Inovação

Potencializando a inovação: o papel do RH na construção das lideranças

Ao desenvolver lideranças inovadoras, o RH transforma a cultura organizacional, promovendo a inovação, o crescimento contínuo e a competitividade nas empresas

de Priscila Perez em 24 de junho de 2024
RH, lideranças e inovação Foto: Reprodução/Freepik

O que seria das empresas sem inovação? No mercado altamente competitivo de hoje, a capacidade de simplificar processos e buscar soluções criativas para os desafios cotidianos tornou-se vital para a sobrevivência de qualquer negócio.

Contudo, ter a inovação como meta não é suficiente se o RH e as lideranças não apoiarem essa cultura inovadora. O ex-presidente americano Ronald Reagan já dizia: “o melhor líder não é necessariamente aquele que faz as melhores coisas; é aquele que faz com que pessoas realizem as melhores coisas”.  Isso significa que líderes não só devem servir de exemplo, mas também fomentar um ambiente propício à inovação, onde o bem-estar seja priorizado pelo RH e os colaboradores se sintam à vontade para contribuir ativamente com a empresa.

RH, lideranças e a cultura de inovação

RH, lideranças e inovação
Reynaldo Gama, da HSM

Na posição de líder, Reynaldo Gama, CEO da HSM e da SingularityU Brazil, destaca que uma das suas principais funções é estabelecer as bases da cultura de inovação em toda a organização. E quanto mais integrados esses valores estiverem à estrutura da empresa, mais ágil será seu tempo de resposta às mudanças que sacodem o mercado. Para Reynaldo, quando uma organização adota uma postura inovadora, é crucial que a cultura organizacional sustente essa estratégia, implementando normas, sistemas e processos alinhados com essa visão.

Diante disso, a atitude da liderança também faz toda a diferença, pois garante a autonomia necessária para que os colaboradores se sintam empoderados a tomar decisões rápidas e inovadoras. “O líder é referência, as pessoas o observam para saber se estão atuando da maneira correta, se estão em conformidade com a estratégia, se o jeito de ser e de fazer as coisas na empresa está adequadamente sendo replicado pelos demais”, resume.

Mindset inovador

Mas só isso não é suficiente, como ele bem pontua. O verdadeiro desafio está em cultivar uma mentalidade genuinamente orientada à inovação nas empresas, especialmente entre as lideranças, que junto com o RH desempenham um papel fundamental nesse contexto. “A empresa pode até ter se estruturado para incorporar a inovação em todas as instâncias, mas dificilmente a cultura de inovação será perene se as lideranças não estiverem, elas próprias, revestidas dessa mentalidade”, observa o CEO da HSM e da SingularityU Brazil.

No dia a dia, esse mindset inovador torna-se evidente para os colaboradores quando há abertura ao erro e à experimentação, agilidade na correção de problemas – sem punir ou expor os envolvidos –, além de um ambiente de bem-estar, antenado às tendências de mercado. Não à toa, o RH tem uma atuação estratégia ao estimular a proatividade e a colaboração entre líderes e liderados, cultivando a inovação na raiz de tudo: as pessoas. É o que aponta Távira Magalhães, diretora de RH da Sólides, empresa de tecnologia para a Gestão de Pessoas. “Competências como criatividade, escuta ativa, feedback, tomada de decisão, gestão de crise e de mudanças são necessárias para um ambiente inovador”, enumera.

Foto: imagem gerada por IA – DALL·E

O RH é o guardião da cultura e da inovação

Entretanto, embora essas habilidades sejam extremamente valiosas, elas nem sempre estão no topo da lista de melhorias prioritárias, representando, muitas vezes, os gaps mais persistentes nas organizações. Nesse sentido, a especialista enfatiza que o RH, como guardião da cultura organizacional, precisa garantir que esse mindset de inovação esteja presente em todos os departamentos da empresa, sendo continuamente disseminado pelas lideranças. “Diferentes áreas e suas lideranças devem trabalhar parceria, colaborando de forma eficaz para alcançar objetivos estratégicos em prol do resultado da empresa, e não de uma área específica”, analisa a especialista.

