas mais do que nunca. O sucesso dos times depende disso e eu sei que, se ajudarmos as pessoas a desenvolver e aplicar suas forças, habilidades e interesses individuais, elas farão parte do jogo e se tornarão colaboradores altamente valiosos, não apenas para nós, mas ainda mais para nossos clientes.

Como imagina o mundo pós-pandemia?

Veremos dois tipos de mudança: imediatas e transformacional. As mudanças imediatas afetarão coisas como nosso relacionamento com o ambiente de trabalho. As pessoas não irão mais ao escritório para concluir as suas tarefas. Eles irão ao escritório para interações. O escritório se tornará um espaço altamente colaborativo, onde as pessoas poderão se reunir para serem criativas, aprender umas com as outras e se conectarem com seus colegas. Ao mesmo tempo, pressionarão os líderes e o RH a se conectarem com as elas pessoalmente, e também virtualmente para orientar seu aprendizado e crescimento. A mudança transformacional envolverá mudanças rápidas como uma nova norma. Precisamos alinhar nossos processos e práticas de RH para se ajustarem a um mundo de ritmo muito mais dinâmico. Isso mudará fundamentalmente o RH. Mas isso também significa que o RH poderá finalmente alcançar todo o seu potencial. E profissionais de RH com conhecimento e experiência em RH ágil serão muito procurados. Para empresas interessadas em iniciar o seu processo de transformação em direção ao business agility, sugiro que sigam um caminho em que garantam que todo o aprendizado possa ser convertido em resultados reais. Já para as pessoas interessadas em fazer parte desse movimento de transformação, sugiro que comecem a procurar maneiras de se atualizar; hoje, existem treinamentos e certificações do RH ágil que ajudam a encurtar essa distância e acelerar a curva de aprendizado desse novo conhecimento. Por ora, enquanto a vacina não chega, o melhor é se cuidar a aproveitar o tempo da melhor forma possível, que seja aprendendo! Torcendo para dar certo!

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