A pandemia trouxe um desafio que até então parecia distante para as companhias: colocar todos os colaboradores de atividades não essenciais para trabalhar remotamente. A necessidade de adequação rápida de modelos de trabalho desafiou os gestores. Como gerir times remotos, manter a cultura, engajamento e resultados sem esquecer de um ponto essencial dessa equação: o colaborador?
Nesse cenário, os líderes também precisaram se reinventar. Não basta olhar uma planilha de resultados para avaliar a saúde da empresa. Agora, mais do que nunca, é preciso incluir o colaborador no centro do processo. Desenvolver um olhar empático e assumir a responsabilidade de ajudá-lo na construção de um ambiente de trabalho remoto saudável. E é aí que surgem muitos questionamentos.
Será que ele tem a estrutura mínima necessária para trabalhar? Como está a ergonomia em casa? Será que a pausa do almoço é suficiente para fazer a refeição e voltar ao trabalho para uma reunião às 14h? E como está a rotina dos que têm filhos? Será que eles precisam pedir desculpas quando uma reunião é interrompida por uma criança pedindo um pouco de atenção dos pais? Todos esses e muitos outros foram os desafios impostos aos gestores de recursos humanos e líderes.
Os benefícios da tecnologia
E como a tecnologia pode contribuir com esse RH 5.0 que coloca as pessoas no centro das ações das empresas? A transformação digital da área e a adoção de ferramentas para automação de processos, onboarding virtual, people analytics, recrutamento e seleção e gamificação geram impactos diretos na cultura das empresas e no engajamento das pessoas.
Gosto de dizer que a tecnologia permite que a empresa esteja próxima do colaborador. Ela acaba com a distância. Com processos automatizados, a área de gestão de pessoas ganha tempo para cuidar das pessoas, para olhar o que a tecnologia não pode fazer sozinha e trazer insights para o que a tecnologia pode fazer.
Outro ponto fundamental dentro das políticas de um RH 5.0 é a flexibilidade. Trabalhar não pode ser apenas cumprir o “horário comercial” a qualquer custo. A rotina em casa é desgastante e a liderança precisa aprender a identificar quando um colaborador está enfrentando alguma situação excepcional e precisa de um horário flexível.
Desafios do home-office
Precisamos entender que não estamos enfrentando uma política de home office normal, quando o colaborador podia sair de casa para confraternizar, distrair após um dia de atividades em casa. A realidade agora é que casa e escritório estão dividindo o mesmo espaço por falta de opção e sair de casa não é uma possibilidade para muitas pessoas. Qualquer atividade, por mais simples que seja, está repleta de medidas sanitárias, distanciamento e um cenário pandêmico que já ceifou mais de 460 mil vidas apenas no Brasil.
Por toda essa realidade, acredito que o RH 5.0 é uma evolução para os profissionais de gestão de pessoas. Cuidar das pessoas deve ser a nossa preocupação nesse momento. Fazer isso gera engajamento, pertencimento e resultados. Um colaborador que é ouvido e sente-se acolhido valoriza a empresa. É esse o colaborador que vai ajudá-las a obterem os melhores resultados, durante e depois do fim dessa pandemia.