Dorival Donadão é consultor em gestão e desenvolvimento humano / Crédito: Divulgação |
O valor da liderança vem ganhando relevância crescente no mundo corporativo pela simples constatação de que não basta para as empresas terem produtos, tecnologia e eficiência operacional se não houver, como pano de fundo de todos esses aspectos, a força de um líder mobilizando as pessoas e gerando confiança nas relações de trabalho.
Mas como se pode, afinal, “fotografar” um líder mobilizador no cotidiano? Em primeiro lugar, o líder sabe ouvir. Parece simples, mas saber ouvir é uma arte, aliás liderar é uma arte, mais do que uma técnica. Desenvolver a sensibilidade do diálogo e fugir das verdades definitivas é um aprendizado permanente da liderança. O poder que normalmente é outorgado às lideranças pode criar o chamado “déspota da decisão”, o chefe que decide e depois pergunta aos chefiados se aquela foi a melhor decisão… É comum isso acontecer em tempos de crise, de redução de custos e de corte de despesas. Antes de tomar decisões desse tipo, pergunte à sua equipe onde e como reduzir. É possível que você se surpreenda positivamente com as propostas.
Uma pergunta recorrente: é possível aprender a ser líder? Posso aprender, sim, a liderar, desde que o ambiente me estimule, ou encontre alguns exemplos e referências de liderança e, mais do que isso, os bons resultados me impulsionem para “subir a barra” dos desafios de liderança. O líder aprende com os erros, mas ganha vitalidade e impulso com os acertos.
Quais as barreiras encontradas para o exercício da liderança? A primeira dificuldade é lidar com a ambiguidade – são poucas as certezas e muitas as suposições sobre os cenários, oportunidades e ameaças dos negócios. O líder tem de saber lidar com a ambiguidade – motivar as pessoas sem contar com o respaldo de certezas sobre o futuro.
Em segundo lugar, a crescente complexidade: as soluções simplificadas têm boa chance de serem erradas. Todas as questões envolvem um sem-números de ponderações, possibilidades, alternativas. A habilidade e a sensibilidade de “apostar” em um caminho ou outro passam a fazer parte do perfil de competências do líder.
Então, onde buscar o aprendizado para a liderança? O que e onde estudar? São centenas as teorias, conceitos, livros e programas de educação para a liderança. Existe uma forma de qualificar essa oferta? Talvez o melhor critério seja por desqualificação, começando pelas abordagens complexas e enroscadas. A verdade é que aprender a liderar é uma porta que só abre para dentro. Você deve achar seu processo de aprendizado, a partir do seu contexto de complexidade, dos ambientes de convívio, dos exemplos possíveis de serem estudados. Basta olhar para o macrocenário político mundial para perceber que os bons exemplos de liderança andam escassos. O melhor é procurar nos microambientes, nas nossas “aldeias” mais próximas, nas empresas que estão fazendo escola no Brasil.
Esse é o jeito simples de liderar, mas que funciona, pode e deve ser aprendido.