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ESG exige prática e comunicação verdadeiras

Apesar de grande parte das empresas relatarem prioridade ao conceito, muitas se utilizam de falas genéricas e greenwashing, dizem especialistas

de Redação em 15 de agosto de 2022
Biancoblue/ Freepik.com

O conceito de ESG, que reúne as políticas de meio-ambiente, responsabilidade social e governança tem se tornado sinônimo de reputação social, ambiental e credibilidade para as companhias. Com os efeitos das mudanças climáticas cada vez mais evidentes e as pautas sociais em voga, empresas passaram a utilizar uma comunicação com apelo às pautas ESG. Segundo um estudo da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) 95% têm o tema ESG como prioridade em sua agenda corporativa.  A mesma pesquisa mostra que 67% delas tem uma área específica para tratar de assuntos relacionados ao meio ambiente e responsabilidade social. 

No entanto, muitos questionam se realmente as empresas colocam em práticas o que dizem fazer, conciliando o crescimento econômico e a preservação do meio ambiente. O termo greenwashing, resume bem essa questão – em português significa “lavagem verde” e designa empresas que vendem uma imagem pública de responsabilidade socioambiental, sem que ela seja de fato uma empresa sustentável e que adota a pauta ESG em suas ações.

No painel “ESG é um farsa?” apresentado no Fórum Melhor RH ESG e Comunicação,  promovido pelas Plataformas Melhor RH e Negócios da Comunicação, essas questões foram discutidas por Mariana Schuchovski, consultora, professora e palestrante da Verde Floresta Sustentabilidade e Negócios de Impacto, Juliana Sá, especialista em Sustentabilidade e Otacílio do Nascimento, gerente de Comunicação Corporativa da Toyota do Brasil. Os três trouxeram reflexões sobre a importância de ter uma agenda ESG de fato, sem cair na armadilha do greenwashing — aliás que também é discutido em outro painel do Fórum.

“A pauta vem ganhando força nas empresas e na mídia, porém, ainda há desconfiança por parte do público”

Mariana Schuchovski ressalta que a pauta vem ganhando força nas empresas e na mídia, porém, ainda há desconfiança por parte do público. Muitos acreditam que a agenda ESG não é efetiva, principalmente diante de várias empresas greenwashing. “A pauta ganhou  força necessária, está atingindo o público que queria, mas eu vejo sempre a possibilidade de haver lacunas mal resolvidas, e as empresas têm responsabilidade nisso. Se, por um lado, tem um público questionando se ESG é verdadeiro, existe, por outro lado, a falta de compromisso de algumas empresas. Vemos empresas se colocando no papel de pouca transparência de informações, dados que são irreais, algumas que querem parecer melhor do que são. Para isso existe o termo greenwashing, querendo parecer verde, mas não sendo”, explica a consultora.

Em sentido horário: Otacílio do Nascimento, gerente de Comunicação Corporativa da Toyota do Brasil; Mariana Schuchovski, consultora, professora e palestrante da Verde Floresta Sustentabilidade e Negócios de Impacto; Juliana Sá, especialista em Sustentabilidade

Por onde começar a pauta ESG 

Juliana Sá destacou que para a empresa adotar as boas práticas da pauta EGS, alinhando discurso e ações sem greenwashing, é preciso, antes, entender suas necessidades e demandas, para obter êxito. “Tudo começa pela pergunta: o que é realmente necessário para a empresa, para o setor em que ela está situada? Ao responder essa pergunta você vai dar uma resposta de onde você deveria estar. Se for uma empresa como a Toyota, de veículos, ela está preocupada em diminuir a emissão de CO₂ porém se eu for falar de um hospital, o CO₂ não é tão importante quanto o cuidado com os dados das pessoas que estão utilizando aquele serviço”.

“Para o hospital é muito mais importante a questão de governança do que a questão do CO₂. Se formos falar de uma empresa de mineração, e ela quiser contratar mulheres, ótimo. Certamente o mais importante é a questão da segurança do trabalho e evitar um risco ambiental”, continua Juliana.

Sá diz, também, que a implantação da agenda da ESG no início nem sempre é fácil. A especialista lembra que erros são comuns, porém, muitas empresas acabam encobrindo os erros e não dando respostas de como vão administrar as metas que se propõem a cumprir. “Para começar a jornada ESG, é importante lembrar que quem fala que tira nota 10 em tudo, tem alguma coisa errada por aí. Não é possível tirar 10 em tudo na jornada ESG e de sustentabilidade. O que importa é começar e acompanhar os resultados, não adianta eu dizer que uma empresa tem 10% de mulheres na liderança e esse número fica igual todos os anos; o importante é eu dizer o que eu vou fazer com esse número, como eu vou aumentar o número de mulheres em cargos de liderança dentro da empresa.”

Sustentabilidade e ESG são convergentes 

Otacílio lembra que não tem como descolar a pauta da sustentabilidade da pauta ESG, pois convergem em vários aspectos, “A palavra sustentabilidade está cada vez mais ampla, vemos muito empregada dentro da causa ambiental, contudo hoje ela pode ser aplicada nas mais diferentes áreas. Dentro da Toyota temos uma área voltada à sustentabilidade dedicada para entender onde queremos chegar. Temos um grupo de trabalho que está concentrado em trazer ações concretas para o ESG, dentro da área ambiental, social e de governança. Todos esses esforços, que vem avançando dentro da sustentabilidade, contribuem para nossa pauta ESG.

(Fonte: Portal da Comunicação. Texto e reportagem: Luiz Zak.)

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