Professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) comenta as principais soft skiils para 2020
Há algum tempo atrás, o mercado de trabalho fazia questão de buscar profissionais hard skills, isto é, aqueles com habilidades técnicas que aprendemos ao longo da vida nas escolas e universidades, por meio de livros e até mesmo no ambiente de trabalho.
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Com o passar dos anos e a ascensão da tecnologia na vida das pessoas, o mercado de trabalho passou por mudanças significativas no modo de trabalho, relações trabalhistas e, claro, no perfil dos profissionais. Algumas dessas mudanças de perfis, em muitos casos, passou a ser prioridade para os recrutadores: os soft skills (habilidades comportamentais), ligadas ao modo de se relacionar e interagir com as pessoas.
Segundo um levantamento da consultoria Americana CareerBuilder, 63% dos empregadores entrevistados questionam, em primeiro lugar, quais são os soft skills dos candidatos em entrevistas de emprego.
“Soft skills estão voltando com muita força como forma complementar. Isso é muito cíclico. As mudanças ocorrem muito em ondas. Com o aumento da tecnologia, os profissionais focaram muito em engenharia, economia, muitas áreas ligadas às hard skills e descobriram que soft skills sempre foram algo extremamente importante”, comenta Arthur Igreja, professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e especialista em inovação e gestão.
Embora pareça novo para alguns, é importante lembrar – e o professor Arthur ressalta -, que as habilidades comportamentais não é uma invenção de agora, mas que ela já existia, porém, a exigência e prioridade das empresas ainda era nas habilidades técnicas. “O mundo viveu essa onda do coaching nos últimos anos e agora começamos a entender que, na verdade, tudo isso é complementar e necessário. Sendo assim, soft skills não é uma descoberta. Nós simplesmente estamos voltando a valorizá-las após um avanço fulminante da tecnologia e das ciências exatas, e agora há uma volta ao equilíbrio”, finaliza.
As organizações também podem desempenhar um papel importante para incentivar e aperfeiçoar as habilidades comportamentais dos seus colaboradores por meio de treinamentos, como recomenda o professor da FGV. “O aperfeiçoamento das soft skills está muito ligado à contratação, cultura e treinamento”.
Com o final do ano, muitos profissionais estabelecem metas e mudanças na carreira. Refletir e traçar uma estratégia para as habilidades profissionais, sejam elas técnicas ou comportamentais, pode ser importante para os objetivos profissionais em 2020. Segundo Arthur Igreja, “as principais competências soft skills para 2020 são empatia, negociação, capacidade de observação, comunicação e resiliência, sendo que as duas últimas nunca deixam de estar num top 5 de importância”.