Presente em todos os estados, o Sesc é uma potência quando se fala em cultura, lazer, saúde, assistência social e educação. Sua atuação é tão significativa nessas áreas que a entidade se tornou, ao longo de seus 77 anos de existência, um espaço vibrante marcado por diferentes expressões artísticas, modalidades esportivas e eventos que estimulam o convívio social e a busca por uma vida saudável. Essa pluralidade e efervescência cultural têm tudo a ver com o propósito da entidade, que nasceu em 1946 com a missão de proporcionar bem-estar aos trabalhadores dos setores de comércio, serviços e turismo.
Mas essa tarefa não é nada fácil, considerando que são mais de 35 mil colaboradores espalhados por todo o Brasil, de regiões e realidades muito diferentes, que juntos dão sustentação a essa múltipla rede de serviços. Em um cenário tão diverso, a comunicação interna desempenha um papel fundamental por estimular o sentimento de pertencimento e conectá-los genuinamente à missão do Sesc. André Valle, assessor de Comunicação da entidade, e Renata Wagner, coordenadora de Relacionamento e Comunicação Interna do Departamento Nacional, explicam que, por conta dessa amplitude, o time de comunicação interna não só precisa estar ligado ao setor comunicação, trabalhando em conjunto com o RH, como também deve ser um reflexo de tudo aquilo que é pensado e feito para o público externo. “Tudo o que o Sesc faz para seus usuários deve ser feito internamente. A comunicação precisa ter o mesmo espírito, frescor e formatação, talvez com um tom um pouco diferente, dependendo da mensagem, mas naturalmente menos sisuda”, reflete André.
Na prática, não existem duas empresas separadas: uma que se comunica com o público externo e outra que dialoga com os funcionários. O Sesc é um só, e a forma como ele se relaciona, interna ou externamente, reflete sua identidade, cultura e valores. “É uma questão da personalidade. A marca Sesc é isso: acolhimento, afeto, transformação e oportunidade para muita gente. Não dá para sermos tão rigorosos assim, inclusive internamente porque é a própria empresa se comunicando com seus funcionários, compartilhando informações sobre suas ações e conquistas. Por isso, tentamos sempre imprimir essa leveza também à comunicação interna”, pontua André.
Atuação em rede na comunicação do Sesc
A entidade tem uma atuação tão abrangente que seu funcionamento já se configura em um verdadeiro desafio. O alinhamento de todos os elementos desse vasto ecossistema exige dedicação do Departamento Nacional, órgão executivo da Administração Nacional do Sesc. Com sede no Rio de Janeiro, o DN é responsável por coordenar e monitorar as estratégias que são desenvolvidas em âmbito nacional, incluindo a comunicação que é realizada com seus colaboradores, visando garantir a consistência e uniformidade da marca Sesc. Um modelo de gestão que, à primeira vista, poderia se assemelhar à operação de uma holding, com suas diversas filiais e protocolos, mas que, na verdade, coloca em prática o conceito de rede, que proporciona autonomia e independência aos departamentos regionais. Segundo André Valle, isso também se aplica à comunicação interna, que ocorre de forma independente em cada região, mas sempre guiada pelas diretrizes do DN.
Essa sincronia, como bem explica o assessor, é fundamental para garantir uma atuação eficiente em todas as áreas de atendimento, o que exige empenho por parte da sede em propagar a cultura Sesc e engajar as regionais. Uma sinergia que, dentro da comunicação interna, é construída por meio de documentos norteadores, reuniões remotas e encontros presenciais que visam o compartilhamento de ideias e projetos entre as lideranças de todo o país, fortalecendo ainda mais essa atuação em rede. “É um desafio constante e fazemos isso o tempo todo. O nosso papel como Departamento Nacional é tentar criar essa unicidade de atuação do Sesc no Brasil inteiro, sendo um agente norteador, inclusive na comunicação com colaboradores.” André cita dois exemplos relevantes: um documento de comunicação interna, recém-divulgado em todo o país, que fornece diretrizes para o uso das redes sociais, e a organização de um evento presencial no próximo mês com o objetivo de reunir as principais lideranças de comunicação de todo o país. Ele destaca a importância de iniciativas como essa para obter informações atualizadas do mercado e promover a troca de conhecimentos internamente. “Fazemos esses encontros com certa frequência e sempre buscamos trazer gente do mercado, pessoas que estão vivendo outras realidade, para que possamos fazer um benchmarking e aprender algo relevante.”
Todos na mesma página
O Departamento Nacional ainda promove treinamentos online de comunicação interna com gestores regionais, proporcionando um valioso intercâmbio de conhecimentos. “Agora em julho, a gente juntou a turma da área, de todo o Brasil, e tentamos ajudá-los a encontrar caminhos para melhorar a comunicação com nossos colaboradores. Porém, de uma maneira geral, percebemos que esse tema ainda é um pouco incipiente ”, reconhece o representante da entidade. A tarefa de engajar seus 35 mil funcionários é desafiadora porque cada regional tem sua própria realidade. Segundo André, algumas estão mais avançadas e fazem da comunicação interna um poderoso canal de relacionamento, enquanto outras ainda abordam a questão de uma maneira muito protocolar. Nesses casos, explica o representante do Sesc, a intranet é um mero repositório de documentos.
