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Conscientizar para incluir a pessoa com deficiência

O gestor que não está sensibilizado e informado com a inclusão de PcD dificulta as ações da área de Recursos Humanos da empresa

Em ambiente corporativo, não são raras as vezes que nos deparamos com situações de difícil entendimento e administração quando o tema é PcD – sigla que define a “pessoa com deficiência”. Mas PcD é muito mais que só uma sigla. Trata-se de uma necessidade latente por inclusão, um chamado para a igualdade e oportunidade.

O gestor que não está sensibilizado e informado com a inclusão dificulta as ações do RH. Ele quer um deficiente auditivo que ouça. Que um deficiente visual enxergue. Que uma pessoa com deficiência física não tenha nenhum comprometimento motor. E que uma pessoa com deficiência intelectual não tenha limitações.

Cobrança

Infelizmente, ainda vivemos situações em que na maioria das vezes o PcD é mais cobrado do que as pessoas sem deficiência – mesmo que esta cobrança seja velada. São exaltados por seus erros, limitações e condutas que qualquer um poderia ter. Se cumpre suas atividades e rotinas não fez mais que a obrigação. Se não cumpre é porque é um PcD.

Mas muitos gestores esquecem que a maioria das pessoas com deficiência as adquiriram ao longo de sua vida, e na maioria das vezes por meio de acidentes e violência urbana. Vivendo em São Paulo, uma megalópole, por exemplo, com certeza cada um de nós pode se tornar uma pessoa com deficiência a qualquer momento. Inclusive, infelizmente, em tempos de pandemia, já está mais que comprovado que as consequências a longo prazo da doença podem também afetar brutalmente a condição física e motora de uma pessoa.

Programas de inclusão

Isso não vai retirar dos novos PcDs suas competências e qualidades profissionais, mas urgentemente precisará sim de acessibilidade como um todo para continuar desempenhando suas funções. Então o atual hoje dos PcDs pode ser o amanhã de qualquer um de nós.

E daí se torna ainda maior a importância de programas de inclusão e da contratação de pessoas com deficiência nas empresas, a qual já era grande. Neste aspecto, cabe ao RH um papel estratégico e de destaque na inclusão da diversidade, garantindo que as admissões não sejam feitas apenas para cumprir uma lei, mas sobretudo, para de fato ser inclusivo. A responsabilidade é de todos.

Motivação

Aqui vai um dado que pode ser um incentivador para os capitais humanos: a inclusão de pessoas com deficiência pode motivar outros colaboradores. Sim! Uma empresa que mostra valores positivos e inclusivos em sua missão, consegue engajar seus funcionários. Uma pesquisa americana mostra que 84% das pessoas não veem sentido ou valores éticos em suas empresas, por isso, não se engajam em seus trabalhos.

A partir do momento em que uma empresa se mostra preocupada com a sociedade, se mostra responsável por melhorar a qualidade de vidas e começa a se posicionar de forma ética e correta, ela passa a ser um referencial de valor e um lugar em que as pessoas estão motivadas na filosofia de rotina da empresa. Consequentemente aumento da produtividade, qualidade e inovação.

Uma empresa não se limita a apenas benefício econômico para um país, mas ela influencia na política, sociedade, sustentabilidade e qualidade de todo uma região, por isso, ter a participação de pessoas com deficiência não é uma obrigação, muito menos solidariedade, mas sim um dever de dar a oportunidade daquela pessoa PcD ser um indivíduo semelhante a todos.

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Mário Andreoli

Secretário Executivo do Instituto Singular de Talentos e Consultor do Instituto Hippocampus de Psicologia