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Como Será o Amanhã?

Na área de Gente & Gestão, podemos afirmar que o ano de 2023 será um tabuleiro em movimento enquanto o jogo de xadrez acontece. Entenda o porquê em artigo de Carla Furtado

Enquanto diferentes variáveis seguem se movendo simultaneamente – da política interna à geopolítica mundial, das questões sanitárias aos desafios ambientais – podemos afirmar que 2023 será um tabuleiro em movimento enquanto o jogo de xadrez acontece. O nome disso é complexidade: interação, irregularidade e imprevisibilidade.

Na área de Gente & Gestão já se sabe que tempos incertos geram fenômenos comportamentais que afetam o ecossistema organizacional, como “The Great Resignation” e, mais recentemente, “The Great Reevaluation”.

Se estes são tempos incertos, o que podemos antecipar para 2023? Abrimos a análise estratégica do Instituto Feliciência para compartilhar com você 5 importantes pontos de atenção.

O sofrimento psíquico seguirá em alta e a atenção à saúde mental também

Em 2022, a OMS anunciou o incremento de 25% em depressão e transtornos de ansiedade no mundo desde o início da pandemia do Covid-19. A Associação Brasileira de Psiquiatria confirmou o mesmo percentual no Brasil. Não há redução prevista. Nas organizações, além dos afastamentos, há pessoas sem diagnóstico e, portanto, sem assistência. Rastrear sofrimento psíquico é palavra de ordem para 2023.

Data Driven Mindset e as Métricas Primordiais em Gente & Gestão

Gostar de gente não é suficiente para se trabalhar com Gente & Gestão. É preciso gostar de dados e saber convertê-los em informações que apoiem a tomada de decisão. Em tempos de hipercomplexidade (lembra do tabuleiro trepidando com as peças em cima?), manter indicadores fidedignamente alimentados e up-to-date é primordial. Quantos e quais KPIs? Quantos e todos que forem necessários, na dúvida inicie aferindo e acompanhando aqueles que informam os atuais pontos de vulnerabilidade – e não perca de vista o perfil epidemiológico e as causas de afastamento do trabalho.

Os profissionais querem mudança

Ainda ouviremos falar bastante sobre “The Great Reevaluation”, mais um fenômeno que resulta de tempos incertos e que aponta para novas demandas. Profissionais de Gente & Gestão devem estar preparados: a reivindicação por melhor remuneração estará de volta e com ela, o risco de evasão de talentos não contemplados em suas demandas. É vital que organização comece já a rever e atualizar suas políticas de remuneração e promoção. No rol de mudanças esperadas, junto com melhores salários, estarão: qualidade de vida, flexibilidade e carreira.

Segurança psicológica como modo default de funcionamento

Podemos declarar como encerrado o período de justificativas para investimento em Segurança Psicológica. Após cerca de dois anos de intensa educação corporativa no Brasil, é hora de implementar protocolos para que ocorra uma aculturação, ou seja, para Segurança Psicológica seja o modo default de funcionamento dos times. É imensurável o valor das perdas decorrentes do silêncio daqueles que veem riscos e possibilidades mas não se sentem seguros para falar.

Liderança orientada para a saúde

Em quase três anos de pandemia, líderes foram estimulados e até capacitados para identificar sinais de sofrimento psíquico em seus times e atuar da melhor forma diante disso. Nesse processo os líderes também se fragilizaram – as organizações conheceram a vulnerabilidade do C-Level em 2022. Passada a emergência sanitária, restam seus efeitos sobre a saúde mental e há muito a se fazer. A liderança orientada para a saúde será, sem dúvida, uma das pautas mais recorrentes de 2023

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Carla Furtado

Mestre e Doutoranda em Psicologia (Universidade Católica de Brasília/UCB). Especialista em Neurociência e Comportamento (PUCRS). Docente de Pós-Graduação na PUCRS e do Instituto de Ensino e Pesquisa Hospital Albert Einstein. Autora do livro Feliciência: Felicidade e Trabalho na Era da Complexidade (Almedina). Diretora do Instituto Feliciência, com operações no Brasil e em Portugal.