Para além dos nanômetros e gigahertz, você já se perguntou sobre a incrível potência humana embarcada nos microchips da Intel? Por trás dos bilhões de transistores que dão vida a seus processadores, há milhares de mentes dedicadas a forjar um futuro mais tecnológico, sustentável e, acima de tudo, inclusivo. Desde 1968, essa gigante do mercado global, presente em 46 países e referência em inovação, tem transformado a sociedade por meio da tecnologia, mas não só isso. A Intel também quer inspirar a indústria a abraçar e impulsionar os talentos femininos, abrindo espaço à diversidade, com a inclusão de mais mulheres na computação.
Em uma sociedade onde nomes como Steve Jobs, Bill Gates e o próprio Gordon Moore (cofundador da Intel, famoso por sua teoria de que o número de transistores em um chip dobraria a cada dois anos), são reconhecidos pela maioria das pessoas, figuras femininas notáveis, como a matemática Ada Lovelace, considerada a primeira programadora do mundo, permaneceram por muito tempo nas sombras.
Cultura de inclusão na Intel
Mas, hoje, não mais. No atual cenário de incentivo à diversidade, a Intel se destaca como um importante exemplo desse movimento, com mulheres ocupando posições de destaque na empresa. No Brasil, quem comanda a companhia é Claudia Muchaluat; já Carolina Prado, a nossa entrevistada, é diretora de comunicação da Intel na América Latina.
Além delas, há inúmeras outras mulheres que demonstram no dia a dia que há espaço de sobra para todas elas no campo da tecnologia – e ai de quem duvidar. É, sim, possível construir uma carreira na área, mas, infelizmente, a ascensão de mulheres a cargos de liderança ainda é envolta em estigmas. “No mundo corporativo tem um mito muito forte de que promover diversidade é baixar a régua. É aquela famosa frase: ‘assumiu porque é mulher’, sem levar em conta que ela é a pessoa mais competente para o cargo.”
Apesar disso, na visão de Carolina, o fato de termos hoje modelos femininos compartilhando suas histórias de superação é bastante significativo e inspirador para as jovens que desejam trilhar a profissão. “Ainda estamos no caminho para sermos mais diversos, mas o Brasil está na dianteira quando o assunto é diversidade”, pontua a executiva.
Diversidade é cultural
A citação de Carolina não é por acaso. Na Intel Brasil, 96% dos funcionários sentem-se conectados à cultura da empresa, que promove e valoriza a diversidade, sendo uma das taxas mais altas globalmente. Nesse sentido, o engajamento é um fator essencial para garantir de forma ativa e consciente a inclusão tão necessária de mais mulheres no setor de tecnologia.
Mas como engajar os colaboradores nessa missão? O desafio reside em oferecer treinamentos e cursos que fomentem a conscientização. Como bem destaca Carolina, as empresas desempenham um papel fundamental no âmbito da educação corporativa. “Somos pilares que instigam as pessoas a adquirirem novos conhecimentos e a compartilhá-los”, reflete. Essa abordagem, por sua vez, tem o poder de influenciar um número ainda maior de pessoas, gerando uma onda positiva não só na indústria, como também na sociedade.
Mulheres na Intel: compromisso com a inclusão
Embora o setor da tecnologia ainda seja predominantemente masculino, avanços importantes em direção à inclusão já estão em curso, segundo Carolina. Comprometida a romper com décadas de desigualdades de gênero e falta de incentivos nas áreas de STEM (ciências, tecnologia, engenharia e matemática), a Intel estabeleceu metas ambiciosas a fim de ampliar a representatividade feminina em sua força de trabalho.
Até 2030, a multinacional pretende, por exemplo, duplicar o número de mulheres em posições de liderança sênior e ultrapassar a marca de 40% de representação feminina em cargos técnicos. Para efeito de comparação, a média global em empresas como Apple e Google gira em torno de 30%. Segundo Carolina Prado, essas metas não refletem somente o compromisso da Intel com a inclusão, como também servem de inspiração para todo o ecossistema. “Dessa forma, estimulamos as empresas a participarem desse movimento e a se comprometerem publicamente com todos os tipos de diversidade”, explica.