Ciente dessas dificuldades, o DN tem trabalhado para uniformizar e impulsionar a comunicação com colaboradores em todo o território nacional por meio desses treinamentos. Renata Wagner, coordenadora de Relacionamento e Comunicação Interna do Departamento Nacional, conta que, durante os encontros promovidos entre os meses de junho e julho, a missão foi colocar “todo mundo na mesma página”. “Sabemos que as diferenças são muito grandes. Tinha gente com conhecimentos profundos da área, assim como tinha gente que fazia muito no feeling. Contratamos uma consultora externa que nos ajudou nessa proposta para que pudéssemos colocar todo mundo conversando sobre o mesmo tema”.
A coordenadora ressalta que o DN também está muito atento às necessidades das regionais, oferecendo consultoria para aquelas que, por exemplo, têm dificuldade em estabelecer seus canais de comunicação interna. As trocas de experiências e saberes são constantes dentro do ecossistema do Sesc e acontecem, inclusive, entre as próprias regionais, segundo Renata. Devido à impossibilidade de mobilizar a totalidade de seus 35 mil funcionários, a estratégia do time de comunicação interna é dar protagonismo aos gestores regionais para que eles se tornem difusores desse conhecimento. “Tentamos ser esse ‘pé no acelerador’ para a comunicação interna. É assim que buscamos construir essa unidade. O Sesc tem entendido, de uma maneira geral, que há essa necessidade de integração e de uma comunicação nacional. O colaborador não pode ter diferentes experiências com a marca, dependendo do lugar onde ele esteja”, complementa André.
Olhar para dentro
Além de ser o agente unificador da comunicação em todo o país, o Departamento Nacional também tem a missão de assegurar que a relação com seus mil colaboradores seja envolvente e vibrante, capaz de refletir a essência da marca Sesc. Essa transformação está em curso desde o ano passado, sendo liderada pelo time de comunicação interna. André Valle, do Sesc, conta que o objetivo atual é potencializar os canais de informação existentes, como a própria intranet. Ferramentas como e-mail, mural digital e grupos de WhatsApp para gestores também são utilizadas para ampliar o diálogo com o funcionário, mas tudo isso ainda é um processo em construção, segundo André. “Em cada um desses canais, você já sente uma participação legal dos colaboradores, uma troca. Mas é óbvio que queremos mais. Acredito que podemos ter mais porta-vozes falando, mais gente contribuindo”, reflete.
A equipe está empenhada em explorar novas soluções e fortalecer essas conexões, mas o desafio reside em engajá-los de forma genuína para que as interações se multipliquem, indo além de algumas curtidas ou comentários. Renata Wagner considera o público interno um pouco tímido nessas interações, o que motivou a equipe a remodelar a intranet, chamada de Radar, com a colaboração dos próprios usuários, para que se tornasse um portal de notícias. “Quando pensamos nesse novo layout para o canal, fizemos grupos focais com pessoas de vários setores para que elas dessem suas opiniões. Foi um passo importante para começar a estreitar esses laços. Podemos dizer que essa nova usabilidade da intranet foi construída em parceria com os nossos colegas”, revela a coordenadora de comunicação interna. André, complementa a ideia, citando o slogan do seriado norte-americano de ficção científica Arquivo X que dizia que “a verdade está lá fora”, o que significou, para o Departamento Nacional, ouvir sua audiência e entender suas demandas. “Queríamos ouvir as pessoas e ver qual era a opinião delas a respeito de uma internet que fosse funcional e não apenas um canal ‘top-down’, com comunicações formais”, explica o representante do Sesc.
Transformar para engajar no Sesc
A remodelação da intranet foi o ponto de partida de um processo de transformação que, de acordo com André, tem como objetivo conceder mais “protagonismo aos funcionários”, amplificando o engajamento e fortalecendo seu senso de pertencimento. “Em geral, o funcionário tem muito orgulho da empresa em que ele trabalha, então queremos colocar isso em evidência”, destaca. Um dos projetos previstos pela equipe de comunicação interna do Departamento Nacional é a criação de um produto audiovisual que engaje os colaboradores por meio de reportagens com uma abordagem mais jovem, inspirada no ritmo frenético das redes sociais e do YouTube. A ideia é impulsionada pelo sucesso de uma série especial realizada no ano passado com 15 personagens emblemáticos da empresa.
Os desafios são oportunidades valiosas que impulsionam transformações. E no Departamento Nacional do Sesc, a comunicação interna está em plena fase de experimentação, estabelecendo novas e significativas conexões com seus colaboradores. Até mesmo a troca de crachás pode virar um evento vibrante quando o objetivo é estreitar laços e promover bem-estar, como conta André Valle. “O que era para ser uma coisa absolutamente funcional e burocrática se transformou num megaevento de engajamento. Fizemos uma espécie de amigo oculto em que as pessoas recebiam o crachá de uma outra pessoa.”
São iniciativas como essa que levaram o DN a receber, pela quarta vez, o selo “Great Place to Work”, que o reconhece como uma ótima empresa para se trabalhar. Para André e Renata, a comunicação interna colaborou decisivamente para a conquista – e não poderia ser diferente. “Fazemos esse trabalho de mãos dadas com o RH na tentativa de promover essa disruptura e promover uma comunicação mais ágil, intensa, descontraída e com mais frescor. E isso, de alguma forma, se traduz também nessa leitura que o funcionário faz da empresa”, finaliza a dupla.
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