Saúde

Cresce interesse por programas de saúde mental

Estudo mostra que empresas brasileiras desejam implantar programas de saúde mental nos próximos dois anos. E destaca o papel da liderança

O número de pessoas com transtornos mentais aumenta ano a ano e essas doenças impactam negativamente os indicadores de produtividade e os custos do plano médico. Isso significa mais dores de cabeça para o RH e uma das causas para o aumento de empresas que desejam implementar algum programa de saúde mental nos próximos dois anos. Essa intenção foi verificada na pesquisa Tendência de saúde mental na América Latina e Caribe, de 2019, feita pela Mercer Marsh Benefícios.

O estudo mostrou que 78% das empresas brasileiras entrevistadas desejam implantar programas dessa natureza nesse período. E que em 77,2% (também das empresas brasileiras), os trabalhadores podem participar do planejamento das iniciativas de gestão de saúde mental. Em outras companhias atuantes nos demais países da América Latina, como Colômbia, México, Panamá e Peru, os colaboradores também têm grande participação no planejamento das ações.

A pesquisa também revelou um grande engajamento das lideranças nas questões para endereçar cuidados com a saúde emocional. No Brasil, 79,8% das empresas afirmaram ter a diretoria apoiando ativamente as iniciativas. No entanto, apenas 27% ofereceram treinamento para líderes e supervisores. “E essa é uma das ferramentas mais importantes para o correto apoio da liderança para este tema. A remoção do estigma, a identificação dos sinais e sintomas e o correto encaminhamento de trabalhadores que possam estar passando por um processo de saúde mental são ações fundamentais para o sucesso de um programa, sendo essa uma função da liderança, que precisa estar treinada para conseguir desempenhar seu papel de forma efetiva”, diz Antonietta Medeiros, superintendente de gestão de saúde da consultoria. “Já a diretoria e a alta liderança devem estimular o processo e funcionar como exemplos para os demais, além de manter na pauta e budget o tema saúde mental.”

Em alguns casos, a própria liderança é tóxica, capaz de criar ou aumentar os problemas de saúde emocional nos demais colaboradores. Nesse caso, como explica a consultora, a ideia de treinamentos não é para mudar a personalidade dos profissionais. O objetivo é que eles conheçam seus limites e a personalidade de seu time. “E o RH deve apoiar com estratégias e ferramentas para identificar diferentes perfis para adequar aos diferentes tipos de liderança dentro de uma empresa. Esse processo deve ocorrer desde a contratação e se manter em revisões periódicas.”

Quem pode cuidar

O levantamento mostra que 52,5% das empresas afirmaram ter um profissional dedicado com formação em saúde mental. “O mais comum de encontrarmos são profissionais que lideram esse tema em conjunto com o programa de bem-estar de maneira geral e não apenas a coordenação das ações de saúde mental”, diz Antonietta.

Ela conta que é importante que esse profissional tenha formação em psicologia e é fundamental que ele possua formação em coaching, amplo conhecimento sobre saúde, além do grande domínio das políticas da empresa em questão.

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