Nesse cenário de estímulo à inclusão, até a relação com fornecedores é impactada. Carolina explica que firmar parcerias com fornecedores que valorizam a diversidade, com foco especial na liderança feminina, é também uma preocupação da Intel. Assim, torna-se possível à empresa promover efetivamente a diversidade e a igualdade de gênero em toda a sua cadeia de suprimentos, contribuindo para um ambiente de negócios mais inclusivo e equitativo.
Aliança global pela inclusão
Consciente de que não é possível mudar o mundo sozinha, a Intel tem estabelecido parcerias estratégicas com outros players do mercado, incluindo empresas como a Dell e Nasdaq, com o propósito de melhorar as práticas de diversidade e inclusão no setor. Como resultado dessa colaboração, surgiu, por exemplo, a Aliança Global para a Inclusão, uma coalizão com metas conjuntas que visa impulsionar mudanças significativas dentro das organizações.
A partir dela, tornou-se possível acompanhar o progresso da agenda inclusiva e identificar áreas passíveis de melhoria. Há quatro áreas críticas, de acordo com o comitê: liderança diversificada, comunicação inclusiva, desenvolvimento inclusivo de produtos e fomento ao STEM em comunidades carentes. Para a diretora de comunicação da Intel, o que está em jogo é o próprio futuro do ecossistema, que precisa ser transformado. “Não é uma dor individual, mas sim coletiva. Tem muita mulher querendo trabalhar. Tem um mercado a ser explorado.”
WIN-WIN
Entretanto, a busca pela inclusão não é uma estratégia recente na Intel. Tudo começou em 1996 com o programa “Women at Intel Network”, uma rede pioneira dedicada ao empoderamento da força de trabalho feminina na área da tecnologia. A comunidade, que hoje conecta mais de 7.500 pessoas em 88 locais diferentes, nasceu na Intel com o propósito de fomentar o networking entre as mulheres, numa época em que questões como diversidade, inclusão e equidade eram pouco discutidas. “Ele é um dos comitês mais antigos da empresa, tem mais de 25 anos. Quer dizer, lá em 1996, a Intel já discutia a inclusão. A ideia era que as mulheres aprendessem a fazer networking”, conta.
Estudos da ONU Mulheres apontam que as mulheres têm menos acesso a redes de relacionamento e disponibilidade de tempo fora do escritório, o que, por sua vez, limita suas oportunidades de estabelecer vínculos com lideranças. Carolina observa que a dinâmica do networking ainda carrega uma forte marca masculina, embora tenha evoluído em relação ao passado – quando as mulheres eram afastadas dessas interações de forma deliberada. “A questão do networking é um problema, principalmente para as mães. A mulher, quando sai do trabalho, quer ir para casa, cuidar dos filhos, ficar com a família. Além disso, esses ambientes ainda são mais masculinos.”
Conexões pelo mundo
Felizmente, à medida que as discussões sobre diversidade e inclusão ganharam espaço na sociedade, o WIN também cresceu e se fortaleceu, conectando colaboradoras e líderes de todas as partes do globo e incluindo os homens nesse movimento pela diversidade.
Como parte dessa estratégia, antes da pandemia, as mulheres do WIN global se reuniam uma vez por ano em locais diversos, incluindo as fábricas da Intel na Costa Rica e México, para compartilhar suas histórias e experiências. “Tinha uma representatividade importante dos países nesses encontros. Definitivamente, é um grupo muito forte”, crava Carolina.
Dois pesos e duas medidas
Além das metas de inclusão e comitês de empoderamento feminino, também existe um forte compromisso com a equidade salarial na Intel, uma estratégia decisiva para atrair, reter e valorizar talentos femininos, combatendo assim as disparidades tão comuns na indústria. Na América Latina, uma mulher chega a ganhar até 35% a menos que os homens em cargos de igual responsabilidade – e se for negra, o salário pode cair pela metade.
Em resposta a essas discrepâncias, a Intel realizou um esforço global que incluiu análises e ajustes anuais para garantir a equidade salarial no mundo todo, um objetivo que foi plenamente atingido em 2018. “Realizamos análises anuais para garantir que cumprimos o que prometemos. Isso é muito importante quando consideramos a progressão de carreira das mulheres”, destaca a executiva.
