De acordo com a edição do ano passado da Pesquisa dos Profissionais Brasileiros da Catho, que traça um panorama sobre contratação, demissão e carreira dos profissionais do país, 90,3% dos brasileiros afirmaram ter dedicado tempo ao aumento de seu conhecimento, seja investindo em graduação, curso de idiomas, ou até mesmo cursos técnicos e especializações.
O estudo, feito com 26.459 respondentes de todo o Brasil, mostrou que, quando o assunto é a quantidade de horas dedicadas à atualização e ao aprimoramento, a média de tempo sofreu um aumento com relação a 2013: naquele ano, o brasileiro dedicava, em média, três horas por semana para atualizar e aprimorar seus conhecimentos, já em 2014 esse número subiu para 3,7 horas por semana.
A pesquisa revelou também que 51,1% dos entrevistados estavam matriculados em algum curso, sendo que a maior parte (37,4%) investia tempo em uma graduação. Cursos de idiomas, com 27,6%, e técnicos, com 12,1% das respostas, completaram o TOP 3 dos cursos mais escolhidos para atualização e aprimoramento do conhecimento.
“O aprimoramento profissional é cada vez mais importante em um mercado altamente competitivo. Os cursos de graduação, idiomas e especializações são elementos que completam e evidenciam os profissionais, além de serem excelentes meios de networking”, explica Luís Testa, head de Pesquisa e Estratégia da Catho.Um levantamento do British Council, também de 2014, chamado Demandas de Aprendizagem de Inglês no Brasil, elaborado com exclusividade para a organização pelo Instituto de Pesquisa Data Popular, mostrou que no Brasil 5,1% da população de 16 anos ou mais afirmava possuir algum conhecimento de língua inglesa. Especialistas, professores e até mesmo o governo reconheciam que o ensino de inglês na educação básica, privada ou pública, não consegue formar estudantes com um bom nível de proficiência.
Ainda de acordo com o levantamento, o domínio de uma língua estrangeira aparece entre as principais competências profissionais mais valorizadas pelas empresas. Para 50% dos gestores de RH de países como Brasil, Colômbia e México, o domínio do inglês é uma ferramenta importante para a ascensão de seus colaboradores. O estudo também aponta que 66% acreditam que o domínio do idioma é relevante para relacionar-se com contatos no exterior.
No entanto, apesar da importância de falar em outro idioma, a pesquisa traz dados sobre os principais motivos que ajudam ou fazem com que uma pessoa interrompa um curso. O item mais citado como primeira razão para deixar de lado as aulas é a falta de tempo, primeira menção para 37% das pessoas que responderam à pesquisa. No total de menções, esse motivo soma quase metade das respostas (48%). E qual a razão para que uma pessoa não faça um curso? A principal razão, mais citada em primeiro lugar, é a falta de tempo (72% no total de todas as menções).
Para driblar esse empecilho, muitas empresas recorrem ao ensino de idiomas in company. No entanto, em um ano de redução de custos, será que o investimento nessa modalidade ainda se mantém? Para responder a essa questão, MELHOR ouviu as principais empresas desse segmento.
Aposta na capacitação |
“A princípio, a redução de investimentos se deu no número de colaboradores de nossos clientes. Algumas empresas deixaram de investir em políticas de treinamento e idiomas, no entanto, nosso modelo de negócios a custo zero para as empresas tem tido muita procura. Nos casos em que encontramos uma diminuição no investimento em políticas de idiomas, o Yázigi tem facilitado a vida das empresas oferecendo nossa política de idiomas a custo zero para elas. É muito importante que as empresas dediquem horas de capacitação para seus colaboradores, e o Yázigi já o faz há décadas com suas equipes de professores e profissionais. Estamos levando um modelo de negócios que ajuda a capacitar os colaboradores de nossos clientes, preparando-os para o mercado mundial, sempre com treinamentos e aulas de Business English In Company e em nossas unidades, principalmente em São Paulo e Grande São Paulo. “
Jorge Eduardo de La Jara Raygada, Sales & Business do Yázigi |
Colaborador valorizado |
“Muitas das empresas que se interessam pela capacitação de idiomas in company são multinacionais. Elas têm orçamento em dólares e com a alta da moeda, o orçamento aumenta consequentemente. Então a crise se fez oportunidade para nós; tivemos recorde de vendas este último mês. Há uma frase que diz “Você acredita que é caro treinar seu colaborador? Experimente não treiná-lo para ver quão caro pode ser para a sua empresa”. Ter colaboradores treinados tem várias vantagens, começando por uma mão de obra mais bem qualificada, passando pelo benefício que o colaborador tem quando é treinado e como ele reflete sobre esse benefício, quando recebe uma proposta de trabalho, e finalmente, a percepção também desse colaborador sobre como a empresa o vê.”
Renata Montenegro de Menezes, Corporate Sales Manager da Wall Street |
Hora de oportunidades |
“O Brasil já passou por muitas crises. A atual é mais uma delas. Mas, ​pela primeira, atravessamos um período de retração econômica geral sem redução de investimentos por parte de nossos clientes. Ao contrário: tivemos um crescimento no faturamento, mesmo que modesto, de 5%. Vejo como principal razão o fato de as empresas terem amadurecido. Os tomadores de decisões passaram a enxergar mais claramente que o treinamento de idiomas é um investimento de longo prazo, de 5 a 10 anos em razão do turnover, e que não se pode abrir mão dele sob o risco de comprometer os negócios no futuro. A ​ redução ou interrupção do investimento em treinamento de idiomas não só compromete os recursos já alocados no passado para esse fim, ​tendo em mente tratar-se de um processo de longo prazo, ​mas também reflete muito negativamente no ambiente de trabalho.​ Fora isso, é relativamente ​menos oneroso que outros benefícios comumente oferecidos pelas empresas a seus funcionários, gerando dividendos diretos, devido à melhor qualificação da equipe, e indiretos, por meio de uma política de valorização dos recursos humanos.”
Lúcio Sardinha, CEO da Up Language Consultants |
Readaptação |
“No atual cenário econômico, houve redução de investimentos em cursos de idiomas in company por parte dos clientes. Nossa estratégia é resignação e adaptação à realidade econômica. Por exemplo, há um grande cliente corporativo que, dada a queda prevista e real de vendas no varejo, a matriz pede para cortar treinamento com uma receita menor. Se a capacitação estiver diretamente ligada à receita, creio que empresas de porte, como nossos clientes, não deixarão de investir em seus líderes.”
Marcelo Teixeira, diretor de cursos e projetos corporativos da Manhattan Village |
Inglês a distância |
“No atual cenário econômico, também tivemos redução de investimentos nos cursos. Para este ano, nossas estratégias são os cursos blended: 50% on-line e 50% presencial, que são mais em conta que os cursos 100% presenciais e já provamos que são tão efetivos quanto os presenciais. Além de darem maior flexibilidade para os colaboradores, pois têm só um dia na agenda fixa. A aula on-line ele faz quando quiser, contanto que seja antes da próxima aula presencial. Já temos um produto testado e aprovado e em uso há 2 anos. Aprender um idioma é um processo de vários anos e, se a empresa reduz investimentos agora, quando a economia voltar a se aquecer, não terá a equipe capacitada e perderá o timing. Especialmente agora, com o real desvalorizado e o mercado exportador mais competitivo, não perder negócios por colaboradores não falarem inglês é essencial.”
Thiago Simas, coordenador de marketing da Seven Idiomas |