O movimento do ESG é cada dia mais fundamental para uma comunicação interna mais efetiva e empática, principalmente durante a pandemia. A sigla rende resultados positivos entre a liderança e os colaboradores e a sobrevivência das empresas que não adotam o movimento é inviável.
Segundo Adélia Chagas, Diretora sênior da LLYC, um ponto que foi ressaltado durante a pandemia foi a mobilidade e acessibilidade para os colaboradores. Mas, além disso, outro ponto muito discutido e levantado foi a comunicação.
Adélia participou do “Fórum Empresas que melhor se Comunicam com Colaboradores”, promovido pela Melhor RH, em parceria com a Negócios da Comunicação, no painel “A palavra que transforma”. Estavam também presentes Livia Desenso, Head de RH da Nexa e Mariana Lemos, Gerente Sênior de Comunicações da Unisys.
Desafios na pandemia
De acordo com Adélia, um dos desafios da comunicação interna é a medida da informação. Isso porque o colaborador é vítima da infoxicação. Em um pequeno espaço de tempo, ele é bombardeado de informações.
Ainda segundo Adélia, existe o funcionário ativista. O desejo do funcionário ativista é que o que a empresa prega para o público de fora, seja o que a empresa pregue para o público de dentro, nada menos do que coerência. Adélia citou o caso da Amazon, quando o social se demitiu, pois os valores da empresa não eram os mesmo dentro e fora.
Outro desafio gerado pela pandemia foi “como se comunicar?”. Visto que no escritório todos possuem uma experiência e oportunidades igualitárias, mas em home office as situações são diferentes e desiguais. Mariana cunhou como o termo “paridade digital”, isto é, a experiência igual no home office.
Mariana ressalta a importância do mesmo “ponto de partida”, ou seja, todos os colaboradores devem ter a mesma experiência, seja ela que está em seu escritório ou seu chefe que está em um escritório no Texas. “Não dá para a gente falar de comunicação, sem dar para as pessoas as ferramentas para que elas tenham as mesmas experiências. E isso passa por uma questão de governança e uma cultura de comunicação dentro de uma empresa”.
ESG potencializado pela pandemia
Na Nexa existe o programa “Pluralidade”, que consiste na diversidade e inclusão. O movimento já existia antes da pandemia, cerca de 2 ou 3 anos, no entanto foi potencializado pelo período pandêmico, pois, de acordo com Lívia, cada um pode fazer do seu jeito. Visto que o projeto engloba não só questões de gênero, identidade, mas sim uma questão de mindset. “É trazer as experiências de fora para dentro”.
“Quando eu trago uma pessoa inteira para dentro da organização, conseguimos ter um engajamento muito maior e uma aderência na cultura, seja no online ou no presencial. O movimento do ESG só nos ajudou como comunicadores nesse momento de pandemia”, conta Lívia. O movimento potencializou práticas que já existiam nas empresas.
Papel do comunicador
Para Mariana, o papel do comunicador é assumir um papel de hub, pois a sigla ESG é nova, porém as práticas são antigas e as empresas vão se atualizando ao longo do tempo. A pergunta que fica é: o que existe nas organizações que atendem o investidor ativista e o funcionário ativista?
Vale lembrar que o investidor ativista é aquele que cobra a sigla ESG, pois dá lucro.
Na Unisys, há treinamentos anticorrupção, contra assédio e discriminação. Tais treinamentos passam a mensagem de que a empresa não abre mão de valores indiscutíveis, segundo Mariana.
A descentralização da comunicação
Abrir espaços de diálogos foi fundamental. Os espaços de diálogos, para Lívia, já ganharam seu lugar na cultura da empresa. Possibilitar a existência de um lugar para as pessoas falarem de suas experiências é essencial para que as empresas sobrevivam nos dias de hoje.
“A evolução da comunicação é exatamente essa descentralização. Hoje todos os líderes são comunicadores, assim como os colaboradores. Nosso papel como comunicadores é dar ferramentas que possibilitem esse fluxo não só de informação, mas também de comunicação”, explica Lívia. Para ela é necessário essa descentralização da comunicação para que haja uma evolução e uma comunicação estratégica, afinal. “E é um caminho sem volta”, complementa Adélia.
Na visão da Mariana a comunicação tornou-se mais uma espécie de gestão de projetos, pois os profissionais pautam as questões relevantes para as empresas e a partir disso os resultados são coletados.
Proximidade: tão perto e tão longe
“Em pouco tempo, nunca estivemos tão próximos e tão longe das pessoas”, comenta Adélia. Estar na casa dos colaboradores trouxe uma sensação de proximidade, pois conhecemos outros lados que não estavam expostos no escritório.
Para Livia, essa proximidade traz responsabilidade para os dois lados, tanto para a empresa quanto para o colaborador. A quebra de barreiras possibilita que o colaborador assuma um maior protagonismo e autonomia.
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O Fórum Empresas que Melhor se Comunicam com Colaboradores é um co-branding entre as plataformas Melhor RH e Negócios da Comunicação. Quer conferir todos os debates e conversas do evento?
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