Inovação

Troca de ideias e boas práticas impulsionam a inovação em gestão de pessoas

Ao reconhecer e compartilhar boas práticas, iniciativas como o Melhor RH Innovation reforçam que a verdadeira inovação está nas conexões que transformam a gestão de pessoas

de Priscila Perez em 23 de janeiro de 2025
Inovação em gestão de pessoas3 Foto: imagem gerada por IA - DALL·E

Inovação é, sem dúvida, uma das palavras mais cobiçadas no vocabulário corporativo. Mas, afinal, o que significa inovar? Em gestão de pessoas, a inovação raramente tem a ver com soluções mirabolantes ou tecnologias que parecem saídas de um filme de ficção científica. Na maioria das vezes, são ideias aparentemente simples, mas poderosas o suficiente para engajar os colaboradores e transformar a forma como as equipes trabalham.

O problema é que, em um mercado onde os bons exemplos ainda têm pouca visibilidade, essa palavrinha acaba sendo vista como um “privilégio” das grandes corporações, algo distante e disruptivo demais para um setor que frequentemente lida com orçamentos enxutos. Não por acaso, em lugares onde o RH atua apenas como executor de processos, falar em inovação soa quase fora de contexto – infelizmente.

Mesmo assim, muitos líderes já reconhecem a importância da inovação para a sobrevivência das empresas; o desafio é que isso não basta para transformar a gestão de pessoas. Fortalecer o pensamento criativo exige mais do que reconhecer sua relevância no mundo corporativo – tem a ver com criar espaço para questionar padrões e pensar diferente. E sem um RH estratégico, capaz de alinhar pessoas às estratégias do negócio, qualquer tentativa de transformação estará fadada ao fracasso.

Fórmula da inovação

Se existisse uma receita para a inovação, ela certamente incluiria ingredientes como autonomia, experimentação, bem-estar, adaptabilidade e personalização. Mas nada disso faria sentido sem a colaboração, que é a base para transformar intenções em ações. Dentro das empresas, é essa troca de ideias que sustenta todo o ciclo da experimentação – do errar ao tentar novamente. Algumas organizações já entenderam isso e levam essa lógica bem a sério, como mostramos em outras ocasiões.

Mas surge uma questão inevitável: se a colaboração é tão eficaz internamente, por que não aplicá-la em uma escala maior, dentro do ecossistema de Recursos Humanos? Quando as organizações colaboram entre si, compartilhando aprendizados e práticas que deram certo, esses ingredientes deixam de ser conceitos abstratos e se tornam parte de um movimento coletivo. Assim, essa troca contínua torna a inovação mais acessível, provando que não se trata de conquistas isoladas, mas de construir, juntos, soluções que possam garantir um futuro mais inovador e humano em gestão de pessoas.

Inovação em gestão de pessoas
Foto: imagem gerada por IA – DALL·E

Reconhecer boas práticas para transformar o mercado

Em resumo, boas ideias não foram feitas para ficar escondidas. Em um mercado movido a criatividade e resultados, o reconhecimento de práticas inovadoras é essencial para inspirar outras empresas. No entanto, como muitas iniciativas acabam ficando limitadas às paredes das organizações, projetos como o Melhor RH Innovation se tornam fundamentais para dar visibilidade às marcas e aos profissionais que estão na vanguarda – explorando novas tecnologias, aprimorando processos e buscando soluções para os desafios do dia a dia.

Entre os 55 jurados que compõem a iniciativa está Miguel Francisco Feres, diretor de Recursos Humanos e Sustentabilidade na Faber-Castell Brasil. Para ele, o Melhor RH Innovation funciona como uma vitrine do que há de mais relevante na área, além de promover um ciclo virtuoso de aprendizado e transformação. Ele destaca que o reconhecimento de boas práticas é fundamental para disseminar o conhecimento e impulsionar mudanças no mercado. “O sucesso deve ser difundido e não segregado”, afirma Miguel, reforçando que o compartilhamento de soluções aplicadas em contextos reais amplia o impacto positivo e cria oportunidades para networking e benchmarking entre os profissionais.

