Carreira

Três a cada quatro brasileiros não fornecem informações corretas no currículo

Pesquisa analisou o comportamento de 11.200 pessoas no Brasil, Chile, Peru e Colômbia

de Redação em 11 de novembro de 2021
Crédito: Freepik

Apesar de ser uma prática reprovável em uma entrevista, muitos candidatos ainda buscam dissimular algumas características negativas do seu currículo para minimizar potenciais falhas e aumentar as chances de contratação. São questões relacionadas à proficiência em inglês, o valor do último salário recebido e até mesmo informações acadêmicas estão entre os itens mais alterados.

O Grupo DNA, multinacional de tecnologia em recursos humanos, com presença em diversos países da América Latina, analisou, durante seis meses, o comportamento de 11.200 pessoas no Brasil, Chile, Peru e Colômbia, para constatar que 75% dos brasileiros não fornecem informações corretas na redação e envio dos seus currículos. 

“Em geral, em toda América Latina, exagerar no nível de inglês é a prática mais recorrente. Para não ser eliminado de um processo de seleção prévia, muitos candidatos acabam, digamos assim, exagerando na informação. Outro aspecto capaz de gerar mal-estar junto ao recrutador é romantizar a motivação da saída do emprego anterior”, afirma Murilo Arruda, CEO do Grupo DNA.

Brasileiros

Os profissionais do Brasil ganham destaque pelas alterações no tempo em que estão desempregados. De acordo com a DNA, essas informações são adulteradas em 70% dos casos. Os brasileiros também lideram na apresentação de informações falsas e/ou exageradas sobre o nível dos estudos. Ao todo, 50% mudam esses dados, bem à frente do percentual registrado no Peru (30%), Colômbia, (19%) e Chile (18%).

Além disso, 60% dos brasileiros alteram os dados reais sobre o nível de inglês e em 35% dos casos, há informações falsas sobre o valor dos salários anteriores. Mas, nesse ponto, apesar dos preocupantes, se engana quem pensa que os brasileiros são os que mais adotam essa prática na América Latina. Em termos globais, em processos seletivos, os brasileiros ficam atrás dos colombianos, com 82% dos entrevistados exagerando nas informações, seguidos pelos peruanos com 78%. Os chilenos ficam logo atrás, com 72%. 

Agravante

Murilo Arruda enxerga a pandemia como um agravante. Segundo o head do Grupo DNA, a contínua crise econômica, e de desemprego, deve permanecer mesmo após a retomada. “Estamos presenciando um momento histórico no mercado de trabalho em todo o mundo e a América Latina está no epicentro dessa nova realidade. É preciso que as empresas e os profissionais estejam atentos a um mercado cada vez mais competitivo, tecnológico e exigente e não será com informações incorretas ou incoerentes que será garantida uma nova vaga de trabalho”, alerta.

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