“Com o home office, o trabalho híbrido e o conceito de work from everywhere, o próximo colega de projeto ou o melhor talento da sua equipe podem ter como terra natal qualquer cidade do país ou do mundo”, entende Fernando Mantovani, diretor-geral da consultoria Robert Half para a América do Sul.  Ao menos é o que se pode concluir da última edição do Índice de Confiança Robert Half (ICRH). Movimento que, segundo o executivo, parece contribuir com o aumento da diversidade cultural nas empresas, sobretudo para aquelas que conseguem engajamento e integração de suas equipes multiculturais e multinacionais.

Segundo o levantamento, 73% dos recrutadores afirmaram considerar candidatos de outras localidades para o preenchimento de vagas, enquanto 64% revelaram ter efetivamente contratado profissionais de outras regiões ao longo do último ano. Do outro lado do balcão, a resposta a essa demanda é afirmativa: Entre colaboradores permanentes, profissionais contratados para projetos especializados e pessoas desempregadas, mas que estão em busca de novas oportunidades, as porcentagens dos que aceitariam concorrer a vagas em localidades distantes das suas atingem expressivos 92%, 96% e 91%, respectivamente.

Entre os 73% dos recrutadores que afirmaram considerar candidatos de outras localidades para o preenchimento de vagas, 29% apontaram que não ofereceriam oferta de apoio para mudança de cidade, 22% disseram que cogitam a contratação apenas para trabalho remoto e 21% reforçaram considerar candidatos de fora, inclusive com a oferta de apoio para a mudança, caso necessário.    Já entre os 64% que efetivamente realizaram contratações dessa natureza ao longo do último ano, 43% indicaram que os contratos se deram no modelo presencial, 35% no modelo híbrido e 22% no modelo integralmente remoto.  

Dificuldades no percurso

Adaptação à cultura local e corporativa apareceu como principal desafio de integração nesse tipo de contratação, segundo 63% dos recrutadores ouvidos no estudo. Depois vem a geração de aproximação com o time (52%) e o tempo necessário para a adequação do profissional ao fluxo de atividades (44%). Em quarto lugar, na opinião de 37% dos entrevistados, está a promoção de momentos de interação em um contexto de trabalho remoto.

“Promover uma integração cuidadosa é parte primordial de um trabalho de retenção eficiente, especialmente ao lidar com pessoas de outras localidades. As organizações que conseguirem incorporar novos profissionais, trabalhando a sua cultura amplamente, se destacam e se fortalecem como marca empregadora, aspecto fundamental para a atração e retenção dos melhores talentos do mercado. Além disso, agregando entre os seus valores a diversidade e inclusão, as pessoas tendem a permanecer mais tempo na companhia, reduzindo com isso as taxas de turnover”, completa o executivo.