Entrevista

Saúde mental é estratégica no Grupo Bradesco Seguros

Postura de cuidado deve seguir como tendência na gestão de pessoas para os próximos anos, acredita Valdirene Secato, Diretora de RH da empresa


Valdirene Secato, diretora de RH da Bradesco Seguros, fala das políticas de cuidado da companhia com seus colaboradores, que se consolidaram com a ajuda de tecnologia, a partir dos anos pandêmicos. Contudo, cuidar de gente, garante a executiva, sempre foi e sempre será o foco da organização.

Formada pelo grupo de empresas Bradesco Auto/RE, Bradesco Capitalização, Bradesco Multipensions, Bradesco Saúde, Bradesco Vida e Previdência, BSP Empreendimentos Imobiliários, MediService e OdontoPrev/Bradesco Dental, o diferencial da Bradesco Seguros, como conta Valdirene, foi estar à frente das demandas, como em relação à transformação digital e ao modelo híbrido, por exemplo.

Suporte às lideranças também fez e faz diferença, bem como saber aproveitar o contato presencial. Acompanhe a entrevista exclusiva, a seguir.

O ano de 2022 foi um ano de consolidação de práticas apresentadas pela pandemia, e 2023 um ano que, se não foi de aperfeiçoamento, foi de inovação sobre o aprendizado dos últimos três anos. Em que momento está a Bradesco Seguros?

Valdirene – O que temos na Bradesco Seguros, ao longo de sua história – e muito mais fortalecido nos últimos dois, três anos – é o cuidar. Nossa gestão de pessoas tem como princípio, propósito e valor o ser humano no centro das nossas atenções e das nossas decisões. Somos uma companhia de seguros que tem
por propósito o cuidado com a vida, com o futuro e com o presente das pessoas e não diferente disso é o nosso cuidado com os nossos quase sete mil colaboradores. Para que realmente a gestão de pessoas seja o ponto central, a gente tem um um ditado ou um lema – e é como valor mesmo, não é algo que a gente fala e não pratica: “Sem as pessoas não existe a companhia”. Quer seja sem os nossos funcionários – como a gente brinca que o CNPJ não existe, o que existe são sete mil pessoas que fazem a companhia – quer seja sem os nossos clientes – os nossos milhões de clientes – não teríamos a companhia.

A nossa preocupação enquanto recursos humanos já era cuidar de um modelo de volta – a gente já acreditava naquele momento que seria híbrido e assim foi

As lideranças precisam de preparo constante para ajustar-se a essa cultura? E como funciona esse cuidado em modelo híbrido de trabalho?

Valdirene – Como é que a gente consegue preparar a liderança pra esta evolução sobre o capital humano? Como é que a gente consegue capacitá-los para um modelo híbrido de trabalho? Por que quando nós voltamos da pandemia, já implantamos o modelo híbrido, já voltamos com ele com uma liberdade de cada negócio entender qual era o modelo mais adequado pra que a gente tivesse o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional – as pessoas dentro das suas realidades, dentro daquela área e do negócio. Tinha que ser um bom combinado entre os líderes e liderados. Isso aconteceu de forma muito fluída. (…) Quando a gente teve mais ou menos um ano dessa experiência, a gente aprendeu a liderar a distância, e já colocou um enxoval de capacitação dos líderes porque a gente tinha que sair de um perfil de liderança de olhar, de estar do lado, de controle, das coisas pelo presencial, pra uma liderança de resultado e por confiança. Nós preparamos esses líderes com muito cuidado ao longo da pandemia. A nossa preocupação enquanto recursos humanos já era cuidar de um modelo de volta – a gente já acreditava naquele momento que seria híbrido e assim foi. Os resultados da companhia foram preservados, a qualidade de vida também e a gente tem que fazer com que a cultura permaneça forte dentro de um modelo híbrido. Então é importante, dentro da cultura – e a gente acredita nisso – o presencial, o olho no olho, as pessoas estarem juntas no modelo colaborativo. A gente acredita que isso é fundamental também para a cultura. Por isso que a gente veio com o híbrido, e a gente acreditou nele e está com ele, e está caminhando bastante bem. E aí, ao longo dessa construção com as lideranças, a gente procura incansavelmente dar um passo à frente na capacitação para preparar mesmo a nossa gente em todos os os tipos de formação.

Valdirene Soares, da Bradesco Seguros: o período de isolamento social mostrou
a importância da adaptação

Qual a ferramenta ou a estratégia para isso?

