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O RH olha por todos, mas quem olha pelo RH?

O RH tem sido fundamental para contornar a crise da pandemia, mas muitos profissionais da área também adoeceram

de Jussara Goyano em 30 de setembro de 2021

O RH se tornou peça essencial durante a pandemia. No entanto, a área de recursos humanos se desgastou, tanto emocionalmente quanto fisicamente. Com isso, surge a pergunta: enquanto o RH olha por todos, quem olha pelo RH?

Essa questão foi alvo de debate no Fórum Felicidade Corporativa, promovido pela Plataforma Melhor RH, em parceria com a Negócios da Comunicação. Participaram do debate Douglas Almeida, Diretor de Recursos Humanos da GE na América Latina, Tiago Mavichian, CEO e fundador da Companhia de Estágios, e Yuri Doria, Gerente de Gente e de Gestão da Unimed Rio. 

Douglas Almeida destaca que a pandemia surpreendeu a todos, inclusive o RH. “A gente não teve muito tempo para se preparar e tivemos que tomar decisões rápidas, e isso exigiu muito da área de recursos humanos. Causou um desgaste emocional e estresse muito grande durante um período muito longo. E agora vemos os sinais de todo esse isolamento”, conta Almeida.

Os cuidados com o RH

Tiago destacou que o aprendizado foi acontecendo paralelamente à pandemia, com conversas com o RH e o lançamento de iniciativas de proteção ao colaborador.

“As ações que a gente tomou valeram para todos, inclusive para o RH. A gente começou ouvindo o RH, perguntando quais eram as dúvidas, os anseios e, a partir do trabalho de ouvir, a gente começou a criar soluções para as pessoas. Logo em seguida, aderimos ao movimento ‘Não Demita’, no qual empresas se comprometeram a não demitir, durante três meses, para criar uma estabilidade e segurança. Com o tempo, a gente foi aprendendo”, diz Thiago. 

Além disso, foi feito também um upgrade de assistência médica e odontológica, com a inclusão de uma pessoa da família, sem custo adicional. A Companhia de Estágios assumiu o compromisso de retornar somente depois da vacinação, o que deu tranquilidade para a equipe e para o RH, e ações como a adoção de gympass e apoio psicológico também foram tomadas.   

Yuri, por sua vez, destacou que a Unimed, como empresa de saúde, tem o propósito de cuidar das pessoas, sobretudo em meio a uma pandemia. “Cuidar de quem está lá fora é importante, mas cuidar de quem está lá dentro foi uma responsabilidade gigantesca”, disse Yuri.  

Seguindo o debate, Douglas destacou ainda a necessidade de humanizar os profissionais do RH. “O RH, nessas horas, é visto como representante da empresa, ele é o mensageiro. Ele é o que leva a orientação, a diretriz, o que pode e o que não pode. Mas o RH também é empregado. E abrir espaço para que eles se sentissem na condição de empregado foi fundamental. Poder ter conversas individualizadas, espaços para que trouxessem suas preocupações e angústias, ajudou. Foi um processo que fomos incorporando com o tempo. Ao longo da jornada, fomos aprendendo a fazer”, pontuou Douglas.

Retorno aos escritórios

Yuri conta que, desde julho, a Unimed Rio está trabalhando em sistema de trabalho híbrido, devido ao avanço da vacinação no Brasil. O número de colaboradores que já estavam vacinados foi alto, e o planejamento muito bem elaborado colaborou para essa volta. Yuri conta também que houve um programa de voluntariado entre os funcionários. Lives também foram realizadas para explicar como funcionaria a volta aos escritórios, seguindo os protocolos de saúde.

Segundo Tiago, após a equipe estar completamente imunizada, a volta será também em modelo híbrido. O início é que seja um dia na semana presencial, por volta do final de outubro, em dias alternados e divisão de pessoas. Já para Douglas, a volta vai partir do empregado, mas no fim a adoção do sistema será a mesma: trabalho híbrido.

Aprendizados para o RH

Finalizando o debate, Tiago apontou que ouvir é fundamental. “O melhor caminho é ouvir o time. Como temos um pouco mais de 60 pessoas, com certeza é mais simples. Mas mesmo em uma empresa menor, que é mais rápida e ágil para tomar decisões, ouvir as pessoas se mostrou bastante importante. Isso dá bastante direção”, explicou Tiago.

Outra questão que Tiago ressaltou é que problemas específicos precisam de respostas específicas. “Não conseguimos enquadrar todo mundo em uma política ou regra e tem que haver sensibilidade para buscar alternativas para situações que fogem à regra”, disse Tiago.

De acordo com Yuri, ações planejadas e de fácil execução fazem toda a diferença, assim como a transparência. “Todos os nossos passos foram comunicados antecipadamente para nossos colaboradores. O time de RH possui uma força gigantesca dentro de uma organização, é um grande agente de mudança e ele precisa estar preparado para essa responsabilidade. Então, estar próximo ao grupo, motivar o grupo e fazer com que o grupo perceba esse propósito é fundamental para um trabalho de qualidade sendo entregue aos colaboradores”, disse Yuri.  

Douglas, por sua vez, destacou que a capacidade de empatia para conectar é essencial. “O time de RH acaba sendo um guardião, por ter a ferramenta para ajudar a entender qual é o real problema e tentar buscar as soluções. Para mim, a chave é ser empático. É poder perguntar”, disse Douglas. 

Por fim, Douglas reforçou a ideia que primeiro é preciso cuidar de si, para depois cuidar dos outros. “Para a gente cuidar do outro, temos que estar bem consigo mesmo. A questão do cuidado é muito importante, vamos cuidar da gente fisicamente, emocionalmente e mentalmente primeiro”, concluiu Douglas.

Saiba mais

Fórum Melhor RH Felicidade Corporativa é promovido pela Plataforma Melhor RH. Quer conferir todos os debates e conversas do evento?

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