O ano de 2022 chegou trazendo muitas reflexões sobre o papel da liderança pós-mundo pandêmico.
Quando penso em definir os temas de capacitação para as lideranças, vejo sempre um desafio para a área de Recursos Humanos, já que é necessário trazer conteúdos atrativos, considerar tendências de mercado atreladas aos objetivos da empresa e, acima de tudo, garantir que essa capacitação alcance, diretamente, a performance da equipe transformando-a em resultados.
Diante desse cenário, decidi mergulhar no tema da liderança compassiva, assunto que tem me surpreendido, pela qualidade de conteúdo, e, com o apoio de toda a equipe de RH e as principais lideranças do marketing, aplicar na companhia em que atuo há mais de cinco anos.
Primeiro, para entender o que é liderança compassiva, temos de compreender os significados de compaixão e empatia. Partindo do princípio de que compaixão nada mais é do que colocar a empatia em ação, e que empatia é a capacidade de se colocar no lugar do outro, a conclusão é que a empatia nos ajuda a olhar com os olhos dos outros e a compaixão nos faz agir e ajudar os outros.
Por esse motivo, e dentro da essência de seu significado, em especial no pós-pandemia, a liderança compassiva tem ganhado notoriedade nas organizações, pois todos queremos, cada vez mais, líderes humanizados. E vale aqui destacar que “chefe humanizado” não quer dizer “bonzinho”. Vai muito além. Trata-se de um líder que promova o senso de identidade coletiva e social, e dessa forma, ajude na criação de redes de suporte, sentimentos de conexão, confiança e propósito, além da proteção das pessoas contra o esgotamento. Com isso, é possível criar um ambiente de segurança psicológica, fator número um, atualmente, das equipes de sucesso e de alta performance.
Mas engana-se quem pensa que apenas liderar de forma compassiva é suficiente. O sucesso, na verdade, está na liderança compassiva com sabedoria, o que significa se preocupar com a equipe, com o crescimento da companhia e com a entrega de resultados, além de operar com equilíbrio e entender que, quando uma ação dura é necessária, a melhor forma de fazê-la é com cuidado genuíno pelos sentimentos e pelo bem-estar das pessoas.
O melhor líder é o que entrega resultados em um ambiente psicologicamente seguro e humano
No caminho desse aprendizado, também aprendi que praticar a autocompaixão e agir com transparência e sinceridade são essenciais. Afinal, ocultar críticas não é uma questão de gentileza, mas sim, um artifício enganoso e nada efetivo. A interação entre os líderes e a equipe, por meio de feedbacks (diretos e assertivos) e treinamentos diários de atenção plena, também contribuem para que o ambiente cresça.
Para colocar em prática a liderança compassiva, há alguns atributos inspiradores, como capacidade de aprendizagem. Um líder deve estar aberto a aprender o papel de todos, deve remover quaisquer barreiras de comunicação e interação, agir com base na confiança estabelecida com a equipe e, claro, ter padrões elevados no que tange à ética, excelência e integridade. Assim, ele passa a exercer um papel de influência, e não de autoridade, sem necessidade de exigir, mas, sim, de encorajar o time, que acaba sendo guiado pelo coração.
Por fim, não existe liderança sem confiança, e a relação de respeito não é imposta, mas conquistada. Um líder compassivo vai além das palavras e dá o exemplo a ser seguido, pois pessoas seguem ideias, e não ordens. O diálogo é um item fundamental na relação de liderança. Saber falar é importante, mas saber ouvir é essencial.
“Se suas ações inspiram outras pessoas a sonhar mais, aprender mais, fazer mais e se tornar mais, você é um líder.”
– John Quincy Adams