Levantamento recente feito pela Companhia de Estágios revela que 33,4% dos universitários brasileiros estão à procura de um estágio. Outros 20,6% estão estagiando e 17,3% já estão no trabalho formal. Entre os estudantes que conseguiram uma vaga, 41,5% a obtiveram por meio de sites de recrutamento e 23% por meio de indicação. Já empregados ou em busca de uma oportunidade, no entanto, apenas 25% se sentem preparados, certos de que sua formação é suficiente, enquanto 6 em cada 10 estagiários não se sentem prontos para o mercado de trabalho.
Participaram da pesquisa 3.357 estudantes, sendo a maioria mulheres (67,5%) com idade entre 17 e 26 anos (67,6%) e que vivem na região Sudeste (71%). A maior parte vive em São Paulo, 50,7%. São do Rio de Janeiro 12%; 7,9% de Minas Gerais e 4,5% da Bahia. O Rio Grande do Sul concentra 4% do público. Da amostra, 51% são brancos e 45% negros (pretos e pardos).
Entre os respondentes, 45% eram de instituições públicas de educação e 55%, de instituições privadas (em edição anterior da pesquisa, somente 27% dos participantes eram de escolas públicas). A maior parte dos entrevistados cursa graduações com foco em ciências humanas e/ou sociais (43%) e exatas (41%). Apenas 15% estão em graduações relacionadas às áreas biológicas.
Motivação profissional e remuneração
Al´ém das estatísticas sobre colocação profissional, o estudo, intitulado “O perfil de estagiários e candidatos a estágio no Brasil — 2021”, buscou compreender anseios, percepções e expectativas desse público.
Segundo Tiago Mavichian, CEO e fundador da Companhia de Estágios, sobre a escolha de uma área de formação ou carreira as motivações vêm mudando. “Ao compararmos os dados da pesquisa deste ano com os indicadores de 2020, vocação perdeu relevância como principal motivação dos estudantes na hora de escolher a graduação”, analisa o executivo. Segundo Mavichian, pode haver “um indicativo de que os jovens estão mais pragmáticos ao analisar o futuro da sua carreira”, ressalta, ao mencionar a escolha dos estudantes em função de oportunidades de mercado e remuneração.
Já sobre a escolha por participar de estágios, adquirir experiência profissional foi a motivação de 56,9% dos respondentes. Jovens que buscavam estagiar com objetivo de incrementar a renda familiar chegaram a 12% (percentual havia alcançado 7,5% para o quesito em 2020). Um total de 45% dos entrevistados pela pesquisa disseram ser de 1 a 3 salários mínimos a renda familiar ,e 18% vivem com suas famílias sob a remuneração de até um salário mínimo. Apenas 3% eram de famílias com renda superior a 12 salários mínimos.
Em relação à bolsa-auxílio dos universitários que estão estagiando, esse auxílio à renda familiar chega até R$1.100 para 45% dos participantes do estudo. Apenas 9% ganham acima de R$ 2.000,00 e 7,7% não são remunerados.
Flexibilidade e atrativos das empresas
Segundo o levantamento, o home office se consolidou entre estagiários: 38% estão no modelo 100% remoto e 16,5% trabalham no formato híbrido, indo à empresa algumas vezes por semana. “As companhias perceberam que com o home office é possível ter boa performance, entrega e engajamento do estagiário, que por sua vez pode ter mais tempo com a família e qualidade de vida”, afirma Mavichian.
Entre os atrativos para uma oportunidade de estágio, a assistência médica foi considerada o benefício mais relevante para 73% dos universitários. O horário flexível foi a resposta de 41% dos entrevistados.
Pesquisa que inclui o recorte apontado neste texto intitulado “Falta de preparo para o mercado de trabalho aflige estagiários”, mostrando que 6 em cada 10 não se sentem prontos, está disponível na íntegra para download em: http://companhia-de-estagios.rds.land/e-book-estagiarios-e-candidatos-externos