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PEMCC destaca a força dos influenciadores internos como elo entre estratégia e equipe

Cases da FSFX e do Banco do Brasil mostram como dar voz a quem vive a rotina pode transformar a comunicação interna e fortalecer a cultura

de Priscila Perez em 31 de julho de 2025
Influenciadores internos Imagem gerada por IA

Você já deve ter ouvido a expressão “nada muda se as pessoas não mudam”. E, no universo corporativo, isso faz um tremendo sentido, pois não há cultura forte quando os próprios colaboradores não se sentem parte dela. É por isso que tantas empresas estão apostando nos influenciadores internos como ponte entre estratégia e comunicação interna. Na terceira edição do Prêmio Empresas que Melhor se Comunicação com Colaboradores (PEMCC), duas iniciativas se destacaram justamente por tornar esse diálogo mais fluído e colaborativo: o Influencers FSFX, da Fundação São Francisco Xavier, e o Agente C, do Banco do Brasil.

Apesar das diferenças nos formatos, os projetos têm em comum o protagonismo dado a quem “vive e respira” a cultura dessas empresas – uma escolha fundamental para aproximar a organização das lideranças e seus funcionários. Afinal, ninguém melhor do que o próprio colaborador para representá-las de forma genuína. Ao serem integrados às ações de comunicação interna, os influenciadores internos ajudam a traduzir mensagens institucionais com mais empatia, clareza e legitimidade, garantindo que elas cheguem aos colegas no tom certo e façam sentido na rotina. No lugar da fala engessada, entram em cena a escuta ativa, a troca de informações e a construção de vínculos, com o coleguismo estimulado no dia a dia.

Fundação São Francisco Xavier – Influência com escuta, rosto e propósito

Na Fundação São Francisco Xavier, o programa de influenciadores internos surgiu como resposta a um cenário desafiador, marcado por mudanças na liderança, aumento de desligamentos voluntários e licenças médicas por questões emocionais. O momento era delicado e já afetava o clima organizacional. Em meio a isso, havia muito ruído na comunicação, com a “rádio corredor” tomando a frente. Era preciso reagir rápido não só para conter o problema, mas transformá-lo em oportunidade de diálogo. Foi aí que surgiu o projeto Influencers FSFX, um dos destaques da categoria “Relacionamento com influenciadores internos” no PEMCC.

Lançado em 2023 e fortalecido em 2024, a iniciativa faz parte do movimento “Uma Fundação Feita por Você – #SomosTodosFSFX”, cujo objetivo é promover um ambiente de trabalho mais transparente e colaborativo. De olho nisso, a comunicação interna recebeu esse bem-vindo reforço com o propósito de ampliar o alcance das mensagens, estimular o diálogo com e entre os times e reforçar positivamente o sentimento de pertencimento. Valéria Marcondes Santos, gerente de Comunicação e Marketing da Fundação, explica que, com o “Influencers FSFX”, foi possível integrar de forma estratégica as unidades e garantir uma interação mais próxima com os colaboradores. “A criação do grupo foi fundamental para uma maior integração e comunicação da FSFX com as áreas e também entre as unidades que a compõem”, destaca.

influenciadores internos
Valeria Marcondes, da Fundação São Francisco Xavier

Vozes que representam o todo

Com exceção dos líderes formais, o processo seletivo anual é aberto a todos os colaboradores que se identifiquem com os valores da instituição e tenham perfil comunicativo e engajado. Segundo ela, o objetivo disso é dar protagonismo às diferentes vozes que compõem a organização, independente da hierarquia, criando assim um canal horizontal entre as equipes e o time de comunicação. “Para a seleção, ainda é avaliada a possibilidade da diversidade de setores, ou seja, a garantia de representatividade entre diferentes áreas da Instituição”, complementa Valéria.

Atualmente, 30 influenciadores internos atuam na Fundação, ajudando a compartilhar os conteúdos com empatia e proximidade, quase como em um bate-papo entre colegas. “Os influencers sempre têm a informação em primeira mão. Realizamos reuniões mensais, workshops técnicos e diversas ações de relacionamento para garantir isso”, destaca.

Para garantir o suporte e o engajamento contínuo dos influencers, a FSFX estruturou um calendário de encontros presenciais e ações de capacitação. O ciclo começa com um evento de boas-vindas, onde os participantes recebem um kit simbólico, conhecem o cronograma do ano e são recepcionados pela presidência da Fundação. Além das reuniões mensais de alinhamento, a equipe de comunicação promove workshops técnicos bimestrais com temas sugeridos pelos próprios participantes, como produção de vídeos com o celular, criação de campanhas e apuração de pautas. O objetivo é formar um grupo ativo, capaz de influenciar com autonomia e responsabilidade.

De crise à reconstrução pela escuta

Com esse trabalho próximo aos influenciadores internos, o projeto deixou de ser apenas um canal eficiente de comunicação e se transformou em um espaço real de construção coletiva, onde os colaboradores contribuem para dar sentido às mensagens e fortalecer a cultura da Fundação. O resultado veio rápido, refletido na mudança de percepção sobre o papel da comunicação interna, que passou a ser vista como ferramenta estratégica, e não apenas como canal de repasse. “A participação se tornou mais efetiva e muito mais engajada e, ao mesmo tempo, tivemos uma significativa melhora na comunicação, que ficou mais direta e sem ruídos”, destaca Valéria.

