O Brasil responde, hoje, por 10% dos empregos verdes do planeta, ocupando o segundo lugar no ranking mundial, com vagas no setor energético, majoritariamente, segundo levantamento da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena). O país perde apenas para a China, que detém 42% dos postos de trabalho sustentáveis. Na América Latina, a expectativa é de que 15 milhões de vagas sejam criadas até 2030, sendo o mercado brasileiro o líder desse processo.
A tendência por aqui é mesmo de crescimento, de acordo com outra pesquisa, realizada pelo Empregos.com.br, portal brasileiro de recrutamento e seleção, cuja amostra representa esse movimento. O número de empregos verdes no Brasil aumentou 99% nos últimos três anos, passando de 216 em junho de 2020 para 430 este mês. São Paulo (48%), Rio Grande do Sul (8%) e Minas Gerais (7%) são os estados que oferecem mais oportunidades.
Dentre as funções que exigem habilidades verdes, cinco se destacam pelo crescimento acelerado entre 2020 e 2023, nos setores de energia, engenharia, mineração, químico e industrial. São elas: coordenador de meio ambiente (R$ 5.000), engenheiro ambiental (R$ 4.780), técnico em meio ambiente (R$ 2.210), assistente de governança (R$ 1.960), estagiário em meio ambiente (R$ 1.200).
“Considerando que quase metade do valor de mercado de uma grande empresa é determinado por sua reputação, ter uma equipe dedicada a criar processos sustentáveis e tornar as empresas responsáveis é essencial para companhias que desejam continuar lucrando”, avalia Tábata Silva, gerente do Empregos.com.br.
Sobre as habilidades necessárias a esses profissionais, “quem tem interesse espontâneo por ações sociais sairá na frente”, entende Tábata. “Esses profissionais tendem a ser mais solidários e empáticos, o que ajuda a desenvolver produtos e serviços sustentáveis que resolvam as demandas da sociedade.”
Conceito antigo
A definição de “emprego verde” não é nova e não se dirige apenas a postos de trabalho em setores específicos da economia produtiva. Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), para ser caracterizado dessa forma, deve contribuir para melhorar a eficiência energética e das matérias-primas; mitigar efeitos das mudanças climáticas, contribuir para restaurar e conservar ecossistemas, entre outras possibilidades sustentáveis.
A ‘onda verde’ no mercado de trabalho também vem se desenhando há tempos. Segundo o Fórum Econômico Mundial (WEF, na sigla em inglês), o movimento vem crescendo e deve criar vagas para quase 70 milhões de “talentos verdes” em todo o mundo nos próximos 5 anos.
Novas gerações não se identificam
A despeito do crescimento das vagas verdes, cerca de 24% dos profissionais brasileiros das gerações Z e millenial não acreditam que as empresas estejam impactando positivamente o meio ambiente no Brasil, segundo estudo recente da consultoria Delloite.
Mesmo que eles acreditem no poder de impactar a sociedade das organizações, muito ou razoavelmente (sendo 68% da geração Z e 70% dos millennials os entrevistados com essa percepção), no quesito sustentabilidade as empresas estariam deixando a desejar.
Os empregadores brasileiros, contudo, precisam estar atentos: 31% da geração Z e 35% dos millennials dizem que já rejeitaram uma tarefa ou um potencial empregador com base em suas éticas ou crenças pessoais.
“Essas informações são essenciais para as organizações que desejam criar culturas positivas e engajar efetivamente esses jovens profissionais”, destaca Dani Plesnik, líder de Talent da Deloitte. “É fundamental e urgente que as organizações escutem e se adaptem às necessidades e expectativas dessas gerações.”
*Com informações das assessorias de imprensa