Prevenção e uso de tecnologia são tendências da medicina do trabalho em 2022 – essa foi a tônica de discussões sobre saúde do colaborador e felicidade no 2º Fórum Melhor RH Felicidade Corporativa, promovido pelas plataformas Melhor RH e Negócios da Comunicação, no início de junho. Participaram do debate Vera Bejatto, CEO do Avatar do Saúde; Demetrius Paiva Arçari, Gerente Médico e Consultor da Medicina Preventiva no Grupo Mast; e Marta Pedrosa, Diretora Executiva de Relacionamento no Grupo Mast.
Segundo Vera, as empresas, conscientes das vantagens, inclusive financeiras, já não esperam mais seus colaboradores adoecerem para pensar no cuidado da saúde. A parceria entre todos os membros da tríade do sistema de saúde (planos de saúde, assistência médica e especialistas em saúde ocupacional) é fundamental na questão de prevenção de doenças – tema que ficou ainda mais evidente depois da pandemia da Covid-19. “Para chegar antes da doença, é preciso que a tecnologia disponibilize indicadores preditivos, a partir da inteligência artificial, com machine learning”, explica. “Dados confiáveis e projetados adiante, a partir de protocolos clínicos definidos, possibilitam uma redução de 32% da sinistralidade”, revela.
Rapidez no diagnóstico e acolhimento
A prevenção, neste contexto, faz parte de um dos pilares da busca pela felicidade, segundo Arçari. “O contexto de felicidade pressupõe levar em consideração os pilares da saúde: física, mental, social e profissional. E o médico precisa ter essa visão holística do paciente”, explica. “Os médicos entenderam que, para atuar na prevenção, é preciso rastrear e mapear o paciente, e nada melhor do que utilizar as ferramentas tecnológicas que hoje temos disponíveis. ”
Uma das características de aplicativos como o Avatar da Saúde é a rapidez no diagnóstico de doenças como Burnout, Depressão e até ideação suicida. “A Covid trouxe, com as perdas, a mudança comportamental, o distanciamento social, muitas sequelas emocionais. A possibilidade de utilizar questionários online, como o DASS 21 (para diagnóstico de ansiedade e depressão) e o SRQ 20 (sofrimento mental), permitem que o funcionário, que não se sentiria à vontade numa primeira consulta, possa responder pelo celular ou pelo desktop, com privacidade. O app mapeia as respostas e as entrega para o especialista, mantendo o sigilo médico, mas de forma que possamos encaminhá-lo para um profissional específico e acolhê-lo da maneira correta, sem que isso represente um simples afastamento”, afirma o médico. “O fato de oferecer acolhimento correto e devolutiva rápida – pode impedir uma manifestação patológica da doença. A abordagem tem amparo, sigilo e faz a pessoa se sentir confortável.”
Segundo o especialista, um dos casos de sucesso do app foi perceber a falta de direcionamento multidisciplinar para atendimento dos colaboradores. “A alta taxa de sinistralidade de uma empresa estava ligada à falta de uma equipe multidisciplinar que pudesse orientar os colaboradores sobre suas questões – que procuravam o pronto socorro para casos de atenção primária”, recorda Demetrius. “Um médico de família foi suficiente para melhorar esse cenário. Além disso, programas que estimulam a participação dos funcionários, usando gamificação e palestras, contribui para aumentar a conscientização do colaborador, reduzindo custos, sinistros e melhorando a qualidade de vida das pessoas.”
Felicidade é saúde integral
Para Marta, um dos desafios da Gestão de Pessoas é o aumento do absenteísmo nas empresas. “Sem contar que uma coisa é estar presente na empresa, outra, bem diferente, é produzir dentro do potencial de cada profissional em 8 horas de trabalho”, explica. Por essa razão, segundo ela, as empresas estão em busca de soluções, junto aos profissionais de RH e consultorias, para engajar o funcionário e deixá-lo mais feliz no momento em que ele está no trabalho. “O clima da organização e uma atuação forte no cuidado e acolhimento do colaborador pelo RH acabam sendo fundamentais neste processo.”
Os programas de qualidade de vida precisam ser estruturados, com dados e incluir jornadas que fazem sentido para o cliente. “Percebemos que os colaboradores se sentem valorizados pelas empresas que possuem uma Gestão de Saúde que apoia o RH, trazendo agilidade na tratativa de cada caso”, diz.
Apesar disso, segundo Marta, as empresas ainda focam políticas de absenteísmo, gestão próxima, senha de liberação para saber cirurgias de alto risco sem levar em consideração um detalhe: a base de dados do plano de saúde traz informações sobre quem utilizou o plano – mas não sobre quem não utilizou – e também não consideram as informações sobre os dependentes, que hoje são responsáveis por 50% dos sinistros. Segundo ela, no Avatar da Saúde, é possível criar interações diretas também com os dependentes e, a partir de seus respectivos cadastros, identificar potenciais fatores de risco e direcioná-los de maneira assertiva.
Ao todo, o app oferece quatro tipos de informações que possibilitam a tomada rápida de decisões no acolhimento e encaminhamento de cada caso: perfil epidemiológico ocupacional, extrato da ficha clínica, os dados do plano de saúde e de absenteísmo. Uma vez definido cada caso, a pessoa pode ser encaminhada para o Programa de Apoio Preventivo, voltado para quem ainda não adoeceu, ou para o Programa de Acompanhamento Crônico, destinado a quem já está com a patologia e precisa de uma atenção diferenciada.
Além do app, a criação de comitês de saúde estruturados e definição de metas objetivas agilizam as tomadas de ações. “A plataforma também possibilita a análise do screaming de saúde, que acontece desde a admissão do trabalhador. Todas as informações são analisadas por uma equipe multidisciplinar que faz a gestão dos dados, implementação dos programas e personalização e padronização dos acompanhamentos”, enumera.
Para Marta, impactar positivamente a vida das pessoas e promover a mudança do hábito e estilo de vida permite que as pessoas tenham mais saúde, longevidade e felicidade. “Pelo Avatar da Saúde, consigo estar mais presente na vida das pessoas, tanto titulares quanto dependentes”, finaliza.
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