Profissional x pessoal
Para Carolina Prado, a desigualdade salarial é um dos fatores que desencorajam as mulheres a buscarem posições de liderança. Além disso, como essa fase da carreira muitas vezes coincide com o período em que definem se desejam ou não se tornar mães, o suporte oferecido às profissionais em ascensão se torna igualmente decisivo. Na prática, de acordo com um estudo conduzido pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), quase metade das mulheres que tiram licença-maternidade não permanecem no emprego após a chegada do filho.
Na contramão dessa dura realidade, a Intel estabeleceu programas e benefícios flexíveis para garantir que as mamães sigam na empresa com todo o apoio possível. Além de oferecer salas de amamentação em seus escritórios, a Intel permite que as mães decidam como desejam utilizar o auxílio-creche e, mais importante, como planejam retornar ao trabalho. Dessa forma, elas não precisam escolher entre continuar a trabalhar ou amamentar seus bebês. “Flexibilidade de tempo e estabilidade financeira são fatores importantes para essas profissionais”, complementa Carolina.
A inclusão começa pela base
No entanto, há muitos outros desafios a serem superados. No que diz respeito à baixa representatividade feminina no setor da tecnologia, a diretora de comunicação da Intel na América Latina cita a importância de capacitar e apoiar jovens talentos.
Para se ter ideia, as mulheres representam apenas 15,5% dos estudantes de cursos relacionados à área de computação, segundo dados do Ministério da Educação. Carolina Prado acrescenta à discussão outro dado alarmante, agora da ONU: nos últimos dez anos, o número de mulheres graduadas em campos relacionados à ciência, tecnologia, engenharia e matemática caiu de 35% para 20%.
Em um mundo cada vez mais tecnológico, onde a inteligência artificial já faz parte da nossa realidade, como é possível que meninas ainda estejam distantes desse universo? Para Carolina Prado, a resposta não é simples e esbarra em questões culturais, como a falsa ideia de que existem carreiras “mais femininas”, muitas delas ligadas à área de Humanas. Enquanto isso, a tecnologia é, equivocadamente, vista como um campo mais masculino. Além disso, como ela bem pontua, não adianta “falar sobre diversidade” se o ambiente não é genuinamente inclusivo. “Aí a diversidade chega e vai embora porque o ambiente não a acolhe.”
Lugar de menina é na tecnologia
De olho nessa lacuna, a Intel passou a atuar na base do problema por meio de parcerias com ONGs e associações para incentivar a inclusão e acelerar a qualificação de meninas e mulheres em tecnologia nos países onde atua. No Brasil, são exemplos disso o Cloud-Girls e PrograMaria. O primeiro é destinado a mulheres que desejam mudar de carreira. Sendo Carolina, ao longo dessa jornada, a Intel atua em conjunto com o projeto na forma de mentorias que colocam as alunas em contato com profissionais da empresa. Ao final, elas também têm acesso a vagas de tecnologia, oferecidas não só pela Intel, mas também por empresas parceiras.
Já o PrograMaria tem um olhar voltado à juventude, com foco nas meninas que estão se formando no Ensino Médio. “É aí que entra o projeto, oferecendo bolsas de estudo e oportunidades na área de tecnologia”, complementa Carolina. Com o estímulo certo, elas passam a aprender tudo sobre programação, partindo do nível básico até o mais avançado. Para isso, basta querer estudar e se aprofundar. De acordo com o PrograMaria, o trabalho tem como propósitos inspirar, debater e aprender.
O céu é o limite
Também merece destaque o trabalho realizado pela Intel com a ONG Afesu, que há mais de 60 anos oferece apoio escolar, iniciação profissional e cursos técnicos a meninas de 7 a 25 anos, em situação de vulnerabilidade social. “Trazemos essas meninas para passar um dia inteiro na Intel, realizamos palestras e mentorias individuais. São diversas ativações ao longo do ano para que elas possam vivenciar um pouquinho do dia a dia da profissão.” Recentemente, a Intel levou a meninada para conhecer a BGS (Brasil Game Show) e interagir com as novidades do setor, mostrando como a tecnologia tem muito a oferecer a todas elas. “O céu é o limite das possibilidades e podemos fazer muito mais pelo ecossistema”, finaliza Carolina.
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