Acostumada com as constantes mudanças impostas por uma sociedade cada vez mais conectada, essa geração, considerada nativa digital, está construindo modos diferentes de interação pessoal e profissional, onde características como autonomia, criatividade, agilidade e flexibilidade permitem uma melhor adaptação a situações presentes no mundo atual e que alguns estudiosos definiram como VUCA, que traduzido para o português significa volátil, incerto, complexo e ambíguo.
De acordo com estimativas da ONU, desde 2020 a geração Z ocupa mais de 20% da força de trabalho. Esse exército de pessoas hiperconectadas está contribuindo de forma efetiva na construção de novos processos corporativos e, consequentemente, novas relações entre funcionários e clientes, mudando definitivamente a cultura organizacional das empresas.
A habilidade de se adaptar às transformações tecnológicas permite que essa geração conquiste um papel de destaque nas empresas, principalmente naquelas que buscam um lugar de vanguarda em seus segmentos.
O fato é que está cada vez mais difícil para as empresas atrair e manter talentos dessa geração. A falta de oportunidades de crescimento profissional e poucas perspectivas de aprender novas habilidades e competências contribui para a perpetuação de uma geração que vive em constante mudança, a procura de um trabalho mais conectado aos seus interesses e propósitos de vida.
Um bom caminho é a contratação de aprendizes. Além das questões legais, possibilita a inserção de jovens e adolescentes no mundo do trabalho, por meio da educação e com foco na responsabilidade social. As empresas que participam desse programa assumem a posição de parceiras das instituições educacionais no processo de qualificação desses jovens, oferecendo a eles oportunidade de ingresso no mercado de trabalho e contribuindo para seu desenvolvimento pessoal e profissional.
A Lei do Aprendiz (Nº 10.097/2000) estabelece que as empresas devem contratar e matricular em cursos de aprendizagem o número de aprendizes equivalentes a no mínimo 5% e no máximo 15% do total do seu quadro de funcionários, cujas funções demandem formação profissional.
São muitas as vantagens dessa parceria com as instituições educacionais, dentre elas destaco:
· Qualidade na formação;
· Sintonia com políticas públicas para a juventude;
· Desenvolvimento de capacidades básicas para o exercício do trabalho, alinhado às necessidades do mercado;
· Flexibilidade de alocação dos aprendizes em diferentes áreas da empresa;
· Vínculo com a comunidade;
· Valores de cidadania agregados à imagem.
Mas é preciso ficar atento e escolher instituições que melhor se alinhem com a missão e valores de sua empresa. Uma boa dica é conversar com empresas que já possuem essa parceria e verificar se estão satisfeitas.
Além disso, não esqueça da lição de casa, pois bons profissionais da geração Z valorizam empresas que adotam uma perspectiva mais flexível e fluída das três dimensões principais do trabalho: o local de trabalho, as pessoas ou equipes e o trabalho propriamente dito.
Nesse sentido buscam fluidez nos contratos de trabalho, ou seja, a possibilidade de ser freelancers e CLT ao mesmo tempo. A combinação de estabilidade e flexibilidade é considerada o modelo ideal. Valorizam a colaboração entre pessoas e equipes e, por fim, horários flexíveis e menos hierarquia são diferenciais destacados por eles.
Outra motivação é a criação de propósitos alinhados aos objetivos de vida dessa nova geração. Meio ambiente, diversidade, inovação, democratização são valores fundamentais para eles.
As empresas que forem ágeis em entender o potencial de contribuição que a Geração Z poderá trazer para seus negócios, logo perceberão que a transformação que hoje está em curso, será vista com saudosismo em pouco tempo.