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Equação completa: saúde física e mental

Discutir temas como saúde mental, depressão, ansiedade e suicídio são importantes, sobretudo em espaços corporativos, mas ainda é um tabu

de Jussara Goyano em 2 de setembro de 2021

Segundo uma pesquisa do LinkedIn, 62% dos colaboradores remotos estão mais ansiosos e estressados, 39% se sentem sozinhos, 43% praticam menos atividades físicas e 30% se dizem estressados pela ausência de momentos de descontração no trabalho. O que reforça a importância da discussão sobre saúde mental em espaços corporativos. 

“As pessoas produzem e engajam mais quando estão felizes. Aos poucos as empresas vão rompendo esse tabu. A saúde mental é a base de uma vida saudável”, afirma Lais Perazo, Diretora Executiva de People Experience da UnitedHealth Group. 

Lais participou do painel “O tabu da Saúde Mental” durante o Fórum Felicidade Corporativa, promovido pela Plataforma Melhor RH, ao lado de Simone Beier, Diretora de RH da Cargill e Marcos Inocencio, Diretor Corporativo da ePharma.

A base da saúde 

“Nós lançamos o programa de saúde e qualidade de vida há alguns anos ele chama “Essencial Para Você”, ele é muito focado numa visão de saúde integral e em um protagonismo dos funcionários em relação a sua saúde”, conta Simone. No tocante a saúde mental Simone relata que a Cargill vem promovendo ações, palestras e painéis sobre o tema. 

“Também foi lançado um programa de assistência aos funcionários, hoje esse programa tem mais de 600 atendimentos por mês. E é onde as pessoas procuram uma orientação para um primeiro momento. Durante a pandemia temos feito rodas de conversa, palestra com especialista, workshops com gestores,  conversas com nosso time de RH também. Então é uma série de iniciativas mais focadas em saúde mental”, diz Simone.

Questões que impactam a saúde mental

No entanto, Simone ressalta a importância de trabalhar outros pontos da saúde e as questões que impactam a saúde mental do colaborador, como o financeiro, que pode ser muito estressante. “Trabalhamos a base da saúde. A gente entende que tem vários aspectos que impactam a saúde mental do colaborador. Então trabalhamos com atividade física, seja através do gympass ou aula online, educação financeira, que sempre trás muito impacto para a saúde mental. Portanto, temos uma cooperativa de crédito, clínicas financeiras e um fundo de assistência de crise para que os funcionários possam solicitar ajuda. Tudo isso para trazer um pouco mais de tranquilidade”. Segundo Lais, “A saúde física não existe sem a saúde mental e vice versa”.

Na ePharma os familiares estão incluídos no programa de saúde mental junto com os colaboradores, para Marcos o bem estar dessas famílias importa. “Uma das coisas que impacta a saúde mental dos colaboradores são os itens e fatos que acontecem com os familiares desses colaboradores. Então a gente acampou eles dentro do nosso programa. Tanto que 25% das pessoas presentes no programa são familiares, praticamente 10 atendimentos diários no programa.  

O programa envolve tanto a saúde  física quanto mental dos familiares e dos funcionários. É um projeto ativo de acompanhamento aos colaboradores e seus parentes. Foi também colocado à disposição subsídio para medicamentos quando necessário.

Saúde integrativa

De acordo com Marcos, falar sobre saúde mental nas organizações é sobre vencer um mito. Isso porque a saúde mental é tratada como problema incomum, além do equívoco habitual, de que pessoas que possuem depressão, transtorno bipolar, ansiedade, entre outros, não podem ser eficientes, produtivas. E tais questões são vistas como fraquezas.

“Então tomando isso como mitos, lançamos o nosso programa de saúde mental, porque acima de tudo a saúde mental dos nossos colaboradores importa. Queremos ajudar as pessoas a alcançar o bem estar mental e físico e a viver uma vida de forma plena, porque só assim podemos colaborar com a experiência das pessoas que estão com a gente”, conta Marcos.

Assim como a questão de “vencer mitos” é importante, a saúde integrativa também é. “O corpo já conta com os planos de saúde e odonto há muito tempo dentro das corporações . E claro que isso é só metade da equação, o cérebro é igualmente crucial em uma visão integrativa , temos que cuidar dele, para inclusive não ter problemas físicos. Com a equação completa, físico e mental, a gente consegue dar atenção ao ‘people’ s experience”, afirma Marcos. 

Além disso, há o Café com RH, momento em que os colaboradores falam abertamente sobre a rotina de trabalho, dia a dia, saúde, e o que se sentem à vontade de conversar. Assim como existe, o projeto de saúde física. “Saúde física e mental andam lado a lado”, ressalta Marcos. 

Está em pauta a saúde mental

Apesar do tema não ser novo, a pandemia colocou em pauta o tema “saúde mental” em diversas empresas. “O tema não é novo, mas a pandemia acelerou, porque tivemos que viver muitos anos em alguns meses”, diz Lais.

Por conta disso, surgiram desafios e o tabu não é o único obstáculo a ser superado. Para Marcos e Simone desafios é o que não faltam. E é fundamental que as organizações demonstrem suporte.

“O primeiro desafio é identificar quando as pessoas estão desgastadas por problemas mentais. Nem sempre essa condição é aparente. E a gente tem que ficar atento. Quando entendido e identificado, a gente tem que encorajar as pessoas a um day off mental. Outro desafio muito grande é manter um programa ativo. O tema é delicado, mas a gente precisa ser ativo e preventivo. Nem sempre as pessoas querem compartilhar suas histórias. O desafio é dizer que elas não estão sozinhas, estamos aqui para ajudá-las”, afirma Marcos.

“Normalmente é falado como uma entidade, um tema. Mas não exatamente da minha saúde mental. O grande desafio é trazer essa conversa é trazer para um nível individual, para que cada funcionário faça essa reflexão: ‘como está a sua saúde mental?’, ‘o que eu preciso nesse momento?’, ‘o que mais eu posso fazer para o meu bem estar?’. Outro desafio é sensibilizar as lideranças”. A sensibilização da liderança deve ocorrer desde a alta liderança até o gestor, permeando todos os níveis de liderança, para que todos estejam preparados para lidar com essa questão.  “O terceiro desafio que eu incluiria são os dados. Utilizá-los para mensurar o impacto das ações que a gente tem em relação à saúde mental nas empresas”, finaliza Simone.

Saiba mais

Fórum Melhor RH Felicidade Corporativa  é promovido pela Plataforma Melhor RH. Quer conferir todos os debates e conversas do evento?

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