A Geração Z chegou ao mercado de trabalho com uma mentalidade transformadora: eles querem segurança financeira, mas não abrem mão de propósito e aprendizado. De acordo com pesquisa realizada pela Pluxee, 70% desses jovens priorizam estabilidade financeira, enquanto 43% destacam o aprendizado contínuo e o desejo de trabalhar com algo que amam. Essa geração, que cresceu em meio à digitalização e às mudanças rápidas, não quer apenas “um emprego” — o objetivo é encontrar uma carreira que evolua com suas paixões e ambições. O desafio está lançado: como o RH pode guiar essa geração e, ao mesmo tempo, alinhá-la às metas organizacionais?
A geração do “quero mais”
Nascida entre 1997 e 2012, a Geração Z não vê trabalho como uma mera troca de tempo por dinheiro. Para eles, o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional é prioridade, como apontam 49% dos respondentes da pesquisa realizada pela Pluxee. Um bom ambiente de trabalho é indispensável (61%), e as oportunidades de desenvolvimento são tão relevantes quanto a um salário competitivo (52%). Mais do que isso, 72% acreditam que propósito no trabalho vale mais do que o contracheque.
O que isso nos diz? Que reter e desenvolver essa geração exige um olhar mais estratégico e empático do RH: uma transformação que pode redefinir o futuro das empresas.
RH: Estratégias que fazem a diferença
Para atender às ambições dessa geração, os profissionais de RH precisam ir além de práticas tradicionais e abraçar abordagens personalizadas. Cito 3 exemplos:
- Trilhas de desenvolvimento personalizadas
A Geração Z não quer planos de carreira “engessados”: são jovens que valorizam a liberdade de aprender no seu ritmo, com desafios reais e objetivos claros. Mapear habilidades, criar trilhas de desenvolvimento personalizadas e oferecer aprendizado contínuo são ações essenciais para impulsionar suas carreiras e engajar essa geração tão ávida por evolução. Isso não apenas reforça o aprendizado contínuo, mas também prepara os jovens para posições de liderança.
- Mentoria que inspira
Enquanto apenas 37% dos respondentes gerais de gerações anteriores desejam ocupar posições de liderança, na Geração Z esse número salta para 51%. Existe sede de protagonismo, mas é necessário haver guias para chegar lá. Programas de mentoria que conectem jovens talentos a líderes experientes não só aceleram o desenvolvimento profissional como também fortalecem laços de confiança e pertencimento dentro da organização.
3. Flexibilidade: o novo símbolo de liberdade
Para os GenZ, qualidade de vida não é negociável. Conforme a pesquisa já citada, para essa geração é crucial haver equilíbrio entre vida pessoal e profissional, além de ambientes flexíveis. Empresas que adotam políticas de trabalho remoto, horários ajustáveis e iniciativas focadas em saúde mental não apenas atraem esses talentos, mas criam um ambiente onde eles podem prosperar.
O impacto do “ouvir” e “agir”
Quando os profissionais de RH entendem e investem no apoio aos objetivos de carreira da Geração Z, colhem benefícios que vão além do crescimento individual dos colaboradores: o resultado é um ciclo virtuoso. Empresas que oferecem suporte à realização profissional e pessoal geram maior retenção de talentos, um desafio crescente em um mercado de trabalho competitivo. Alinhar as ambições individuais com as metas organizacionais cria uma força de trabalho mais engajada e produtiva, capaz de impulsionar a inovação e fortalecer a cultura empresarial.
O futuro do RH estratégico
A Geração Z é a porta de entrada para um modelo de gestão de talentos mais humano e holístico. E o papel do RH nisso é ser o facilitador dessa jornada, conectando o “quero mais” da Geração Z com o “vamos além” das organizações. As equipes de RH têm a oportunidade de se posicionar como agentes transformadores, promovendo a integração entre pessoas e organizações em um momento em que o trabalho está sendo ressignificado. Este é o momento de ouvir, adaptar e construir o futuro.
Portanto, investir no desenvolvimento dessa geração não é apenas uma questão de estratégia, mas de visão. É sobre construir, hoje, as bases do futuro do trabalho — um futuro em que pessoas, empresas e propósito crescem juntos.