É hora de sermos diretos: a afi rmação de que a inteligência artifi cial (IA) não substituirá empregos é uma falácia confortável — mas perigosa. A IA já está mudando o mercado de trabalho, eliminando funções e criando novas formas de operar. Fingir que isso não está acontecendo só difi culta que profi ssionais e organizações se preparem para o que vem pela frente.
Como escrevo no meu livro “O mundo é seu, mas calma lá!“, publicado pela Editora Senac, com prefácio de Luiza Helena Trajano, é preciso encarar a realidade com lucidez e coragem — não com discursos vazios. O mercado de trabalho está em transformação acelerada, e negar isso é uma receita para o despreparo.
No Brasil, um estudo da LCA 4Intelligence revelou que a IA generativa pode impactar até 31,3 milhões de empregos, com 5,5 milhões em risco elevado de substituição (👉 fonte: Valor Econômico, 2025). Nos Estados Unidos, 61% das empresas planejam automatizar funções humanas com IA já no próximo ano (👉 fonte: Europa Press, 2025).
Casos reais de demissões causadas por IA
✅ Dell — 12.500 demissões
Em julho de 2024, a Dell anunciou a demissão de 12.500 funcionários (10% da força de trabalho global), como parte de um esforço de reestruturação para focar em produtos e serviços baseados em IA. (👉 fonte: IT Forum, 2024).
✅ IBM — 8.000 demissões com substituição por IA
Em 2025, a IBM demitiu cerca de 8.000 funcionários, especialmente em áreas administrativas e de RH, com o objetivo de automatizar tarefas repetitivas através de IA. Mais tarde, a empresa reconheceu limitações na substituição total e recontratou parte dos profi ssionais. (👉fonte: Terra, 2025).
Profissões em risco imediato:
- Operadores de telemarketing — já amplamente substituídos por chatbots e assistentes virtuais;
- Caixas de supermercado — eliminados por sistemas de autoatendimento;
- Auxiliares administrativos — muitas funções já realizadas por softwares de IA;
- Redatores, revisores, tradutores, assistentes jurídicos e designers — IA generativa já cumpre várias dessas tarefas com efi ciência .
Mas, o caminho não é só “dominar a IA”. Como escrevo em “O mundo é seu, mas calma lá!”:
“A ilusão de que basta aprender a usar uma nova ferramenta para garantir nosso espaço é limitada. O que vai importar mesmo é nossa capacidade de adaptação contínua, de pensar criticamente e de aprender o que for preciso — mesmo que isso signifi que mudar de rota várias vezes.”
Portanto, dominar IA é necessário — mas não sufi ciente. O diferencial será:
- Criatividade e pensamento crítico;
- Flexibilidade para mudar de rumos;
- Capacidades humanas que a IA ainda não consegue replicar (liderança, empatia, julgamento ético).
“Empregos sempre existirão porque problemas sempre existirão. Mas serão outros problemas. A pergunta é: que problemas você está se preparando para resolver?” — O mundo é seu, mas calma lá! A IA já está substituindo empregos. Isso é um fato, respaldado por dados e exemplos concretos. A recusa em aceitar essa realidade não protege ninguém — só atrasa a adaptação. O caminho não é o medo, nem o negacionismo. É preparação inteligente e ação estratégica.
Como provoco no livro: “O futuro não é para quem espera que tudo fi que igual. É para quem se move antes que o chão comece a se mover sozinho.” Se prepare, sim, para dominar a IA mas, acima de tudo, se prepare para mudar, para se reiventar, para resolver problemas diferentes a todo momento e de formas diversas a todo momento. Não se apegue tanto ao que faz hoje pois ele vai mudar. Faz sentido para você?