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Demanda por talentos: a caça ao pote de ouro no final do arco-íris

É necessário que gestores passem a ter um novo olhar não só para o recrutamento, mas, também, para a capacitação, desenvolvimento e retenção de talentos

de Sarah Hirota em 3 de setembro de 2021

Com a transformação digital, o grau de exigência também aumentou por parte das organizações. No entanto, tendências apontam para um recrutamento sem estereótipos e mais focado em habilidades, cultura e valores. Sem dúvida, o boom da IA, o avanço do machine learning e de outras tecnologias que já fazem parte do dia a dia das empresas, tudo isso, somou-se à necessidade latente por profissionais qualificados e com expertise para atuar nas novas áreas que foram criadas. 

Há muitas vagas abertas no País, cerca de 14,8 milhões de pessoas desocupadas, segundo o IBGE, o que é antagônico. A conta não fecha. Existe uma enorme concorrência pela busca por talentos em determinadas áreas e, do outro lado, milhares de pessoas se candidatando para uma vaga, mas nenhuma parece “ter fit”. Como equilibrar isso?

É necessário que gestores e times de pessoas passem a ter um novo olhar não só para o recrutamento, mas, também, para a capacitação, desenvolvimento e retenção de talentos, embasados por sua cultura e valores. Mais do que encontrar a pessoa certa para uma determinada posição, hoje, tornou-se importante também encontrar a função correta para cada pessoa. Identificar rapidamente as características que fazem da pessoa um talento é essencial para construir times de alta performance. 

É preciso olhar à frente

Um estudo realizado pela consultoria Gartner examinou algumas mudanças no cenário de força do trabalho. Pesquisadores identificaram três práticas que estão tornando obsoletas as práticas de recrutamento tradicionais. Uma delas é que as habilidades, em muitos casos, têm vida útil, isso também por conta dos avanços tecnológicos. O levantamento realizado com 3500 gestores mostrou que, apenas 29% das pessoas contratadas tinham todas as habilidades requeridas para a posição. 

O mesmo estudo revelou que, nas principais ocupações atuais (financeiro, TI, vendas), dez novas habilidades vão surgir em um período de 18 meses. Neste cenário, contratar somente pelas habilidades requeridas para uma determinada posição, não é suficiente e nem necessário. O mais importante é ter um olhar para as necessidades futuras da organização, independente de área. O olhar de quem contrata deve ser para o potencial e o caminho percorrido pelas pessoas para tornar possível a execução das estratégias futuras da empresa.

Olhar internamente é essencial. Pessoas que já fazem parte da organização conhecem e vivem a cultura da empresa, adaptando-se mais rapidamente e demonstrando maior habilidade de navegação política. Além de ser um aliado, costuma ter maior comprometimento e conhecimento das estratégias e visão da companhia, e geram resultados mais rápidos, bem como promovem maior engajamento dos demais colaboradores e novos talentos.

Outro ponto levantado como retrocesso da área é que, geralmente, a fonte em que recrutadores usam para encontrar talentos também está obsoleta. Candidatos talentosíssimos podem ser encontrados fora dos grupos tradicionais ou mesmo fora do seu trabalho diário, já que estão adquirindo habilidades e conhecimentos específicos informalmente e de outras formas. Talentos podem emergir de lugares improváveis e são atraídos pelo propósito da organização. 

Estratégias da comunicação para se adequar as tendências

Cabe à empresa desenhar estratégias de comunicação que gerem conexão e identificação com as pessoas de maior potencial de engajamento com sua cultura e valores. A marca não é mais somente os produtos e serviços prestados, mas sim as pessoas que a constroem.

Busque complementar habilidades. Ao trazer uma nova pessoa ao time, seja por meio de um recrutamento interno ou externo, busque perfis, comportamentos, conhecimentos e habilidades complementares, pois além de aumentar o repertório do time, gera uma maior interação na busca do compartilhamento e desenvolvimento de cada um. 

Não foque somente no desenvolvimento individual, mas sim, no que promove o desenvolvimento do grupo, neste cenário, o indivíduo se desenvolve como consequência. Os gestores e times de pessoas precisam ampliar o seu olhar para o mercado de potenciais talentos, pois sim, eles existem. Pensando em talentos, você enxerga o copo meio cheio ou meio vazio? Quantos potenciais talentos não deixamos de trazer para nossos times por não enxergarmos as mudanças que estavam acontecendo bem diante de nós?

Por fim, outra tendência apontada pelos pesquisadores diz respeito ao “poder” que os candidatos detêm nas mãos agora. Eles estão cada vez mais seletivos sobre para quem trabalham, “obrigando” as empresas que não têm proposta de valor de emprego sexy e atraente, incorporá-las. Por isso mesmo, e por todos os dados apresentados acima, a importância de investir em capacitação e retenção de talentos.

O Employer Branding é o conjunto de estratégias de uma empresa para trabalhar o engajamento e interesse dos funcionários e manter vivo o DNA da cultura e do propósito. Qual seria o equilíbrio perfeito entre os interesses dos profissionais e as demandas da empresa? 
Essa resposta deixo para vocês.

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Sarah Hirota

Líder de Pessoas e Cultura da Fhinck

Sarah Hirota é líder de Pessoas e Cultura da Fhinck