Valdirene –
A gente tem aqui, através da Universeg, em parceria com a Unibrad, inúmeras soluções: lives, vídeos… São diversas pra que as pessoas ampliem as suas capacidades comportamentais. É claro para todos nós que o ser humano está no centro de tudo e mudar comportamento é o mais difícil. A gente muda um processo, a gente implanta uma nova tecnologia, mas realmente o comportamento é o que mais demora. A gente tem soluções para as lideranças – há, na Bradesco Seguros, aproximadamente mil líderes pra cuidar dos outros quase seis mil, como braços de RH. Então a eles a gente entrega soluções de capacitação, métodos de avaliação pra que eles consigam cuidar da sua gente, dar bons feedbacks, avançando nas carreiras, na meritocracia e também há uma agenda positiva – do presidente ao nosso aprendiz, ao nosso estagiário – com uma pauta de saúde mental, emocional, cuidados com a saúde de forma geral.

Se o funcionário tem alguém muito doente, se ele precisa de um socorro num funeral, se ele precisa de um apoio psicológico, ele tem. Ele e a família dele. É um cuidado que realmente a gente ampliou na pandemia e direcionou pro on-line.

Ao longo da pandemia, ao longo desses últimos três anos que eu estou à frente dessa diretoria de RH do Grupo Bradesco Seguros, a gente levou soluções aos nossos funcionários, às suas famílias. A gente levou soluções aos nossos parceiros de negócio. Então o nosso cuidado com o bem-estar e o nosso cuidado com a saúde em todas as suas instâncias foi bem, bem profundo. Nós tivemos turmas e ainda temos, abrindo o tempo todo, de mindfulness, lives que a gente tratou saúde de forma muito aberta, com psiquiatras, com médicos, o que estava acontecendo com o ser humano, como é que o cérebro funcionou dentro deste mundo da pandemia, os medos, como é que a gente enfrenta os medos. (…) O nosso programa Viva Bem atende o funcionário a qualquer hora do dia, vinte e quatro por sete. Então se o funcionário tem alguém muito doente, se ele precisa de um socorro num funeral, se ele precisa de um apoio psicológico, ele tem. Ele e a família dele. É um cuidado que realmente a gente ampliou na pandemia e direcionou pro on-line.

Nós temos mais de vinte mil parceiros de negócio que a gente alcança no Brasil inteiro e os nossos sete mil funcionários. Isso com dois eixos, São Paulo e Rio, e Curitiba um pouco menor no terceiro eixo, mas a gente tem pessoas espalhadas no Brasil todo Eu acho que o aprendizado da pandemia a gente não pode perder né? Os nossos modelos de fazer e fazer chegar o conhecimento e as capacitações no on-line e a capilaridade por onde a gente alcançou a nossa população é algo que veio pra ficar. Então a primeira mudança que a gente tem falando aí de uma tecnologia nos apoiando é a gente realmente continuar com a capacitação
Tínhamos, por exemplo, um dia de viagem para dar três horas de capacitação pra cinquenta pessoas e mais um dia de volta. Conforme a região do país, hoje a gente alcança trezentas, seiscentas mil pessoas pelo on-line. Então levar o conhecimento com certeza veio pra ficar.

E os outros processos, contaram e continuarão contando com tecnologia?
Valdirene – Quando a gente entrou na pandemia a gente já tinha um programa de onboarding que a gente faria no presencial, que se chama Abrace. Então todas as pessoas que entram passam por um programa superbacana, a gente apresenta toda a companhia, a gente apresenta toda a nossa estrutura, executivos que falam da sua vivência, da sua carreira e tudo isso acontecia no presencial. De março para abril [de 2020] a gente chamou todos os nossos parceiros pra transformar as nossas lives e a gente institucionalizou o Abrace on-line. Então isso pra te dizer que todas as nossas pessoas que entraram de abril, maio de 2020 pra cá ou até um pouquinho antes que não tinham feito no presencial, que a gente teve que suspender, passaram por esse onboarding on-line. É uma forma rica de a pessoa entender a empresa em que está, os valores e tudo isso que eu comentei. Então, isso também veio pra ficar. A gente tem aqui um desafio bastante grande e a pandemia acelerou, que é o nosso modelo digital. Eu acho que a gente já tinha na Bradesco Seguros e muito em parceria com recursos humanos a cultura digital. A gente já estava aculturando a empresa para a transformação digital. A gente olha pelos processos de recursos humanos buscando soluções digitais. Então hoje a gente participa de feiras de atração on-line. A gente tem modelos que a gente implantou de trainee e de estágio totalmente com seleção on-line. Então é uma coisa que também veio pra ficar.

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