Pesquisa mundial da Gympass, empresa que oferece benefícios corporativos integrados de bem-estar, ouviu mais de 2 mil líderes de RH sobre o retorno de investimentos (ROI) em programas nessa área. O estudo – o primeiro de uma série anual da companhia sobre o tema – verificou que 90% das organizações que mensuram esse resultado consideram que os aportes têm impacto positivo. No caso do Brasil, esse percentual chega a 97%, e o país lidera como o mais otimista sobre as benesses colhidas a partir de investimentos em programas corporativos de bem-estar.
Pelo mundo, esses investimentos foram considerados extremamente importantes para aquisição (78%) e retenção (79%) de talentos e para a satisfação do colaborador (88%), segundo os executivos entrevistados. A percepção de redução de custos dessas operações e de aumento do engajamento está presente entre 85% dos líderes ouvidos. O percentual é o mesmo para aqueles que observam redução de afastamentos e licenças médicas com os programas de bem-estar. Entre os participantes do estudo, 78% observaram despesas menores com a saúde dos colaboradores.
No Brasil, quase a unanimidade dos líderes entrevistados, entre 96% e 99%, acredita que investimentos em bem-estar são de extrema importância para satisfação do colaborador, atração e retenção de talentos. Cerca de 82% das empresas observam redução nos custos de plano de saúde e 88% atribuem aos programas de bem-estar uma queda no número de faltas no trabalho por questões médicas.
O C-Level também reconhece o potencial dessas iniciativas – 90% dos executivos consideram que elas são uma medida que traz redução de custos e 85% dizem que são uma vantagem competitiva.
Renato Basso, Vice-presidente de Pessoas da Gympass, explica que “a pandemia escancarou alguns paradigmas corporativos, e este foi um deles: o de tornar os ambientes mais abertos para se falar em saúde e bem-estar”. E assim foram ampliados os investimentos nessa agenda que beneficia colaboradores e empresas, assim como ampliou-se o uso de metodologias para medir o seu impacto.
O caso brasileiro
No caso do Brasil, o Vice-presidente de Pessoas da Gympass ressalta que o recorte apresentado na pesquisa não necessariamente representa o universo corporativo brasileiro, mas entende como importante o grande otimismo em relação ao impacto positivo dos programas de bem-estar.
“No fim do dia, o que fica claro é o que os RHs já sabiam”, entende Basso, sobre os resultados encontrados pelos executivos participantes da pesquisa. “Eles só não tinham a cultura de fazer medições e tomar a frente de discussões no mundo corporativo”, destaca.
Sobre as evoluções necessárias para os resultados, o executivo pontua: “Primeiro, temos um RH tomando a frente e sendo reconhecido como uma área extremamente estratégica para as organizações. Segundo, temos o público, os colaboradores, exigindo soluções de bem-estar de uma forma mais abrangente, e terceiro, isso sendo colocado em prática, em medições”.
O momento econômico, compreende Basso, também favoreceu a tangibilização do ROI do bem-estar, pois, na escassez do budget nasceu a necessidade de métricas e dados que apoiem toda e qualquer decisão de investir em qualquer programa corporativo.
Apesar de ser clara a importância de investimentos em bem-estar para os líderes da área de pessoas pelo planeta, o executivo afirma que cada país tem os seus próprios desafios, questões culturais próprias que envolvem o tema, e que colocam as empresas em patamares diferentes em relação a seus programas de bem-estar e aos resultados mensurados.
Talentos e exigências
Segundo o Instituto Gallup, colaboradores felizes produzem mais: as pesquisas indicam que departamentos com altos níveis de satisfação trazem 23% mais lucro do que aqueles onde esses números são baixos. As necessidades de satisfação e felicidade não são algo reconhecido apenas pela empresa.
Segundo levantamento da Gympass, 85% dos colaboradores ficariam no cargo atual se a empresa desse mais atenção ao bem-estar. Ao redor do mundo, horário de trabalho flexível e apoio à saúde mental são os benefícios mais valorizados, nessa ordem de importância, na percepção dos líderes entrevistados (ver quadro abaixo).
No Brasil, os resultados são idênticos para esses benefícios.
Metodologia
Entre 26 e 30 de janeiro de 2023, 2.078 gerentes, diretores e vice-presidentes de recursos humanos,
além de líderes do C-Level, participaram online da pesquisa administrada pela QuestionPro para a Gympass. Os resultados apresentam um nível de confiança de 95% e uma margem de erro de 7%.
Todos os participantes trabalhavam, no momento da pesquisa, em uma empresa que oferecia pelo
menos um benefício geral e um benefício de bem-estar. Os países incluídos nesta pesquisa foram
Alemanha, Argentina, Brasil, Chile, Espanha, Estados Unidos, Itália, México e Reino Unido. Foram
coletadas 227-239 respostas de cada país.