Reynaldo Gama, CEO da HSM e da SingularityU Brazil, complementa a reflexão destacando a vantagem do RH por sua natureza transversal, que proporciona uma visão mais abrangente e permite quebrar possíveis silos organizacionais. Não à toa, o executivo acredita ser imprescindível manter proximidade com as lideranças para articular essas conexões de forma estratégica. E observa: “estabelecer metas conjuntas pode ajudar, pois isso incentiva a atuação colaborativa entre as áreas.”

RH, lideranças e inovação
Távira Magalhães, da Sólides

Por isso, a diretora de RH da Sólides, Távira Magalhães, também considera essencial que os líderes estejam abertos a feedbacks construtivos, sejam receptivos às mudanças e motivem o time a criar soluções, valorizando novas ideias com premiações e reconhecimento interno. “A conversa franca e sincera sobre aspectos positivos e negativos do trabalho pode ajudar a aumentar a qualidade e produtividade. Uma cultura de reconhecimento e recompensa também cria um ambiente mais positivo, colaborativo e inspirador”, reflete. A especialista destaca ainda o papel vital do RH nesse cenário, atuando como um parceiro estratégico ao apoiar as lideranças na criação e implementação de políticas de inovação e garantindo que essas iniciativas inovadoras sejam compreendidas por todos.

Aprendizado contínuo

Para a porta-voz da Sólides, a inovação na gestão de lideranças se dá por meio de duas abordagens fundamentais do RH: aprendizado contínuo e troca de experiências. Ela enfatiza que líderes bem capacitados e com práticas assertivas não só reforçam a vantagem competitiva das organizações, mas também contribuem para o aumento de suas receitas líquidas. Por isso, o RH precisa estar atento ao perfil daqueles que ascendem à liderança, verificando se possuem as competências necessárias para o cargo. Embora habilidades possam ser aperfeiçoadas, alguns perfis podem dificultar, ou até travar, o desenvolvimento de uma cultura de inovação.

Devido à sua atuação abrangente dentro das empresas, o RH dispõe das ferramentas necessárias para analisar e identificar o perfil comportamental mais adequado. Entrevistas semiestruturadas e avaliações de desempenho podem ajudar nessa tomada de decisão, verificando se a pessoa em questão consegue lidar com situações comuns à posição. Segundo Távira, lideranças orientadas à inovação apresentam comportamentos como “aptidão para risco, motivação por desafios, proatividade, criatividade, capacidade de resolução de problemas e visão sistêmica”.

RH, lideranças e inovação
Foto: Reprodução/Freepik

De olho nesse cenário, Reynaldo Gama, da HSM, sugere que o RH busque as competências almejadas internamente, preparando líderes em potencial para ocupar essa posição e se tornarem replicadores dentro de seus times. Para ele, lideranças genuinamente inovadoras são, acima de tudo, colaborativas e sabem fazer conexões – entre parceiros, colaboradores e assuntos diversos. “Fazer conexões é o que vai sustentar líderes e negócios diante das mudanças aceleradas que vivemos”, crava. Em outras palavras, pessoas muito fechadas, que preferem trabalhar sozinhas em vez de trocar experiências com suas equipes, dificilmente se tornarão líderes inovadores.

Busca por talentos

Outra estratégia é buscar no mercado profissionais que preencham esses requisitos para que se tornem “referência em inovação”. Esses líderes, além de trazer novas perspectivas à organização, podem atuar como porta-vozes em comunicações internas, reuniões e town-halls, inspirando suas equipes a se desafiarem e a adotarem uma mentalidade inovadora. “Ninguém tem dúvidas de que as ações falam mais alto que as palavras. Mostrar que é possível e entregar algo concreto é muito poderoso”, observa.

Para complementar, também é importante definir metas claras para que os resultados sejam visíveis, intensificar a comunicação em ações do RH para fortalecer a cultura de inovação e usar metodologias ágeis, mesmo que em fase piloto, para promover uma atuação mais horizontal e colaborativa. Segundo Reynaldo, essas ações combinadas ajudam a criar uma cultura organizacional dinâmica e orientada ao crescimento contínuo, fortalecendo a posição competitiva da empresa.


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