Ao falar de inovação, geralmente vêm à cabeça palavras como tecnologia e inteligência artificial. No entanto, tem ficado claro para as lideranças que, no caso das organizações, a verdadeira inovação também depende do aprimoramento do capital humano. Trabalhar o autoconhecimento tem sido um grande trunfo nas equipes, almejando transformações individuais e e, como consequência disso tudo, melhores profissionais, relações e resultados na empresa.
Neste aspecto, a neurociência tem ajudando as organizações a pensar no desenvolvimento dos colaboradores a partir do autoconhecimento. O tema foi fonte do painel A hora da inovação emocional, no 3º Fórum Melhor RH Confiança, realizado em janeiro deste ano, com a participação de Julia Gamba, Head de HR da Amaco Wavin; Silvana Livramento Xavier, Gerente Executiva da CI&T, e Tatiana Barrocal Porto, Head of People da NTT Data Brasil.
De acordo com, Silvana, a consciência de si mesmo possibilita o estabelecimento de relações saudáveis e a compreensão do que gera dores e gatilhos que geram reações impulsivas. “Ao desenhar objetivos globais e programas de desenvolvimento para lideranças, percebemos que investir no autoconhecimento leva colaboradores a entenderem seus valores essenciais – e quais situações seriam intoleráveis e que impediram você de ter alta performance no futuro” explica. “O ganho disso são profissionais que sabem se conectar com as pessoas ao redor.”
Segundo Julia, para que façam sentido, os programas de autodesenvolvimento oferecidos pelas corporações devem fornecer ferramentas que possam ser aplicadas no dia a dia da empresa, como testes e sessão de resultados de alinhamento. “E, no caso dos feedbacks, que sejam feitos de forma ampla, não apenas de gestor para liderado, que acaba sempre trazendo um viés da relação. Mas que seja, também feito por pessoas de outras áreas e pares, trazendo novas percepções que, às vezes, nem o gestor percebe”, sugere.
Estimular reflexões sobre a missão de vida, mesmo quando está desconectada do trabalho, ou estimular análises sobre momentos em que o profissional se destacou, positiva ou negativamente, num projeto também traz novas percepções na jornada daquela pessoa, segundo Julia. “Temos uma área, dentro de People, focada em destravar o potencial das pessoas de liderança através de cursos, conteúdos, treinamento, curadoria de conteúdo, formação, sessões de mindfulness. Tudo isso está profundamente relacionado ao autoconhecimento e faz muita diferença na empresa.”
Para Tatiana, focar no autoconhecimento significa retomar o lado humano das relações: e isso é fundamental para a promoção do bem-estar nas corporações. “Colaboradores que não se sentem à vontade para serem autênticos, sem espaço para correr riscos, não se sentem seguros para trazer novas ideias. A empresa que quiser sobreviver no futuro precisa estar atenta à conexão que existe entre inovação e bem-estar”, diz.
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