CONARH

Em nome da inovação

de Thais Gebrim em 11 de agosto de 2010

Se as tecnologias virtuais fossem utilizadas com todo o seu potencial de ferramenta de colaboração e criação coletiva, certamente muitas empresas não teriam na inovação um objeto de desejo, mas uma realidade. É o que defende Alessandro Bonorino, diretor de RH para a América Latina da IBM, que, pelo cargo que ocupa e empresa em que atua, entende como poucos profissionais da sua área o poder da web 2.0 na gestão de pessoas.

“A gente vive em um mundo complexo, veloz e interdisciplinar, no qual praticamente tudo está conectado. Com isso, fica cada vez mais difícil que uma pessoa, agindo isoladamente, detenha conhecimento suficiente para responder aos desafios de forma rápida e inovadora. Nesse sentido, a tecnologia pode ser uma parceira fundamental no processo de compartilhar informação e conhecimento e estimular a inovação”, avalia o executivo, assinalando que, apesar disso, a tecnologia virtual vem sendo subutilizada como ferramenta de colaboração e criação coletiva nas organizações.

A diferença entre as gerações no mundo corporativo, tão exaltada pela mídia hoje, é, segundo Bonorino, um dos dificultadores na reversão desse quadro. “Os jovens utilizam a tecnologia virtual para compartilhar informações e fazer networking, mas seus líderes, que, em geral, pertencem a outras gerações, não trazem isso no sangue, o que acaba resultando na subutilização dessas ferramentas. Em alguns casos, não dá, sequer, para acessar as redes sociais e determinadas ferramentas de internet, porque são bloqueadas pela empresa. Com isso, os mais jovens acabam usando a tecnologia somente para os seus objetivos individuais”, observa.

Para falar do compartilhamento de conhecimento como peça fundamental na gestão de capital intelectual, Bonorino participará do CONARH 2010 com a palestra Tecnologias virtuais viabilizando a construção coletiva nas organizações. Durante a sua apresentação, a interatividade permitirá que os participantes vivenciem o poder da colaboração. Para tanto, Bonorino vai contar com o apoio do artista plástico e videomaker Fábio Woody .

“Imagine compartilhar problemas e buscar soluções em uma rede virtual, na qual as pessoas, onde quer que estejam, com experiências e conhecimentos diferentes, têm acesso à sua pergunta e trocam ideias para ajudar. Olha o potencial disso! Muitas vezes, os problemas são novos para um determinado profissional, mas não para outros. Não utilizar o conhecimento latente na organização é um desperdício, é a reinvenção contínua da roda”, instiga o executivo.

Pensando fora da caixa. De verdade

Fábio Woody tem uma extraordinária capacidade de transformar diálogos, pensamentos, discussões, construções de planejamento estratégico e desenhos organizacionais em imagens criativas. Talento aplicado na prática na Aha! Desenvolvimento de Potenciais, da qual é diretor e que define como uma escola focada em inovação e criatividade que propõe o aprendizado pela descoberta.

Inspirada em grandes pensadores da transdisciplinaridade, como Edgar Morin e Basarab Nicolescu, a Aha! criou uma metodologia própria de ensino e, há cerca de seis anos, começou a ser procurada por empresas. No âmbito das organizações, o objetivo do material desenvolvido para programas de RH é sensibilizar as pessoas e provocar a reflexão.

Além de colaborar com seu talento na palestra de Bonorino, Woody vai participar do congresso na oficina Aprendizagem coletiva para planejamento, ao lado do consultor Alcir Miguel Jr., diretor da Miguel Consultores Associados, cujo foco de
atuação é a educação profissional para enfrentar os desafios corporativos.

Que mensagem será levada aos congressistas? “Hoje, nas organizações, falar em ´pensar fora da caixa´ já se tornou um jargão ´dentro da caixa´. Presenciamos, muitas vezes, o ´inova, mas deixa igual´, mas inovação passa por incertezas, coragem e riscos. A mensagem maior é: considere o diferente na composição dos seus programas de educação. Não como o exótico, como a cereja do bolo, mas sim como um dos ingredientes da massa. O conhecimento técnico somado aos saberes que estão fora dos muros da empresa é o oxigênio que alimenta a inovação”, argumenta o artista.

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