#FMRHTECH

Treinamentos com sentido e olhar para as novas dinâmicas de aprendizado

Especialistas comentam formas de suprir o gap de colaboradores no setor tech, destacando o papel formador das empresas

de Jussara Goyano em 30 de outubro de 2023
Poca Wander Stock, via iStockPhoto.com

Um dos maiores problemas do setor de tecnologia – a demanda maior do que o número de profissionais no mercado – foi tema do painel “Como treinar habilidades para o futuro Os caminhos para oferecer treinamento tech do básico ao avançado” no 4° Fórum Melhor RH Tech, promovido pela Plataforma Melhor RH e pelo CECOM – Centro de Estudos da Comunicação nos dias 23 e 24 de outubro.

Participaram desse momento Bruno Falcão, CCO & Head de Inovação da SOU Educação Corporativa; Ricardo Fortes, Head de Alianças e ESG da FIAP, e Peterson Coli, CEO da Ideale Treinamentos. Os executivos discutiram o papel das empresas em suprir o gap de formação existente e adequar o próprio quadro de colaboradores aos requisitos das vagas tech.

Uma estimativa da Brascom diz que até 2024 o país vai alcançar um total de 420.000 oportunidades de emprego em atividades de TI, mas, em contrapartida, forma aproximadamente 46.000 profissionais nessa área, por ano. Outro relatório, da Accenture, dá conta de que já há quase 300 mil cargos no setor de tecnologia a preencher no Brasil. Ainda segundo a Accenture, no cenário atual de formação deficiente, o problema ainda perduraria pelos próximos 10 anos. Os números foram trazidos à discussão por Falcão e Coli.

Em sentido horário, a partir do topo: Falcão, da SOU Educação Corporativa, Coli, da Ideali Treinamentos, e Fortes, da FIAP


“A gente tem sofrido um apagão de talentos”, lembra Falcão, por sua vez, sobre a urgência de formar profissionais para o setor.   ”A gente tá falando de algo em torno de 65% menos colaboradores do que seria o necessário para suprir essas vagas que são abertas, o que é um baita de um contrassenso quando a gente olha a questão do desemprego em alta”, completa.

Para Falcão, existe um papel importante das empresas na formação desses profissionais em construir programas de desenvolvimento, olhando para a mobilidade interna de colaboradores e  jovens talentos, que muitas vezes tiveram um acesso dificultado a oportunidades de desenvolvimento.

Já segundo Coli, treinamento pode e deve ser visto também como uma ferramenta de inclusão. “As empresas vão ter cada vez mais um papel fundamental e um papel de formadoras”, enfatiza o executivo.

Fortes e Coli destacam o fato de que todas as empresas, hoje, lidam com tecnologia e de alguma forma sofrem com a demanda não atendida por profissionais do setor. O tema não precisa ser o core da empresa.

“O carrinho de cachorro quente vai ter o cardápio digital e vai receber o pagamento via pix”, exemplifica, por sua vez, Coli. “Não é Microsoft, IBM, Google, mas trata-se de todas, porque se você falar do Pão de Açúcar, ele é uma empresa de tecnologia, se falar da Natura, ela é uma empresa de tecnologia,  se você fala do governo, também. A tecnologia hoje está em todos os lugares”, completa Fortes. 

Investimento e gerações

“82% das empresas precisam trocar seu mindset para poder se adequar às novas exigências do mercado”, lembra Fortes, sobre um levantamento do Instituto Gallup. “Aí nós estamos falando da necessidade intensa de investimento em treinamento. Só para vocês terem uma ideia, os Estados Unidos gastam em torno de 250 bilhões de dólares em treinamento corporativo.  No Brasil não passa de 10 milhões. Nós estamos num gap muito grande,  ainda precisando urgentemente de 35% das habilidades requeridas [para o futuro do trabalho] .”

Para Falcão, esses investimentos devem também ser focados fortemente e de maneira adequada, nas novas gerações. “As empresas precisam se preparar, pois esses jovens têm uma dinâmica diferente de aprendizagem”, observa o executivo.

Autodidatas, eles acessam tutoriais disponíveis em redes sociais e hubs educacionais para complementar sua formação. “A área de treinamento tem de ser curadora desse conhecimento”, entende o executivo, lembrando que salas de aula formais como antigamente e mesmo online talvez não funcionem para esse público.

Ele lembrou, também, a questão do letramento digital, aprendizado em que a empresa assume um papel essencial, e que também passa pela questão geracional.
“28% das pessoas não têm bons conhecimentos de como utilizar recursos tecnológicos”, mencionou Falcão. Nesse sentido, “o desafio, a importância e a relevância das empresas se tornam ainda maiores”, pontua o executivo.

Faz sentido?

Mais do que oferecer o treinamento, a empresa precisa se certificar de que o conhecimento e a mensagem serão aderentes ao colaborador. “Mais importante, até, do que o próprio conteúdo de treinamento é um processo antes, chamado de comunicação”, explica Coli.

É o momento, segundo o executivo, para que o profissional entenda a razão daquele processo e daquele conteúdo, de maneira que eles façam sentido para o colaborador em sua jornada. O mesmo vale para os treinamentos de tecnologia, como uma forma de medir a importância do treinamento para a empresa e para o colaborador e torná-lo o mais eficiente.  

“Muitas empresas querem fazer uma campanha de engajamento porque os números do treinamento estão ruins”, conta o executivo. “Então significa que talvez aquilo que foi feito não trouxe um encantamento, não trouxe um conteúdo relevante, não seja aquilo que ele quer aprender  ou o que ele precisa”, avalia Coli. Assim, é preciso rever alguns conceitos e voltar para a prancheta e não necessariamente promover engajamento.

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