Modalidade freelance cresce 80% e é uma alternativa para os pais que querem passar mais tempo com seus filhos; é possível economizar até 15 dias do ano fugindo do trânsito

Segundo pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 39% dos brasileiros passam mais de uma hora no trânsito, nas cidades com mais de 100 mil habitantes, para se deslocarem cotidianamente. Além da jornada de trabalho de dependência tradicional, muitos brasileiros ainda possuem filhos para cuidar quando retornam para casa.

Essa rotina, caracterizada muitas vezes pelo estresse e relacionada à qualidade de vida das pessoas, abriu caminhos e possibilidades para driblar a falta de tempo com as crianças e alguns pais encontraram no trabalho freelance a vantagem para passarem mais tempo com seus filhos.

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É o que mostra o Relatório do Trabalho Independente e Empreendimentos, realizado pela Workana, plataforma que conecta freelancers a empresas da América Latina, já que 44,6% dos freelancers têm filhos. Em média, aproximadamente 334 mil dos freelancers brasileiros que são pais, trabalham em casa. Por isso, passar mais tempo dentro do lar e, consequentemente, com os filhos, é uma alternativa para acompanhar e participar mais assiduamente do crescimento dos mesmos. Um dos fatores para a escolha da modalidade freelance é que 86% dos profissionais querem ser responsáveis por manejarem seus próprios horários e poderem trabalhar em suas casas.

Considerando que os 334 mil freelancers brasileiros gastariam pelo menos 1 hora por dia no trânsito, equivale a um total de 11 dias economizados ao longo do ano, e para quem tem filho em casa, trabalhar como freelancer é mais um grande benefício da modalidade.

Guillermo Bracciaforte, cofundador da Workana, aponta que a atividade freelance, que cresceu 80% em 2018, vem trazendo uma nova oportunidade para os profissionais, proporcionando mais flexibilidade e possibilidade de adaptação à rotina. “A atividade freelance permite que os profissionais continuem exercendo suas profissões, mas com mais conforto e autonomia. Com grandes empresas buscando por freelancers, as oportunidades vêm crescendo e possibilitando que aqueles que já têm mais tempo de mercado encontrem trabalhos bem remunerados e que permitam um bom desenvolvimento profissional”, analisa.

Um pai que representa esse cenário é Miguel de Almeida, de 38 anos, pai de 2 crianças, e designer que atua como freelancer há aproximadamente um ano. Ele conta que, utilizando a plataforma para complementar sua renda, conseguiu uma estrutura para ter mais qualidade de vida e ficar mais tempo com a família. “Ao me tornar freelancer, tive a possibilidade de enxergar um horizonte, pois potencializei meus ganhos com os trabalhos extras e consegui uma folga nas finanças para curtir mais a família”, aponta Miguel.

Já Fernanda Alvarenga é jornalista e trabalha como freelancer há 9 anos, produzindo conteúdos para agências de publicidade e comunicação. “Quando minha filha fez 6 anos e começou a cursar o Ensino Fundamental I, eu optei em deixar o ambiente corporativo, em um cenário em que eu saía de casa às 6h e voltava às 21h, para acompanhar seu crescimento de perto. Eu já era mãe solo e morávamos sozinhas, não me parecia correto deixar uma criança com babá durante muito tempo ou contar com o suporte de familiares. Da mesma forma, a ideia em deixá-la em um colégio integral me incomodava.” conta a profissional.