Recrutamento e Seleção

Crescem contratações para áreas de vendas, serviços ao cliente e tecnologia

Setor de tecnologia vive “guerra por talentos” e foi um dos menos afetados pela pandemia

A pandemia tem gerado uma crise econômica no país que levou milhões ao desemprego. Porém, cada setor sentiu o impacto de forma diferente e alguns até conseguiram crescer em número de contratações. Neste mês de outubro, de acordo com dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o mercado de trabalho brasileiro registrou abertura líquida (contratações menos desligamentos) de 395 mil vagas.

Ocorreram 1,55 milhão de admissões contra 1,15 milhão de desligamentos no mês. Entretanto, em 2020, somando-se admissões e demissões, o saldo até agora é de fechamento de 171 mil vagas. O país tem 38,6 milhões de pessoas com empregos formais.

Esse aumento de postos de trabalho foi sentido por empresas de recrutamento e seleção, caso da Gupy, que registrou um crescimento de 400% em número de contratações pela sua plataforma em outubro, com 30 mil candidatos contratados em relação a abril, quando apenas seis mil vagas foram preenchidas e a maioria das empresas congelaram processos seletivos. Segundo informações do Caged, abril foi o pior mês do ano, com mais de 942 mil demissões.

Para Guilherme Dias, CMO e cofundador da empresa, essa subida no número de vagas representa um sinal da retomada da economia, impulsionada pelas contratações temporárias típicas do período de final de ano. “Temos muitas vagas de perfil comercial (vendas), que têm crescido desde agosto”, pontua.

As categorias de vagas que mais cresceram em volume de contratação na plataforma da empresa foram as de vendas (660%), serviços ao cliente (430%) e vagas operacionais (230%), como auxiliares de loja, caixas de farmácias, supermercados, entre outros.

Segundo o executivo, essas contratações ocorreram principalmente no varejo e em setores da indústria, especialmente fábricas. Dentro do varejo, a área alimentícia e de bens de consumo não duráveis foram as principais responsáveis pela alta.

“O setor alimentício manteve-se forte durante a pandemia, mas o de bens de consumo não duráveis está em uma retomada, já que ele tem voltado com força no último trimestre”, explica Dias. “Na pandemia, a dificuldade não é achar volume de pessoas, mas gente qualificada. O desemprego gerou muita disputa por vagas. Por isso, o RH tem que investir esforço para achar os talentos”, ressalta.

Tecnologia em alta

A demanda por profissionais de tecnologia vem aumentando nos últimos anos e durante a pandemia não tem sido diferente. A Kenoby, empresa de recrutamento e seleção, registrou um aumento de 14,4% na abertura de vagas de tecnologia na plataforma nos últimos três meses, quando comparado ao primeiro semestre deste ano.

O destaque foi para posições de desenvolvedores. A área de TI foi uma das menos afetadas pela pandemia e é apontada como uma das que estarão em alta em 2021.

O setor de tecnologia vive uma guerra por talentos, porque há muita procura pelos profissionais, mas pouca mão de obra é muito qualificada. O que a gente vê ganhando mais força nas empresas são pessoas ligadas à área de segurança de dados, que é uma das mais requisitadas devido à LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais)”, relata Dias.

De acordo com as informações da Kenoby, entre a vagas com maior demanda estão analistas e gestores de sistemas, de projetos, de negócios e de produto digital e áreas de dados como business intelligence, analistas, engenheiros e cientistas de dados.

Para Marcel Lotufo, CEO e cofundador da Kenoby, “à medida que o RH se torna mais estratégico para as empresas, a contratação de novos talentos exige a utilização de métodos de seleção científicos que vão além do currículo e deixam, cada vez mais, os vieses de lado. Hoje, a tecnologia já é uma excelente aliada neste assunto. O mapeamento cultural, por exemplo, é uma excelente ferramenta para ajudar as empresas na busca de profissionais com estilo de trabalho semelhante aos delas. Isso proporciona um aumento do sucesso nas contratações e prioriza profissionais que combinam culturalmente com estas companhias.”, explica.

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