O regime híbrido é o favorito no Brasil neste novo ano, de acordo com 43,15% dos respondentes a uma pesquisa realizada pelo site Vagas.com para o software de R&S Vagas For Business. No mesmo estudo, a escolha pelo presencial foi preterida por 26,84% por cento dos participantes, em relação ao modelo híbrido e também ao home office. Esta última modalidade foi a escolhida em 30,1% das respostas.
O estudo “Preferências do local de trabalho”, realizado de 29 de outubro a 7 de novembro de 2021, e atualizado por e-mail em novembro de 2022, contou com a participação de 11.601 candidatos da base de dados da Vagas.com. O objetivo da pesquisa foi entender as preferências dos candidatos pelos modelos de trabalho disponíveis e os motivos pelos quais mais gostam desses formatos.
Motivos para adesão ao trabalho híbrido ou home office
Possibilidade de trabalhar para empresas localizadas a milhares de quilômetros de casa (28%) |
Não precisar se locomover até o trabalho (13,99%); |
Ter mais tempo para cuidar da família (11,76%); |
Ter tempo para outras atividades (11,76%); |
Flexibilizar o tempo de trabalho com atividades domésticas (10,39%); Ter mais foco e concentração (9,67%). |
Fonte: Vagas.com
Outra tendência que vem sendo observada por especialistas do Vagas.com é a semana de quatro dias para o trabalho. A ideia, que nasceu com as mudanças que ocorreram durante a pandemia, gira em torno de uma semana de trabalho com um dia a menos, mas com o mesmo salário e os mesmos benefícios.
Segundo a 4 Day Week Global, fundação internacional sem fins lucrativos de pesquisas acerca do tema, funcionários expressam maior satisfação com sua própria produtividade e performance em uma jornada de trabalho de quatro dias por semana. A lista de países que já implementaram ou estão testando o modelo conta com Bélgica, Reino Unido, Escócia, País de Gales, Islândia, Suécia, Alemanha, Japão, Espanha, Nova Zelândia, Estados Unidos e Canadá.
Para pensar a semana de 4 dias de trabalho, o primeiro ponto é considerar valores como bem-estar do colaborador, equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, confiança, responsabilidade e autogestão, considera Ligia Hacker, Head de Estratégia de Pessoas e Cultura do Vagas.
“Se esses valores não fazem parte da cultura da empresa e da vivência diária das pessoas que ali atuam, é provável que a semana reduzida de trabalho não tenha resultados tão positivos”, pondera a executiva. “É preciso que o dia a dia do negócio esteja com os processos bem-estruturados para que a redução de um dia da jornada de trabalho não acarrete em acúmulo de trabalho, ansiedade por parte dos colaboradores ou impactos negativos nas entregas e nos prazos acertados.”
Além disso, para Ligia, é preciso ter dados consolidados que tragam o real cenário da qualidade de vida do trabalhador: “É fundamental. Dessa forma, os profissionais de recursos humanos podem fazer um comparativo entre as condições de bem-estar dos colaboradores antes e depois da implementação da semana de 4 dias de trabalho”, avalia.
“Será possível observar se algum ponteiro é alterado por conta do novo funcionamento e como isso afeta a vida das pessoas. Assim, a realidade do ambiente da empresa é captada e ações específicas para auxiliar os times podem ser desenvolvidas.”
Também é imprescindível aliar esses dados às métricas de negócio: “Qualidade das entregas, cumprimento de prazos, volume de vendas, MRR – as estratégias de pessoas e de negócios precisam dialogar, de modo que uma impulsione a outra”, pontua Ligia.
Por último, a executiva destaca o surgimento de novos modelos de controle das entregas, que permeiam, inclusive, os contratos de trabalho. “No contexto de trabalho que temos hoje, em que muitas empresas atuam no modelo 100% remoto, o controle do tempo já acontece de modo distinto ao que tínhamos antes da pandemia. Muitos contratos de trabalho já se baseiam nas entregas feitas e não na quantidade de horas trabalhadas, por exemplo. Então, avalie o que faz mais sentido para a realidade do seu negócio e faça o devido acompanhamento. Somente assim é possível entender se a semana de 4 dias de trabalho é ou não realidade para a sua empresa.”