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Os desafios do trabalho remoto no exterior

Somado à escassez de mão de obra especializada localmente, selecionar colaboradores de outras nações se tornou uma realidade

A escassez de mão de obra para o setor de TI no Brasil deve superar os 400 mil postos de trabalho até o fim de 2022, segundo uma estimativa da Softex, organização social voltada ao fomento da área de tecnologia de informação. O cenário demonstra um problema grave, que é discutido há alguns anos e que conta, por exemplo, com algumas ações de empresas do segmento como a qualificação da mão de obra já formada em TI. Ou algo que é feito pela Monitora, que investe na formação de estudantes desde o Ensino Médio em cursos técnicos na área de tecnologia de informação.

No entanto, existe um fenômeno acelerado pela pandemia da Covid-19 e que possui uma tendência de crescimento para os vários setores da economia – e não só para as empresas de tecnologia da informação: a contratação de mão de obra alocada fora do Brasil.

Um dos elementos para contextualizar os leitores: a adoção do home office por vários empregadores em todo o mundo foi feita com intensidade após os primeiros casos do novo coronavírus, entre o fim de 2020 e início de 2021. Por aqui não foi diferente.

Segundo a Pesquisa Gestão de Pessoas na Crise Covid-19, elaborada dois anos atrás pela Fundação Instituto de Administração (FIA), 46% das empresas instituíram o home office durante a pandemia. Isso tornou o mundo mais globalizado, apesar da distância física entre as pessoas. A criação de processos e o avanço tecnológico permitiram que atividades antes feitas apenas presencialmente pudessem ser realizadas de forma on-line.

Somado à escassez de mão de obra especializada localmente, selecionar colaboradores de outras nações, como Argentina e Colômbia, ou em continentes distantes, como Índia, Paquistão e em países com crises além das causadas pela pandemia, como a guerra entre Rússia e Ucrânia, por exemplo, virou uma realidade. No entanto, uma série de barreiras existentes devem ser superadas pelas empresas e pelos colaboradores para que essas contratações sejam feitas e que o trabalho possa ser realizado sem intercorrências.

Uma delas é o idioma. Trabalhar em uma empresa sediada no Brasil, cuja língua materna é o português, com colaboradores de nações como Índia, Paquistão e outras localizadas no leste da Europa pode ser um fator complicador. Adotar o inglês como língua padrão pode facilitar e quebrar essa barreira, considerando que é um idioma universal. Mais de 1 bilhão de pessoas nativas e não nativas utilizam o inglês atualmente.

A outra é o fuso horário. Considerando o Brasil como referência, a diferença de horário entre quem está em São Carlos (interior de São Paulo) e em Berlim, na Alemanha, pode chegar a 05 horas, por exemplo. Alinhar os horários de todos os colaboradores com o funcionamento da empresa é uma das barreiras que precisam ser superadas para proporcionar um rendimento adequado ao trabalho.

Durante muito tempo, a Índia foi referência como pólo de desenvolvimento tecnológico, entretanto, a diferença de fuso entre eles e os EUA não ajuda os indianos. Nós neste ponto temos uma vantagem competitiva, pois conseguimos a partir do Brasil, atender tanto a Europa quanto os EUA e Canadá. E com a possibilidade de nos movermos globalmente, conseguimos contratar também na Índia para atender a Europa.

E quanto às barreiras legais? Elas estão atualmente mais fáceis de serem superadas, com a regulamentação do home office na maior parte dos países do mundo, sempre respeitando a legislação de cada nação. Aqui na Monitora, contratamos os nossos colaboradores do exterior, por meio do nosso escritório existente nos Estados Unidos, respeitando a legislação americana.

O pagamento na moeda de cada país onde estão alocados os colaboradores também é algo necessário, entretanto, hoje é possível pagar o colaborador em dólar e por meio de plataformas, o colaborador pode converter o recebimento na moeda local.

Nos últimos três anos para cá, podemos observar que os resultados internacionais são importantes para a evolução de uma empresa e que o mundo está descobrindo o Brasil como pólo de tecnologia e realmente estão investindo por aqui. Aproveitar as inovações tecnológicas, de legislação e de hábitos das pessoas é um diferencial para as empresas que buscam internacionalizar seus negócios.

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Marcos Chiodi

Fundador e sócio da Monitora Soluções Tecnológicas