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Com a palavra, o colaborador: benefícios agora têm portabilidade

Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) dará aos funcionários a portabilidade gratuita – cada colaborador poderá escolher sua bandeira de vale-refeição ou vale-alimentação

de Paula Rabelo em 21 de fevereiro de 2022
Azerbaijan Stockers/ Freepik.com Azerbaijan Stockers/ Freepik.com

O colaborador é o protagonista das corporações. Esta, certamente, foi uma das principais percepções que pude ter enquanto estive na NRF – Big Retail Show. Alarmados pelo número recorde de demissões voluntárias em agosto passado nos Estados Unidos – cerca de 4 milhões de pessoas –, os gestores de RH precisaram olhar a fundo para a cultura organizacional, os modelos de trabalho, métodos e processos, com um propósito e um desafio muito grandes naquele país:  a retenção de talentos.

Para além do território estadunidense, esta é uma tendência mundial, advinda da pandemia , que já vem ganhando corpo e, consequentemente, ferramentas para torná-la possível. A flexibilização, antes um ato compulsório, tornou-se um benefício e um ativo muito valorizado pelas equipes e uma das grandes moedas usadas pelos gestores de recursos humanos para atrair, engajar e reter talentos. Ela reflete no empoderamento e na autonomia, tão desejados pelos profissionais, para escolherem e determinarem aquilo que faz mais sentido para cada um. Um exemplo, que pude conhecer por lá, é o da WorkJam, empresa de tecnologia que apresentou uma plataforma que dá liberdade para os funcionários de lojas de varejo trocarem os turnos e até escolherem em qual unidade/filial irão trabalhar em determinado dia. E isso já é realidade em algumas empresas. 

Ali ficou claro que a liberdade de escolha do colaborador é poderosa e, definitivamente, uma das principais formas de engajá-lo e mantê-lo no time. Refletindo sobre isso e trazendo para o cenário brasileiro, onde o apagão de talentos e a retenção de profissionais qualificados também é um desafio muito grande para as empresas, lembrei imediatamente das recentes mudanças que ocorreram no mercado em que atuo, o de benefícios corporativos, como vale-alimentação e vale-refeição.

No final do ano passado, o Ministério do Trabalho, ouvindo as reivindicações de trabalhadores e do mercado para uma atuação mais moderna, democrática e transparente, aprovou a Consolidação do Marco Regulatório Trabalhista Infralegal, publicado no último dia 10 de novembro. Entre as mudanças aprovadas, uma trata do Programa de Alimentação do Trabalhador, o PAT, que dará aos funcionários o benefício da portabilidade gratuita, isto é, cada colaborador poderá escolher a bandeira de vale-refeição ou vale-alimentação que melhor lhe atender. A liberdade de escolha ultrapassa as limitações oferecidas pelos empregadores, e permite que, onde quer que ele trabalhe, possa eleger a empresa de benefícios de alimentação que melhor atenda às suas necessidades.

Estamos passando por uma grande transformação social e, consequentemente, nas relações de trabalho: para bem atender às corporações, os trabalhadores precisam, sobretudo, serem bem atendidos por elas. Se as empresas não abrirem espaço para o diálogo, para a comunicação, para ouvir suas equipes, e não estiverem conectadas às constantes inovações tecnológicas que aprimoram os benefícios que oferecem, com qualidade, perderão o seu ativo mais importante: as pessoas. 

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Paula Rabelo

Paula Rabelo, diretora de growth do iFood Benefícios.