A adesão também cresceu nos eventos internos, assim como o interesse em integrar o grupo. “Na segunda etapa, percebemos uma maior procura para ocupar o posto de influencer”, afirma. Para a porta-voz, esse movimento é reflexo direto desse novo ambiente organizacional – muito mais colaborativo e participativo.

Banco do Brasil – Influência com propósito e precisão

Influenciadores internos
Imagem gerada por IA

Assim como na FSFX, que fez dos influenciadores internos uma fonte genuína de conexão com a cultura da Fundação, o Banco do Brasil também apostou nesse protagonismo para transformar temas técnicos, como compliance e controle interno, em algo mais acessível. Foi com essa missão que surgiu o Programa Agente C, case premiado no PEMCC por dar visibilidade a profissionais capazes de orientar e apoiar os colaboradores no dia a dia. Com atuação consultiva e presença constante na rotina das equipes, os Agentes C se tornaram referência não apenas pelo domínio técnico, mas pela habilidade de estabelecer, com naturalidade, um diálogo entre a Diretoria de Controles Internos (DICOI) e a rede de agências.

Desde o início, o foco – e o desafio – foi estruturar uma comunicação que aproximasse as pessoas e, ao mesmo tempo, fosse relevante para a realidade de cada agência. Juliana Vidoti Matos, gerente de setor do GECOI-MG, explica o funcionamento do programa: “cada Agente C é responsável por uma carteira de agências, com as quais mantém contato direto e contínuo, atuando como referência técnica e apoio consultivo”. Na prática, esse envolvimento garante respostas rápidas e contextualizadas para diferentes tipos de situação. Segundo ela, a atuação é feita pelas Gerências Regionais, sempre com suporte da DICOI, o que ajuda a manter o alinhamento institucional e a capilaridade necessária para chegar a todos os pontos da rede.

Em vez de reforçar uma lógica fiscalizadora e até punitiva, o time de comunicação do BB optou por um modelo mais humano e colaborativo, que tem nos influenciadores internos sua maior força. Para Juliana, eles passaram a ocupar um espaço de confiança dentro das equipes, o que fez deles parceiros estratégicos e verdadeiros facilitadores culturais.

A força está na escuta direta

Dentro dessa dinâmica, para que o programa reverberasse em toda a rede, também foi preciso repensar a forma de comunicar. A estratégia foi, então, combinar diferentes canais, formais e informais – do WhatsApp à intranet, passando por e-mail, Teams e telefone –, para que a informação circulasse com agilidade. Os conteúdos técnicos e os materiais de apoio, por exemplo, ficaram organizados nos portais da DICOI, do Agente C e da própria Rede. Já a Agência de Notícias do banco ajudou a dar visibilidade ao que vinha sendo feito, com reportagens que destacam resultados e boas práticas. “Essa multicanalidade amplia o alcance da comunicação e contribui para o engajamento genuíno dos funcionários”, afirma Juliana.

Mas a força da iniciativa está, de fato, no relacionamento direto com os influenciadores internos. A escuta ativa, o contato frequente e a capacidade de adaptar a linguagem formam uma combinação poderosa, que aproxima, gera confiança e dá segurança aos colaboradores. Para a porta-voz do BB, os Agentes C se tornaram uma espécie de tradutores institucionais. “Eles transformam diretrizes técnicas em orientações acessíveis e contextualizadas para as equipes da ponta”, explica. Em outras palavras, o atendimento é humanizado, focado na escuta atenta e na tradução prática dos temas – o que ajuda a tirar o compliance do campo abstrato ou punitivo e colocá-lo no dia a dia das agências, de forma clara e útil.

Resultados que falam por si

Na prática, essa atuação, além de colaborar positivamente com o clima organizacional, se reflete em mais clareza e menos ruído na resolução das demandas internas. E os números mostram bem isso: desde 2022, foram mais de 54 mil atendimentos, sendo que mais de 14 mil contribuíram diretamente para evitar perdas judiciais – uma economia estimada em R$ 59 milhões. Já no primeiro semestre de 2024, o Banco reduziu ainda em 8,83% o volume de reclamações e economizou mais R$ 17 milhões.

A transformação, no entanto, vai além dos indicadores positivos. O programa ajudou a consolidar uma cultura organizacional mais consciente, transparente e conectada aos valores da instituição – vivida no dia a dia, dentro da rotina das agência. “Ao criar uma rede de influência positiva e técnica, o programa fortalece a cultura organizacional e demonstra que uma comunicação efetiva, próxima, personalizada e constante é capaz de transformar comportamentos e gerar resultados sustentáveis para a instituição e para a sociedade”, resume Juliana. No fim das contas, fica a lição que até mesmo os temas mais técnicos podem se tornar interessantes quando quem comunica também é capaz de inspirar.


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