#FMRHTECH

Inteligência artificial na prática

Recurso depende de visão estratégica da equipe sobre os dados produzidos e pode ser o caminho mais rápido para recuperar as metas de bem-estar e saúde

de Redação em 14 de novembro de 2022
painel do 3º FMRTECH sobre inteligência artificial Painel discutiu recurso, sob a égide de uma automação humanizada

As tecnologias vieram para ficar. Na área de Recursos Humanos, a apropriação da inteligência artificial e das plataformas digitais para atividades transacionais permitirá aos profissionais se tornarem cada vez mais estratégicos e assertivos nas tomadas de decisão. Painel do 3º Fórum Melhor RH Tech, promovido pela Plataforma Melhor RH e pelo CECOM – Centro de Estudos da Comunicação, abordou o tema com insights e exemplos práticos.

De acordo com a CHRO OLX Brasil, Christiane Berlinck, do ponto de vista da empresa, é possível, por exemplo, utilizar as pegadas digitais dos próprios colaboradores para mapear os skills deficitários dentro da organização. “Isso evita, por exemplo, investimentos em treinamentos para desenvolvimento de habilidades que são abundantes dentro da empresa”, explicou.

Mas, para imprimir uma cultura baseada em dados é preciso, segundo ela, ter processos e ferramentas tecnológicas já estabelecidos. “Sem um time engajado, que enxerga valor nisso tudo, não é possível avançar”, disse.

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Segundo a diretora executiva de pessoas e cultura da GT7 – Grupo Todos Empreendimentos, Paola Klee, na prática, o processo de implementação de inteligência artificial nos processos corporativos não é linear e não ocorre ao mesmo tempo em todas as áreas.

“Não é algo prescritivo e depende da maturidade do negócio e aporte de tecnologia. Também exige resiliência e persistência dos envolvidos, de forma a priorizar todas as fases do processo a partir do propósito do negócio. Dentro do recursos humanos, é uma disruptura e, por isso, precisa ser feito de maneira que se mantenha a proximidade com o cliente interno para que ele entenda que as mudanças acontecem para trazer excelência para o seu desenvolvimento”, explicou. 

Apesar disso, ainda há um receio na área de RH de que a inteligência artificial irá substituir postos de trabalho. Uma pesquisa feita pela Infojobs mostrou que 85% dos profissionais de recrutamento e seleção imaginam que a tecnologia substituirá parte do processo de seleção – destes, 29% acham que a substituirá totalmente. Thomas Costa, head comercial da empresa, lembrou que essa tecnologia “nem de longe é mágica”.

Na visão do executivo, existe uma ansiedade de que sua implantação vai melhorar os processos automaticamente quando, na verdade, trata-se de um sistema que precisa ser alimentado e depende de uma visão crítica humana sobre os dados.

Recuperando o controle

O avanço das tecnologias, como machine learning, plataformas colaborativas e inteligência artificial, sobretudo depois da pandemia de Covid-19, trouxe ainda mais agilidade e assertividade para os processos das empresas. Hoje, equipes de RH apostam em tecnologia para recuperar controles de metas e bem-estar no pós pandemia, além de reavaliação de prioridades de modo a equilibrar performance e saúde mental. 

De acordo com o CTO da Avatar da Saúde, Cassio Lisboa de Sousa, nos anos de isolamento social houve um aumento significativo do número de aplicativos disponíveis, inclusive da área de saúde. “Notamos que cresceu a demanda das empresas por apps de saúde digital que, durante a pandemia, era a única maneira das pessoas acessarem esse tipo de serviço”, explicou. 

Painel debateu tecnologia em saúde: o maior legado da pandemia é entender que o
maior investimento deve ser no colaborador

Para o médico do trabalho da DSM, Ricardo Faria, com o retorno das atividades presenciais, algumas mudanças devem prevalecer nas corporações, entre elas o uso da telemedicina que deve alterar, inclusive, a frequência com que colaboradores usufruem do convênio médico. “A telemedicina tirou a pressão do sistema de saúde, e se estabeleceu como uma realidade rotineira para as pessoas”, afirmou.

Segundo a fundadora e CEO da Avatar da Saúde, Vera Lucia Bejatto, embora o mercado de saúde esteja bastante consolidado, são poucas as opções de serviços voltados para as empresas, o que deve trazer novos desafios. “O plano de saúde é uma conta que nunca diminui, e os reajustes nas mensalidades são grandes – o que traz muita demanda para novas tecnologias”, informou.

Esse cenário deve aumentar ainda mais a preocupação das corporações para prevenção de doenças, inclusive mentais. “Temos pesquisas que mostram o quanto a ansiedade impacta o absenteísmo, ou como o estresse aumenta o uso do plano de saúde. Fomos demandados para desenvolver aplicativos com assessments de protocolos, como o SRQ20, que avalia o nível de sofrimento mental do indivíduo, ou o DASS21, que determina o nível de estresse, ansiedade e depressão da pessoa”, explicou Vera.

“Entender quais os fatores estressores que causam doenças aos colaboradores: se demanda de trabalho, excesso de controle ou falta de  liberdade para criar com o gestor e colegas permite às empresas realinhar rotas. Esse é o maior legado da pandemia: entender que o maior investimento deve ser na saúde do colaborador, e que este precisa ser bem cuidado”, finalizou a executiva.

Assista ao 3º Fórum Melhor RH TECH – 5.0 no mundo digital no canal da Melhor RH no YouTube. Acesse pelos links abaixo.

O evento foi realizado nos dias 22 (presencial) e 23 de setembro (on-line, acima) e contou com a participação de mais de 20 especialistas de diversos segmentos que abordaram os principais desafios e oportunidades do uso da tecnologia para a transformação do RH.  Para ver a gravação dos painéis presenciais clique aqui.

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