Vivemos a todo instante na era digital e grande parte dos processos que realizamos em nosso dia a dia foi ou está sendo dominado pela tecnologia e não seria diferente com a gestão de pessoas. Cada vez mais é possível ver processos seletivos e recrutamentos de novos candidatos sendo realizados por inteligência artificial e algoritmos que categorizam os profissionais de acordo com métricas pré-estabelecidas.
Embora a tecnologia já estivesse presente, nos últimos anos, a necessidade de se adaptar às mudanças impostas pela pandemia de covid-19, intensificou o seu uso e suas aplicações nas mais diferentes áreas. Tornou- se necessário modificar o ambiente, que antes era o escritório, para o ambiente digital. O incremento dessas novas tecnologias permitiu uma maior flexibilidade dentro das equipes para aqueles que souberam aplicá-las com sucesso; apesar dos desafios e limitações dessa mudança.
Parte fundamental do sucesso de uma dinâmica de trabalho digital é a promoção de uma mudança de cultura: pensar de forma digital; rápida, conectada; estar aberto sempre ao novo; à mudança de rota; sem paradigmas ou pré-conceitos.
Podemos aprofundar o tema ao discutir sobre a inclusão de pessoas com mais de 50 anos no mundo do trabalho. Fator que torna ainda mais necessário um trabalho cauteloso dos profissionais de RH no treinamento e desenvolvimento destes profissionais.
O levantamento feito pela consultoria Ernst & Young com a plataforma Maturi mostrou que o grupo de pessoas com mais de 50 anos já representa 26% da população. Além disso, a previsão é de que, até 2040, 57% da força de trabalho no país tenha mais de 45 anos. Este fato nos mostra uma mudança de paradigma dentro do ambiente corporativo, com quatro gerações diferentes encarando o desafio da integração com novos mecanismos da tecnologia, como a Inteligência Artificial.
Conforme levantamento do SENAI, Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial, em 15 anos, os registros em carteira para a faixa etária de 50+ cresceu mais de 50%, registrando um aumento de 110%. Esses dados, além de refletirem a pirâmide etária brasileira, reforçam que a contratação de pessoas com mais de 50 anos no mercado de trabalho não se trata mais somente de uma questão de inclusão, mas sim, o futuro do trabalho no país.
Esses profissionais, embora ainda sofram preconceito por parte de algumas empresas na contratação, tem uma gama de atributos a oferecer aos times que integram. Normalmente já construíram uma rede sólida de contatos, têm a maturidade necessária na tomada de decisões e, aliados à tecnologia e conectados às tendências, podem contribuir para um quadro de funcionários competente e diversificado.
E é neste cenário que o RH tem um papel fundamental de capacitar as equipes para lidar não apenas com novas ferramentas, mas com a construção de uma nova forma de trabalhar.
Em outras palavras, é preciso redirecionar os esforços para uma gestão que estimule a diversidade entre seus colaboradores, de forma harmoniosa e criando novas ações. Equipes diversificadas representam a pluralidade que reflete o país em que vivemos e é mais que necessário construir um espaço de igualdade, tornando a tecnologia uma forte aliada neste processo.