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Processos seletivos devem respeitar pessoas trans

Recrutamentos devem estimular a diversidade e a inclusão de pessoas trans e evitar perguntas indiscretas

de Débora em 20 de outubro de 2021

Participar de um processo seletivo na busca por uma vaga de emprego é sempre desafiador. Mas quando o candidato é uma pessoa trans, os desafios são ainda maiores. Sendo o Brasil um dos países que mais mata pessoas trans, o preconceito ainda faz com que trans sejam rejeitados ou tratados com indiscrição em processos seletivos.

Essa questão foi o tema central do painel “Recrutamento sem indiscrição”, do Fórum Melhor RH Diversidade e Inclusão. Transmitido ao vivo pelo YouTube, nos dias 18 e 19 deste mês, o fórum foi promovido pela plataforma Melhor RH.

Participaram do debate Patrícia Alexandre, gestora de RH da QSA Consultoria, e Márcia Rocha, idealizadora e coordenadora do TransEmpregos.

Iniciando o debate, Patrícia Alexandre levantou a seguinte questão: nossa indústria, seja ela de qualquer segmento, está preparada para a seleção e retenção do público trans? Para Márcia Rocha houve conquistas na última década, mas há muito a se avançar, especialmente no combate ao viés inconsciente de alguns gestores de RH, que faz com que candidatos sejam rejeitados.

“Acho que ainda há muito caminho pela frente, muito a ser feito, a ser discutido. Há necessidade de se enfrentar certas tentativas de retrocesso que existem também. Mas está avançando. Existem dificuldades mas, aos poucos, as empresas estão aprendendo que é necessária a inclusão”, disse Márcia.

Patrícia ressalta que o estímulo à diversidade e inclusão não deve ser restrito às empresas, mas sim à toda a sociedade. “Eu percebo que as empresas colocam muito esse projeto de diversidade e inclusão no colo do RH. Eu entendo que não é assim. É um projeto do todo, é um desenvolvimento do ser humano. O RH abraça a causa, mas sozinho não vai conseguir implementar, seja na questão LGBT, de etnia, das mulheres”, pontua Patrícia.

No debate, Márcia também deu exemplos de indiscrição no processo seletivo, que o RH deveria combater. “A pergunta que você não deve fazer é a mesma que você não faria para uma pessoa cis, hétero. Em uma entrevista, não se pergunta sobre a genitália da pessoa. São as mesmas coisas, as mesmas regras”, conclui Márcia.

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