Miguel Francisco Feres, da Faber-Castell Brasil

Além disso, ele também destaca como a iniciativa busca corrigir um dos maiores problemas da área de Recursos Humanos: a falta de visibilidade para cases de sucesso na mídia especializada. “Conseguiram reunir muitas empresas e projetos interessantes que certamente darão maior visibilidade às empresas participantes e vencedoras, bem como ao valor de seus profissionais de RH”, reflete. Para Miguel, trazer essas práticas à tona é uma forma de impulsionar o setor, mostrando que a inovação em gestão de pessoas está ao alcance de todos.

Troca de experiências

Assim como ele, Rochelli Kaminski, diretora de RH da Nauterra Brasil e jurada do Melhor RH Innovation, acredita que é nessa troca de experiências que reside o verdadeiro valor da iniciativa. De fato, nenhuma empresa inova sozinha. Em um cenário onde cada organização enfrenta seus próprios desafios, trocar experiências e observar como outras empresas lidam com situações semelhantes é uma maneira poderosa de expandir horizontes. Rochelli complementa: “quando empresas de diferentes setores e tamanhos compartilham suas histórias, cria-se um ambiente rico de troca de experiências”.

No final das contas, como ela bem observa, a colaboração proporciona uma visão mais holística e multidisciplinar para as questões de RH, trazendo insights que talvez nunca surgissem de forma isolada. “E isso ajuda a construir um ecossistema de aprendizado e troca de experiências, estimulando a evolução contínua no campo da inovação e gestão de pessoas”. Segundo ela, para a maioria das pessoas, o reconhecimento público de iniciativas inovadoras funciona como um potente motor de mudança.

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Rochelli Kaminski, da Nauterra

Conectando pessoas e resultados

Já parou para pensar quantos profissionais criam práticas incríveis no dia a dia, mas acham que “não são nada de ‘mais’”? Esse pensamento é mais comum do que parece e pode ser um dos maiores obstáculos para que a inovação alcance o reconhecimento que merece, principalmente em gestão de pessoas. Muitas vezes, o que parece ser apenas uma solução prática em uma empresa tem o potencial de transformar outras organizações, mas a falta de percepção quanto ao seu impacto acaba limitando o alcance dessa ideia.

Segundo Tatiana Barrocal Porto, diretora de Pessoas na NAVA, esse é um desafio recorrente. “Muitas empresas possuem iniciativas muito interessantes, mas acreditam que elas sejam ‘básicas demais’. Para mim, o reconhecimento pode ajudar a combater a ‘síndrome do impostor’ que vejo presente em profissionais de RH”, analisa a executiva, que também é jurada da premiação. Dessa forma, iniciativas como o Melhor RH Innovation ajudam a quebrar essa barreira e incentivar mais empresas a compartilharem suas experiências.

No entanto, Tatiana reforça que o compartilhamento de boas práticas precisa vir acompanhado de uma reflexão cuidadosa sobre sua aplicação. Para ela, exemplos reais podem, sim, inspirar insights valiosos e oferecer “atalhos” úteis, baseados nas lições aprendidas por quem já colocou essas práticas em ação. Ainda assim, o impacto só acontece quando há um entendimento claro do contexto organizacional. “Independentemente do aprendizado, é fundamental que cada profissional de RH entenda o contexto da sua empresa e faça as devidas adaptações com base na cultura, planejamento estratégico e nível de maturidade. O famoso ‘copia e cola’ pode não gerar os resultados esperados”, alerta Tatiana. Ou seja, até mesmo as melhores ideias podem perder força ao serem aplicadas de maneira genérica.

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Tatiana Barrocal Porto, da NAVA

Um ecossistema fortalecido pela colaboração

Mais que uma palavra da moda, a colaboração é o motor que transforma a inovação em gestão de pessoas em algo sustentável. Dentro das empresas, colaborar vai além de trabalhar em equipe; significa criar espaços para errar, ajustar e tentar novamente, compreendendo que esses passos são partes naturais do aprendizado. Já entre organizações, a colaboração conecta visões e práticas diferentes, gerando um ecossistema mais eficiente e dinâmico.

Também jurado do Melhor RH Innovation, Renato Rovina, diretor de RH do Banco BNP Paribas Brasil, acredita que a colaboração e o compartilhamento de ideias são práticas fundamentais para fortalecer o setor. Segundo ele, iniciativas como a premiação ajudam a preencher uma lacuna importante na área, tendo em vista que nem todos os profissionais de RH têm acesso a grupos de networking estruturados. “Essa troca de ideias e práticas é uma das melhores formas para que os profissionais de RH aprendam como o mercado tem se comportado e evoluído em diferentes práticas”, observa o especialista.

