Pesquisa

Educação financeira em alta

A crise decorrente da Covid-19 desperta engajamento nas empresas preocupadas com a segurança financeira de seus funcionários

Reforçar a comunicação e a educação financeira estão entre as maiores inquietações dos respondentes da pesquisa “Impactos da COVID-19 para a previdência complementar”, que contou com a participação de 132 gestores de planos de previdência complementar brasileiros, entre fundos de pensão privados, de estatais e planos PGBL e VGBL.

Conduzido no mês de abril pela Mercer, líder global de consultoria em carreira, saúde, previdência e investimentos, com o apoio da Abrapp (Associação Brasileira das Entidades Fechadas de Previdência Complementar), o estudo revelou que existe uma grande demanda por orientação em temas relativos a investimentos e outras decisões que impactem a saúde financeira das pessoas.

Mas, para Guilherme Gazzoni, líder de produtos de previdência e investimentos da Mercer Brasil, a pandemia de Covid-19 deu um sentido de urgência a um conjunto de tendências que vêm convergindo há alguns anos:

“Maior incerteza econômica, poupança de aposentadoria insuficiente, pessoas vivendo mais tempo, redução nos benefícios aos funcionários, entre outros fatores”, afirma Gazzoni, que já observou um crescimento de 60% na demanda por programas de educação financeira entre os clientes da consultoria. 

Leia mais: A pandemia e as finanças pessoais

Grau alto de confiança nos conselhos dos empregadores

 Outra pesquisa global da Mercer, “Saudável, Próspero e Produtivo no Trabalho”, realizada em 11 países, com 7 mil adultos acima de 18 anos e 600 tomadores de decisão seniores dos setores privado e público, já apresentava dados que reforçam a tendência:

>> 75% por cento dos adultos acreditam que não terão dinheiro suficiente para se aposentar: as pessoas esperam passar 15-20 anos na aposentadoria, mas sem um planejamento melhor, muitos viverão além de sua renda.

>> A idade de aposentadoria esperada já não se aplica, pois as pessoas estão trabalhando mais tempo, seja por escolha ou por necessidade econômica. Aproximadamente 68% dos respondentes esperam continuar trabalhando de alguma forma ou nunca se aposentar.

>> As pessoas não estão economizando proativamente: 81% dos adultos sentem-se pessoalmente responsáveis pela renda de sua aposentadoria, embora muitos não tomem as ações necessárias. Vários fatores (stress, viabilidade, acesso e confiança no investimento, idade, gênero e estágio de vida) afetam a capacidade das pessoas para economizar e investir. Cerca de 33% ainda não fizeram cálculos financeiros para a vida futura.

>> Os empregados confiam nos conselhos sobre poupança de seu empregador: os resultados da pesquisa demonstram que as pessoas têm um grau alto de confiança no conselho de seus empregadores, com 79% dos entrevistados afirmando que confiam nas suas empresas para conselhos bons e independentes sobre planejamento, poupança e investimento, e para negociar taxas.

 “Aos empregadores cabe principalmente disponibilizar informações que podem ajudar as pessoas a entenderem melhor o momento econômico que vivemos e como isso apresenta reflexos nos investimentos e planos de previdência, por exemplo. Iniciativas com foco na educação e no bem-estar financeiro têm impacto no engajamento e no comprometimento das pessoas com a empresa, e com a responsabilidade individual de poupar”, finaliza o executivo.

Antecipação salarial a custo zero, educação financeira e linha de crédito para os colaboradores

Para reduzir os impactos negativos da pandemia na vida de seus colaboradores, a Math Marketing, consultoria de Data Science Marketing, criou um plano de ação em três pilares: saúde física, mental e financeira.

Na área financeira, além da antecipação de salários com custo zero para seus colaboradores, a empresa fechou uma parceria com a Creditas, plataforma de crédito com garantia, para oferecer uma linha de crédito exclusiva. Também promoveu uma série de webinars para abordar estratégias de gestão de despesas pessoais com o objetivo de instrumentalizar o time a se organizar frente a crise.

“Muitas famílias tiveram uma queda na receita familiar. Por isso, buscamos formas de auxiliar nesse momento. Assumimos um compromisso de não demitir ninguém, mas nossa intenção era ir além. Buscamos parcerias como a da Creditas e criamos um plano de educação financeira para contribuir de alguma forma com a melhoria da gestão financeira familiar ”, explica Marcel Ghiraldini, VP da Math.

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