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“Migramos de algo institucional para mais direto e humanizado”

Especialistas debatem as mudanças no tom do discurso e como a questão humana passou a ser central, como nunca aconteceu antes

de Redação em 14 de julho de 2021

Em março de 2020, o anúncio da pandemia de coronavírus atingiu os lares e empresas brasileiras, forçando toda a sociedade a repensar as maneiras de viver e se comunicar. As equipes de comunicação interna foram acionadas e mergulharam de cabeça em uma jornada que já passa de um ano e meio – e que trouxe, entre muitas coisas, inovação e aprendizado.

Para Fábio Peixoto, Gerente de Comunicação Corporativa da Natura & Co da América Latina, diferentes mudanças aconteceram ao mesmo tempo. Pouco antes da parada do trabalho presencial, a Natura havia comprado a Avon e se tornado a quarta maior empresa de beleza no mundo. Duas equipes, ainda se conhecendo, se integraram de forma rápida em meio à crise sanitária, em prol dos colaboradores.

Comunicação unificada

A solução para atingir todos em meio à junção das empresas foi aderir ao modelo de boletim que já era aplicado pela Avon. “Esse boletim diário sobre coronavírus acabou se tornando um veículo de integração. Foi o primeiro momento em que trabalhamos junto com nossos colegas. Pessoas diferentes, de empresas separadas, agora estavam no mesmo barco, todos juntos naquela situação”, lembra Peixoto, durante o Fórum Empresas que Melhor se Comunicam com Colaboradores.

Para Ranny Alonso, Diretora de Comunicação Corporativa no UnitedHealth Group Brasil, a chegada da pandemia apresentou diversos desafios. O primeiro deles foi transformar toda a agenda física de eventos para o digital. “O trabalho foi subindo degraus em qualidade. E o último deles foi quando percebemos a importância de falar sobre a saúde mental das pessoas”, analisa a executiva.

A empresa também forneceu boletins diários para os colaboradores em 30 hospitais e 140 clínicas. Já o segundo maior desafio foi adaptar o trabalho da comunicação interna à agilidade exigida pela situação. “Foram dez anos em um. Esse volume de informações e a agilidade com que ela tinha que ser compartilhada foram grandes desafios também”, afirmou.

Agilidade nas mensagens

O movimento ágil acabou culminando na descentralização dos processos, ou seja, deixou tudo menos burocrático – exceto uma coisa, como apontou Ranny: “Menos burocracia, mais integração. A única aprovação diária era a científica, porque não podíamos explicar errado”, concluiu, explicando que os boletins tinham linha de apoio aos colaboradores enfrentando a Covid na linha de frente e também os de linha científica, explicando uso de máscaras, questões de cuidados e transmissão.

Na Klabin, os processos também se tornaram menos burocráticos. Carime Kanbour, gerente de Comunicação, Marca e Relações Institucionais da Klabin, conta que a empresa não tinha uma cultura digital, por ter sido sempre tradicional em termos de processo, mas que conseguiu se adaptar rapidamente. 

Em sentido horário: Fábio Peixoto, da Natura & Co; Carime Kanbour, da Klabin; e Ranny Alonso, da UHG

Incentivo ao diálogo

“Nós tínhamos lançado a Minha Klabin, que é a intranet da empresa, em fevereiro. Então, estava decolando e virou o principal canal. A gente se reinventou bastante no sentido de motivar as pessoas a irem à Minha Klabin. E mantivemos por e-mail, o boletim Klabin Informa, para questões mais urgentes”, explica. A intenção era que os colaboradores fossem ativos no momento de procurar a intranet para se informar.

Carime conta que 95% da base da empresa está conectada na Minha Klabin e que reuniões que antes eram presenciais, tornaram-se virtuais, com um ganho bem-vindo. “As pessoas se sentiram mais à vontade para fazer perguntas”, conta. 

WhatsApp e a Rádio Florestal também se tornaram ferramentas essenciais para o contato com os colaboradores – no caso da rádio, aqueles mais distantes em termos de local de trabalho. “Todos se reinventaram também na maneira de receber a comunicação”.

O que veio para ficar

Entre os hábitos que vieram para ficar, Peixoto, da Natura & Co. destaca os encontros em formato de live, tanto para reuniões quanto eventos. “Começamos a pensar a live de uma maneira focada, mais trabalhada, sabendo que cada um estará em um lugar diferente”, explica.

Ranny, da UnitedHealth, concorda com o executivo. Para ela, a comunicação deve ser feita pensando na questão humana, como nunca antes aconteceu. “Pensar no ser humano com toda a bagagem que ele tem e as pessoas que fazem parte da vida dele”, afirma. 

Na empresa, o bem-estar e a saúde mental dos colaboradores tomaram conta das pautas e exigiram das equipes uma ação focada. “Olhar as necessidades das pessoas, entender a fonte de sua ansiedade e atender para que ela tenha o suporte necessário é um ganho do qual a gente não vai mais abrir mão”, conta Ranny.

Relações mais humanas

Carime, da Klabin, explicou que o foco em comunicação ágil, eficiente e constante, também ajudou a empresa a expandir o alcance de outras mensagens, além da pandemia. “A gente conseguiu criar uma dinâmica muito focada em Covid, com campanhas insistindo nos protocolos e também prestando um serviço para o colaborador. Mas também fomos para uma linha de inovação para aproveitar essa cultura e conseguimos encaixar outras entregas que gostaríamos de incorporar”.

Na conversa, os executivos acreditam que as interações online, por meio das lives, é o que veio para ficar – e com o trabalho híbrido despontando, a digitalização das empresas vem à calhar para agilizar esse processo quando parte das pessoas voltar ao trabalho presencial.

A gerente celebra as conquistas do último ano, em meio a tanta dor, e acredita que, daqui para frente, as relações serão diferentes, mais fluidas e, mesmo digitais, mais humanas. “Migramos de algo institucional para mais direto e humanizado”, reforça Carime.

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