Renato Rovina, do BNP Paribas Brasil

Renato também destaca que o impacto dessas práticas vai muito além das organizações. “Fomentar as melhores práticas de inovação não ajuda apenas a profissão de Recursos Humanos, mas transforma a sociedade como um todo”, reflete. Nas suas palavras, quando os empregadores se tornam mais acolhedores e cuidam melhor das pessoas, eles criam um ciclo virtuoso que beneficia todos os envolvidos. Para ele, no fim das contas, todos ganham: as pessoas, as organizações e o mercado de trabalho como um todo. “Estar entre os premiados é uma demonstração de quanto aquela empresa se preocupa com suas pessoas e quer oferecer uma melhor experiência para elas. Portanto, este não é só um prêmio para o RH”, finaliza.

Jurados falam sobre sua experiência no Melhor RH Innovation

“Fiquei muito feliz e honrado com o convite para integrar o painel de jurados desta importante iniciativa. Minha experiência no processo foi muito positiva e fiquei especialmente contente ao ver cases de todo o país inscritos, o que demonstra que boas ideias e inovações não saem apenas dos tradicionais grandes eixos econômicos. Os cases avaliados ressaltam, ainda, a criatividade dos profissionais da área de RH e seu alinhamento com a realidade e as exigências do negócio. Sobre o desenvolvimento deste banco de cases pela Melhor RH, vejo inúmeros benefícios. Um dos mais importantes é que ele dará aos profissionais da área, independentemente do nível e dos anos de experiência, acesso gratuito a um incrível acervo de melhores práticas de recursos humanos que podem servir de inspiração e base para novos projetos. E o mais bacana é que são casos reais, já testados pelas empresas com resultados bem-sucedidos e podem ser mais facilmente ajustados e adaptados” (Renato Rovina, diretor de RH do BNP Paribas Brasil)

“Foi uma experiência muito positiva e uma oportunidade para aprender através de cases bastante interessantes. Considerando o cases que eu avaliei, percebi uma preocupação muito grande das organizações com a parte de capacitação e desenvolvimento dos seus colaboradores e, para mim, o maior desafio é conceituar de maneira adequada inovação e originalidade. Digo isso pois, ao mesmo tempo que a maior parte das iniciativas compartilhadas já são práticas adotadas por algumas empresas há um certo tempo, entendo que elas continuam tendo um grande grau de relevância, e que muitas empresas ainda estão em um processo de amadurecimento das suas práticas de RH.” (Tatiana Barrocal Porto, diretora de Pessoas na Nava)

“Foi uma oportunidade única de observar como as organizações estão inovando na forma de trabalhar, engajar colaboradores e criar ambientes de alta performance. Critérios: criatividade, impacto nos resultados. Sem dúvida, ter um banco de cases é uma ferramenta de enorme valor para o RH, especialmente no contexto de transformação e inovação que estamos vivendo. Ao reunir casos práticos e bem-sucedidos de diversas organizações, essa plataforma proporciona uma rica fonte de aprendizado e inspiração, facilitando o acesso a boas práticas e soluções criativas que já foram testadas e validadas no mercado.” (Rochelli Kaminski, diretora de RH na Nauterra Brasil)

“A experiencia foi a primeira nesse gênero e achei superinteressante, além de agregadora ao meu aprendizado. Busquei entender coisas diferentes do usual do tipo e trazer novidades aos processos do negócio e/ou trazer tecnologia para melhoria dos processos do próprio RH ou gestão de pessoas. Ao colocar à disposição dos profissionais de RH e suas organizações esses cases de sucesso, farão uma ação extraordinária em termos de compartilhar, incentivar e acima de tudo colaborar para que outras pessoas tenham acesso para aplicar em suas organizações a ponto de incentivar um número muito maior a cada ano na participação do programa.” (Miguel Francisco Feres, diretor RH e Sustentabilidade na Faber-Castell Brasil)

Ficou interessado no Melhor RH Innovation? O evento de premiação está previsto para o dia 11 de março. Clique aqui para conferir a shortlists com os finalistas.

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