Home office

Quando o home office é mais office

Mais de 60% dos brasileiros se sentem mais ansiosos e estressados ao trabalhar em home office e 68% fazem, ao menos, uma hora extra por dia. É o que revela pesquisa do LinkedIn

Para quem está trabalhando em home office, uma pergunta: sente falta de bater um papo com os amigos na área do café? Mais uma: sente-se isolado, sem saber o que passa na empresa? Se as respostas foram “sim”, calma! Você não é o único como revela um levantamento divulgado recentemente pelo LinkedIn.

Depois de ouvir dois mil profissionais durante a segunda quinzena de abril, foi possível perceber que 62% dos respondentes estão mais ansiosos e estressados com o trabalho do que antes. E mais: 39% se sentem solitários; 30% afirmam estarem estressados pela ausência de momentos de descontração no trabalho; e 20% sentem-se inseguros por terem dificuldades em saber o que está acontecendo com seus colegas de trabalho e sua empresa.

Mas não são apenas impactos negativos: 59% afirmam que, com o isolamento social, o tempo de qualidade passado com a família aumentou

Para o brasileiro, a falta de interação com os colegas de trabalho também tem sido impactante no quesito saúde física. Não, a pesquisa não levou em conta a quantidade de pães caseiros que estão sendo produzidos e compartilhados (as receitas, obviamente) em lives e grupos de WhatsApp. Segundo o levantamento, 43% dos entrevistados estão se exercitando menos e 33% disseram ter o sono afetado negativamente.

Medo de perder o emprego

E para quem julgava que trabalhar de casa poderia significar trabalhar menos, a pesquisa revela que isso não vem acontecendo. Alías, ao contrário: 68% dos brasileiros que estão trabalhando de casa têm trabalhado pelo menos uma hora a mais por dia, com profissionais chegando a trabalhar até quatro horas a mais por dia. Esse grupo corresponde a 21% dos entrevistados.

O fato de estar em casa, mas com medo de perder o emprego ou parecer que não está trabalhando, pode justificar esse número maior de tempo dedicado ao trabalho. E a uma dificuldade, indicada por 24% dos respondentes, em ficar off line. Ou seja, há uma pressão por parte deles em estarem conectados por mais tempo do que deveriam – ou gostariam. A preocupação de se mostrar ocupado com o trabalho tem relação com o medo de perder o emprego, fator destacado por 18% dos entrevistados.

E essa pressão também faz com que os profissionais adotem algumas ações ou atitudes para mostrar, que mesmo em casa, estão trabalhando muito. Um exemplo é enviar e-mails em horário fora do expediente, prática citada por 27%…

Nem só de males é feito o home office

Pouco tempo para a atividade física, muito tempo para o trabalho. Medo de perder o emprego. Medo da covid-19. E como fica a atenção à família em meio a tudo isso? Para 20%, as dificuldades para conciliar o trabalho e o cuidado com os filhos são grandes; já para 22%, o desafio está em trabalhar com o cônjuge em casa… E já que falamos em covid-19, 34% disseram que acabam se distraindo ao ouvir ou assistir notícias sobre a pandemia.

A preocupação de se mostrar ocupado com o trabalho tem relação com o medo de perder o emprego, fator destacado por 18% dos entrevistados

Mas o home office não traz apenas impactos negativos. Sempre há o outro lado da moeda. Assim, 59% dos entrevistados afirmam que, com o isolamento social, o tempo de qualidade passado com a família aumentou. Outro ponto positivo foi a adoção de uma alimentação mais saudável, apontada por 32%.

E quando tudo isso passar, espera-se que esse convívio com a família se mantenha e que a alimentação continue mais saudável. O que deve mudar, nesse retorno aos escritórios, talvez serão os comportamentos. Para 52%, os contatos com os colegas serão mais frequente, 41% apostam no uso mais intenso da tecnologia e 28% acreditam que a ansiedade vai diminuir por poderem interagir com outras pessoas ao voltar para o escritório.

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